Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos
Opinião » 2024-02-22
Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. Há umas pergunta a que ninguém lhes faz, e deveria ser por aí que a sessão deveria começar: está inscrito em que partido? Senão, qual o da sua estimação? Quanto recebe pela verborreia?
Claro que, sem jogo franco, o curto prazo dos debates entre os candidatos é superado, até à náusea, pelos arregimentados pelo canal televisivo para a profissão de profissionais pagos no comentário para influenciar o espectador que os oiça.
No último domingo, por exemplo, mal saído do debate/diálogo da SIC, seguiu-se um dos programas que, pessoalmente, considero dos mais desonestos que conheço de promoção política, a uma hora nobre, num domingo, em que o entrevistador vai inquirindo Luís Marques Mendes, segundo um roteiro antecipado e conhecido de ambos, que conduz a que cada resposta já tem engatilhado um quadro estatístico, ou um conjunto de frases, que exemplificam o discurso. Todos sabemos que o dito se prepara para uma candidatura à presidência da República, mas, no mínimo, exigir-se-lhe-ia uma honestidade política que se não plastificasse no suave milagre rotineiro da defesa dos seus próximos
No programa que refiro, logo a seguir ao debate entre a líder do BE e o secretário geral do PCP, Luís Marques Mendes, com a seu saber fazer duma prática de anos e sem qualquer contraditório, de imediato fez a crítica do acontecido, como dos outros candidatos e dos dois programas apresentados um na sexta, o da AD e do PS, umas horas antes da sua entrada em cena. A pergunta que trago nos lábios, há muito, é quanto a SIC paga para ter um comentador que se autopromove, semanalmente, como se fosse o messias da política nacional?
Antes disso, também segui o programa do PS, onde, no essencial, Pedro Nuno Santos dramatiza o resultado das eleições legislativas, admitindo a possibilidade da vitória da AD.
Não sei se acredita ou se é jogo, mas a intenção é clara: o apelo ao voto de esquerda como frente ao avanço da direita. Por muito que venha alertar para o papão, sem usar a vassoura da verdade que limpasse a parasitologia do seu próprio partido, não me parece que consiga convencer os votantes de esquerda, uma segunda vez, a votar numa mercadoria que se provou falsificada e antagónica ao que a publicidade prometia.
Nem é preciso sair de Torres Novas para ver o que uma maioria absoluta do PS, rotinizada há décadas, tem concretizado no concelho – e basta o sector informativo e as suas publicações para se perceber quão antidemocrático e autista é a sua relação com os projectos e programas das outras forças políticas concelhias. Basta ver, a quase dois meses da comemoração do 25 de Abril, a importância que os órgãos municipais têm dado ao acontecimento. Não há um programa conhecido, não há uma comissão responsável, não há um orçamento projectado. Só posso tirar uma conclusão: quem nunca esteve na oposição ao regime fascista, tem uma concepção muita enviesada de quais os objetivos reais da revolução do 25de Abril.
Daí que, por muito que o PS entoe o seu cântico de sereia que, sem nós, ganhará a direita e o seu programa, os democratas e votantes dos partidos à sua esquerda só por cegueira ou loucura voltariam a colocar a seu voto numa mãozinha que, após eleita, lhes tornará a fazer um manguito nas questões essenciais.
A esquerda à esquerda do Partido Socialista tem de aumentar o seu poder na Assembleia da República, com mais deputados, e isso só se consegue pela captação dos votos perdidos e aumento de novos. De contrário, é o país que perde, numa pátria em que o deixa andar, o encolher de ombros, só conduz ao autoritarismo, à xenofobia, ao racismo, à cada vez maior desigualdade económica e social entre uma minoria de privilegiados e uma maioria de explorados.
Os heróis do mundo Marvel, no SYFY, bem avisam que o mal se esconde onde menos se espera.
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos
Opinião » 2024-02-22Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. Há umas pergunta a que ninguém lhes faz, e deveria ser por aí que a sessão deveria começar: está inscrito em que partido? Senão, qual o da sua estimação? Quanto recebe pela verborreia?
Claro que, sem jogo franco, o curto prazo dos debates entre os candidatos é superado, até à náusea, pelos arregimentados pelo canal televisivo para a profissão de profissionais pagos no comentário para influenciar o espectador que os oiça.
No último domingo, por exemplo, mal saído do debate/diálogo da SIC, seguiu-se um dos programas que, pessoalmente, considero dos mais desonestos que conheço de promoção política, a uma hora nobre, num domingo, em que o entrevistador vai inquirindo Luís Marques Mendes, segundo um roteiro antecipado e conhecido de ambos, que conduz a que cada resposta já tem engatilhado um quadro estatístico, ou um conjunto de frases, que exemplificam o discurso. Todos sabemos que o dito se prepara para uma candidatura à presidência da República, mas, no mínimo, exigir-se-lhe-ia uma honestidade política que se não plastificasse no suave milagre rotineiro da defesa dos seus próximos
No programa que refiro, logo a seguir ao debate entre a líder do BE e o secretário geral do PCP, Luís Marques Mendes, com a seu saber fazer duma prática de anos e sem qualquer contraditório, de imediato fez a crítica do acontecido, como dos outros candidatos e dos dois programas apresentados um na sexta, o da AD e do PS, umas horas antes da sua entrada em cena. A pergunta que trago nos lábios, há muito, é quanto a SIC paga para ter um comentador que se autopromove, semanalmente, como se fosse o messias da política nacional?
Antes disso, também segui o programa do PS, onde, no essencial, Pedro Nuno Santos dramatiza o resultado das eleições legislativas, admitindo a possibilidade da vitória da AD.
Não sei se acredita ou se é jogo, mas a intenção é clara: o apelo ao voto de esquerda como frente ao avanço da direita. Por muito que venha alertar para o papão, sem usar a vassoura da verdade que limpasse a parasitologia do seu próprio partido, não me parece que consiga convencer os votantes de esquerda, uma segunda vez, a votar numa mercadoria que se provou falsificada e antagónica ao que a publicidade prometia.
Nem é preciso sair de Torres Novas para ver o que uma maioria absoluta do PS, rotinizada há décadas, tem concretizado no concelho – e basta o sector informativo e as suas publicações para se perceber quão antidemocrático e autista é a sua relação com os projectos e programas das outras forças políticas concelhias. Basta ver, a quase dois meses da comemoração do 25 de Abril, a importância que os órgãos municipais têm dado ao acontecimento. Não há um programa conhecido, não há uma comissão responsável, não há um orçamento projectado. Só posso tirar uma conclusão: quem nunca esteve na oposição ao regime fascista, tem uma concepção muita enviesada de quais os objetivos reais da revolução do 25de Abril.
Daí que, por muito que o PS entoe o seu cântico de sereia que, sem nós, ganhará a direita e o seu programa, os democratas e votantes dos partidos à sua esquerda só por cegueira ou loucura voltariam a colocar a seu voto numa mãozinha que, após eleita, lhes tornará a fazer um manguito nas questões essenciais.
A esquerda à esquerda do Partido Socialista tem de aumentar o seu poder na Assembleia da República, com mais deputados, e isso só se consegue pela captação dos votos perdidos e aumento de novos. De contrário, é o país que perde, numa pátria em que o deixa andar, o encolher de ombros, só conduz ao autoritarismo, à xenofobia, ao racismo, à cada vez maior desigualdade económica e social entre uma minoria de privilegiados e uma maioria de explorados.
Os heróis do mundo Marvel, no SYFY, bem avisam que o mal se esconde onde menos se espera.
30 anos: o JT e a política - joão carlos lopes » 2024-09-30 » João Carlos Lopes Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana. |
Não tenho nada para dizer - carlos tomé » 2024-09-23 » Carlos Tomé Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”. Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante, Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada. |
Três décadas a dar notícias - antónio gomes » 2024-09-23 » António Gomes Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido. |
Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos » 2024-09-23 » António Mário Santos Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade. Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local. |
Trente Glorieuses - carlos paiva » 2024-09-23 » Carlos Paiva Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal. |
30 anos contra o silêncio - josé mota pereira » 2024-09-23 » José Mota Pereira Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. |
A dimensão intelectual da extrema-direita - jorge carreira maia » 2024-09-23 » Jorge Carreira Maia Quando se avalia o crescimento da extrema-direita, raramente se dá atenção à dimensão cultural. Esta é rasurada de imediato pois considera-se que quem apoia o populismo radical é, por natureza, inculto, crente em teorias da conspiração e se, por um acaso improvável, consegue distinguir o verdadeiro do falso, é para escolher o falso e escarnecer o verdadeiro. |
Falta poesia nos corações (ditos) humanos » 2024-09-19 » Maria Augusta Torcato No passado mês de agosto revisitei a peça de teatro de Bertolt Brecht “Mãe coragem”. O espaço em que a mesma foi representada é extraordinário, as ruínas do Convento do Carmo. A peça anterior a que tinha assistido naquele espaço, “As troianas”, também me havia suscitado a reflexão sobre o modo como as situações humanas se vão repetindo ao longo dos tempos. |
Ministro ou líder do CDS? » 2024-09-17 » Hélder Dias |
Olivença... » 2024-09-17 » Hélder Dias |
» 2024-09-09
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» 2024-09-19
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» 2024-09-17
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» 2024-09-13
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