E se António Rodrigues?
Opinião » 2020-07-18 » Jorge Carreira Maia"A candidatura de António Rodrigues não é apenas um problema para os socialistas locais. É-o também para as outras forças políticas. "
Se António Rodrigues não se candidatar à presidência do Município, Pedro Ferreira será, sem dificuldade, reeleito. A entrada de António Rodrigues na corrida poderá, contudo, perturbar o passeio dos socialistas. Não conheço estudos de opinião, mas, por certo, a eleição tornar-se-á polarizada entre duas personalidades e duas histórias políticas. Como já se percebeu pelas reacções nas redes sociais após a apresentação, pelo antigo presidente, do movimento P’la Nossa Terra, a batalha será jogada em torno do balanço das realizações e do estilo de persona política. António Rodrigues reivindicará um passado cheio de iniciativa, de capacidade de abrir caminhos que pareciam fechados. Pedro Ferreira falará das dificuldades financeiras que teve de enfrentar e fará transparecer a forma cordata e consensual como rege a sua existência política.
Esta eventual polarização das eleições não deixará de ter efeitos colaterais nas outras forças. Parte dos eleitores do PSD, do BE e até da CDU podem ser tentados a tomar posição e contribuir para a vitória ou para a derrota de um dos candidatos. Numa situação de tensão em que a vitória de um implicará a derrota de outro, irão contar mais as apreciações à história política e à personalidade dos dois candidatos do que as tradicionais fidelidades partidárias. A candidatura de António Rodrigues não é apenas um problema para os socialistas locais. É-o também para as outras forças políticas. Vão ser obrigadas a encontrar um caminho para evitar a tentação dos seus eleitores se dividirem entre as duas figuras em confronto. Depois da surpresa do desaparecimento da CDU da vereação, podemos ter novas surpresas.
Há uma coisa, contudo, que será mais preocupante. Pedro Ferreira e António Rodrigues são da minha geração. Fizeram ambos muito, de uma forma ou de outra, pelo concelho, mas somos velhos, apesar de disfarçarmos. Eu não sou dos que acham que as pessoas mais velhas são uma peste grisalha. Pelo contrário, têm uma sabedoria acumulada muito importante, mas as instituições políticas precisam de sangue novo, de novas gerações. Precisam de gente que tenha nascido já depois do 25 de Abril, que não seja do tempo dos Beatles ou do Woodstock, que veja aquilo que os mais velhos já não conseguem perceber. Isto não tem nada a ver com a capacidade pessoal dos dois possíveis candidatos, mas com a necessidade de sangue novo, de novas ideias, de gente que tenha ainda um longo futuro à sua frente. Se as eleições forem polarizadas pelos dois prováveis candidatos, a necessidade dessa renovação do corpo político local ficará ocultada pelo menos por mais quatro anos.
E se António Rodrigues?
Opinião » 2020-07-18 » Jorge Carreira MaiaA candidatura de António Rodrigues não é apenas um problema para os socialistas locais. É-o também para as outras forças políticas.
Se António Rodrigues não se candidatar à presidência do Município, Pedro Ferreira será, sem dificuldade, reeleito. A entrada de António Rodrigues na corrida poderá, contudo, perturbar o passeio dos socialistas. Não conheço estudos de opinião, mas, por certo, a eleição tornar-se-á polarizada entre duas personalidades e duas histórias políticas. Como já se percebeu pelas reacções nas redes sociais após a apresentação, pelo antigo presidente, do movimento P’la Nossa Terra, a batalha será jogada em torno do balanço das realizações e do estilo de persona política. António Rodrigues reivindicará um passado cheio de iniciativa, de capacidade de abrir caminhos que pareciam fechados. Pedro Ferreira falará das dificuldades financeiras que teve de enfrentar e fará transparecer a forma cordata e consensual como rege a sua existência política.
Esta eventual polarização das eleições não deixará de ter efeitos colaterais nas outras forças. Parte dos eleitores do PSD, do BE e até da CDU podem ser tentados a tomar posição e contribuir para a vitória ou para a derrota de um dos candidatos. Numa situação de tensão em que a vitória de um implicará a derrota de outro, irão contar mais as apreciações à história política e à personalidade dos dois candidatos do que as tradicionais fidelidades partidárias. A candidatura de António Rodrigues não é apenas um problema para os socialistas locais. É-o também para as outras forças políticas. Vão ser obrigadas a encontrar um caminho para evitar a tentação dos seus eleitores se dividirem entre as duas figuras em confronto. Depois da surpresa do desaparecimento da CDU da vereação, podemos ter novas surpresas.
Há uma coisa, contudo, que será mais preocupante. Pedro Ferreira e António Rodrigues são da minha geração. Fizeram ambos muito, de uma forma ou de outra, pelo concelho, mas somos velhos, apesar de disfarçarmos. Eu não sou dos que acham que as pessoas mais velhas são uma peste grisalha. Pelo contrário, têm uma sabedoria acumulada muito importante, mas as instituições políticas precisam de sangue novo, de novas gerações. Precisam de gente que tenha nascido já depois do 25 de Abril, que não seja do tempo dos Beatles ou do Woodstock, que veja aquilo que os mais velhos já não conseguem perceber. Isto não tem nada a ver com a capacidade pessoal dos dois possíveis candidatos, mas com a necessidade de sangue novo, de novas ideias, de gente que tenha ainda um longo futuro à sua frente. Se as eleições forem polarizadas pelos dois prováveis candidatos, a necessidade dessa renovação do corpo político local ficará ocultada pelo menos por mais quatro anos.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
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» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |