O ano de todos os perigos
" Vamos sair de 2023 num cenário péssimo, mas o que se prefigura para 2024 é pior"
Começámos 2023, com uma guerra no nosso espaço geopolítico, mas com uma tomada de consciência de muitos países da União Europeia de que as melindrosas questões de defesa devem ser levadas muito a sério. Nessa hora, os EUA estavam firmemente empenhados no apoio à Ucrânia. Internamente, tínhamos um governo com maioria absoluta e um Presidente da República com apoio popular. Vamos chegar a 2024, com duas guerras no nosso espaço geopolítico. As divisões na União Europeia no apoio à Ucrânia estão a enfraquecer tanto a Ucrânia como a própria União Europeia. Também os EUA estão manietados, pelas suas instituições, no apoio à Ucrânia. Em Portugal, a Assembleia da República foi dissolvida e o Presidente está sob fogo justicialista.
Vamos sair de 2023 num cenário péssimo, mas o que se prefigura para 2024 é pior. A nível interno, as novas eleições têm grande possibilidade de trazer instabilidade política, com um governo centrado no PSD, mas submetido aos delíquios da Iniciativa Liberal e à berraria justicialista do Chega. Será muito difícil que uma geringonça de direita seja tão inócua para o regime como foi a de esquerda. A haver uma geringonça de direita, dificilmente a postura equilibrada do PSD, resultante de um jogo entre a sua tradição liberal-conservadora e a sua pretensão social-democrata, o que seria uma boa resposta para a actual situação, terá qualquer possibilidade de ser mantida. Tanto a IL como o Chega são partidos maximalistas, que querem subverter o regime, embora com perspectivas diferentes. Caso mantenham as posturas ideológicas actuais, serão fonte de grande instabilidade ou acabarão por subjugar o PSD aos seus devaneios ideológicos.
O pior, todavia, pode nem chegar de Portugal. Não é impossível que a situação do Médio Oriente se deteriore e o conflito, ainda contido em Gaza, possa alastrar de forma consistente para outras zonas. No entanto, será dos EUA que poderão vir as piores notícias, com a eleição de Donald Trump. Nesse momento, não apenas a Ucrânia terá poucas hipóteses de vencer a guerra, como corre o risco de desaparecer como país independente. A Aliança Atlântica poderá entrar em colapso e a Europa ficará completamente desprotegida e sem capacidade de enfrentar os perigos a que a exporá a desarticulação da NATO. A isto deve somar-se o fim da crença de que as guerras para conquista territorial eram coisa do passado ou de países atrasados. Não será inverosímil ver eclodir conflitos que, em contradição com o direito internacional, tenham por objectivo conquistar território e submeter povos ao jugo de outros. 2024 é o ano de todos os perigos.
O ano de todos os perigos
Vamos sair de 2023 num cenário péssimo, mas o que se prefigura para 2024 é pior
Começámos 2023, com uma guerra no nosso espaço geopolítico, mas com uma tomada de consciência de muitos países da União Europeia de que as melindrosas questões de defesa devem ser levadas muito a sério. Nessa hora, os EUA estavam firmemente empenhados no apoio à Ucrânia. Internamente, tínhamos um governo com maioria absoluta e um Presidente da República com apoio popular. Vamos chegar a 2024, com duas guerras no nosso espaço geopolítico. As divisões na União Europeia no apoio à Ucrânia estão a enfraquecer tanto a Ucrânia como a própria União Europeia. Também os EUA estão manietados, pelas suas instituições, no apoio à Ucrânia. Em Portugal, a Assembleia da República foi dissolvida e o Presidente está sob fogo justicialista.
Vamos sair de 2023 num cenário péssimo, mas o que se prefigura para 2024 é pior. A nível interno, as novas eleições têm grande possibilidade de trazer instabilidade política, com um governo centrado no PSD, mas submetido aos delíquios da Iniciativa Liberal e à berraria justicialista do Chega. Será muito difícil que uma geringonça de direita seja tão inócua para o regime como foi a de esquerda. A haver uma geringonça de direita, dificilmente a postura equilibrada do PSD, resultante de um jogo entre a sua tradição liberal-conservadora e a sua pretensão social-democrata, o que seria uma boa resposta para a actual situação, terá qualquer possibilidade de ser mantida. Tanto a IL como o Chega são partidos maximalistas, que querem subverter o regime, embora com perspectivas diferentes. Caso mantenham as posturas ideológicas actuais, serão fonte de grande instabilidade ou acabarão por subjugar o PSD aos seus devaneios ideológicos.
O pior, todavia, pode nem chegar de Portugal. Não é impossível que a situação do Médio Oriente se deteriore e o conflito, ainda contido em Gaza, possa alastrar de forma consistente para outras zonas. No entanto, será dos EUA que poderão vir as piores notícias, com a eleição de Donald Trump. Nesse momento, não apenas a Ucrânia terá poucas hipóteses de vencer a guerra, como corre o risco de desaparecer como país independente. A Aliança Atlântica poderá entrar em colapso e a Europa ficará completamente desprotegida e sem capacidade de enfrentar os perigos a que a exporá a desarticulação da NATO. A isto deve somar-se o fim da crença de que as guerras para conquista territorial eram coisa do passado ou de países atrasados. Não será inverosímil ver eclodir conflitos que, em contradição com o direito internacional, tenham por objectivo conquistar território e submeter povos ao jugo de outros. 2024 é o ano de todos os perigos.
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |
![]() Gisèle Pelicot vive e cresceu em França. Tem 71 anos. Casou-se aos 20 anos de idade com Dominique Pelicot, de 72 anos, hoje reformado. Teve dois filhos. Gisèle não sabia que a pessoa que escolheu para estar ao seu lado ao longo da vida a repudiava ao ponto de não suportar a ideia de não lhe fazer mal, tudo isto em segredo e com a ajuda de outros homens, que, como ele, viviam vidas aparentemente, parcialmente e eticamente comuns. |
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