Más companhias
Em vez do revolucionário Marx, talvez seja mais interessante recorrer a quatro velhos e contumazes reaccionários. Não para deles extrair uma política, mas para nos ajudarem a construir quadros mentais para interpretar um mundo que se tornou estranho e ameaçador. Quem são as luminárias? Em primeiro lugar, Joseph de Maistre, o grande pensador da contra-revolução francesa, o feroz inimigo do pensamento iluminista, o defensor de um catolicismo intransigente e tradicionalista. Em segundo lugar, Friedrich Nietzsche, o pessimista que diagnosticou o niilismo da cultura europeia. O terceiro é Oswald Spengler, o alemão que escreveu O Declínio do Ocidente, o livro publicado em 1918 e que nos fala da decadência da Europa e do mundo europeu. Por fim, Samuel Huntington o conservador norte-americano que defendeu que os grandes conflitos do século XXI não seriam ideológicos mas culturais e civilizacionais.
Haverá quem diga que ando com más companhias. Quando se caminha para os 60 anos, a natureza das companhias torna-se contudo pouco importante. O fundamental é não se deixar iludir como se se tivesse 17 anos. O que temos à nossa frente não é o caminho glorioso para a sociedade sem classes ou sequer para uma sociedade aberta e justa, mas um mundo complexo, onde as ameaças são muito mais amplas e presentes do que o bom senso e o equilíbrio. Estes quatro autores – independentemente da profundidade de cada um – têm um dom que nestes tempos é essencial: não vendem optimismo nem distribuem ilusões. O que nos dizem é desagradável de escutar e não é feito para corações sentimentais. Mas quem é que, hoje em dia, acha este mundo um lugar respeitável onde a esperança é possível? Quem dá um cêntimo pelo futuro da Europa?
Más companhias
Em vez do revolucionário Marx, talvez seja mais interessante recorrer a quatro velhos e contumazes reaccionários. Não para deles extrair uma política, mas para nos ajudarem a construir quadros mentais para interpretar um mundo que se tornou estranho e ameaçador. Quem são as luminárias? Em primeiro lugar, Joseph de Maistre, o grande pensador da contra-revolução francesa, o feroz inimigo do pensamento iluminista, o defensor de um catolicismo intransigente e tradicionalista. Em segundo lugar, Friedrich Nietzsche, o pessimista que diagnosticou o niilismo da cultura europeia. O terceiro é Oswald Spengler, o alemão que escreveu O Declínio do Ocidente, o livro publicado em 1918 e que nos fala da decadência da Europa e do mundo europeu. Por fim, Samuel Huntington o conservador norte-americano que defendeu que os grandes conflitos do século XXI não seriam ideológicos mas culturais e civilizacionais.
Haverá quem diga que ando com más companhias. Quando se caminha para os 60 anos, a natureza das companhias torna-se contudo pouco importante. O fundamental é não se deixar iludir como se se tivesse 17 anos. O que temos à nossa frente não é o caminho glorioso para a sociedade sem classes ou sequer para uma sociedade aberta e justa, mas um mundo complexo, onde as ameaças são muito mais amplas e presentes do que o bom senso e o equilíbrio. Estes quatro autores – independentemente da profundidade de cada um – têm um dom que nestes tempos é essencial: não vendem optimismo nem distribuem ilusões. O que nos dizem é desagradável de escutar e não é feito para corações sentimentais. Mas quem é que, hoje em dia, acha este mundo um lugar respeitável onde a esperança é possível? Quem dá um cêntimo pelo futuro da Europa?
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |