• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quarta, 09 Outubro 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sáb.
 24° / 16°
Céu nublado com aguaceiros e trovoadas
Sex.
 22° / 14°
Céu nublado com aguaceiros e trovoadas
Qui.
 22° / 13°
Períodos nublados com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  22° / 14°
Céu nublado com chuva moderada
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Ai, Maio, como crescem os lucros dos bancos! - antónio mário santos

Opinião  »  2023-05-15  »  António Mário Santos

" “O espectáculo diário é tão triste e tão explorado pelos donos e lambe-cus desta ópera bufa que é o Portugal de 2023."

Um pós 49.º aniversário do 25 de Abril deixou-me às turras com a memória dos discursos da Assembleia da República. Da birra malcriada e batuqueira fascista do Chega, ao discurso e bofetada inteligente do presidente da República Brasileira Lula da Silva. Das patacoadas verborreicas de ministros e adjuntos dum governo em contínua peixeirada. Da farsa vicentina em que se está a tranformar o assunto gravíssimo da TAP. Da história trágico-burlesca dos processos do antigo primeiro-ministro socialista Sócrates. Todos, para vergonha da justiça portuguesa, a caminho da prescrição. Exemplos deste moralista país de brandos costumes, que foi varrendo para debaixo do tapete as desvergonhas públicas, dos professores aos médicos, do trabalhador indiferenciado ao comerciante sem clientela e ao pequeno e médio agricultor a deixar-se levar pelos grandes agrários habituados ao proteccionismo do Estado.

Há um país que perdeu o bolo de aniversário e não sabe onde colocar as velas em que, após quase cinquenta anos de ditadura salazaristo-marcelista de repressão, censura, guerra, prisões, emigração e morte, se descobriu o braço civil do MFA, e ao sair à rua, assegurou a simbologia do cravo libertador no cano da espingarda. E cimentou essa aliança no 1.º de Maio seguinte, quando a alegria e a espontaneidade correram mundo, como uma nova esperança para a liberdade e desenvolvimento dos povos subjugados.

49 anos decorridos vê os engravatados do liberalismo partidário discursarem em nome do que nunca acreditaram e, por muitas benesses que lhe anunciem com os dinheiros da União Europeia, encontra os seus filhos e netos de mala aviada, a abandonarem o país, em busca de trabalho e condições dignas de vida mundo fora. E não são os vencimentos ou as reformas que aufere que lhe permitem o gozo pátrio dessa estranha liberdade nas discursatas dos defensores desta democracia a que chegámos, porque não é consentânea com o desconforto ante a subida galopante duma inflacção que enriquece em cada dia a banca e os novos donos dito tudo. Atormenta-o o medo da perda da casa que arrendou ou adquiriu com um empréstimo, ante as facilidades dum imigrante estrangeiro com regalias que lhe retiraram, e o substitui sem problema financeiro. A imagem do futuro imediato escurece ainda mais com a gravidade duma seca ambiental, que a ilusão do turismo e do urbanismo de luxo contrariam com aprovações de bairros urbanos com moradias com piscinas, ou hotéis de muitas estrelas, onde a água que não irriga os campos e mata a sede aos necessitados, corre ao gosto do desenvolvimento turístico.

Sente que foi, algures, traído no seu desejo de partilha do desenvolvimento democrático. A fatia do bolo que era sua, de direito, alguém lhe fez mão ligeira e lhe deixou o guardanapo seco.

49 anos depois de promessa incumpridas e frustrações contínuas, fingir que não entende o que se passa e quem o explora, já nem a ele mesmo a justificação convence. O espectáculo diário é tão triste e tão explorado pelos donos e lambe-cus desta ópera bufa que é o Portugal de 2023, que não passa duma mistificação dessa aliança de 1974.

É necessário recuperar esse Abril e Maio, acredite.

 

 

 

 

 

 Outras notícias - Opinião


30 anos: o JT e a política - joão carlos lopes »  2024-09-30  »  João Carlos Lopes

Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana.
(ler mais...)


Não tenho nada para dizer - carlos tomé »  2024-09-23  »  Carlos Tomé

Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”.

 Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante,

 Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada.
(ler mais...)


Três décadas a dar notícias - antónio gomes »  2024-09-23  »  António Gomes

Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido.
(ler mais...)


Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos »  2024-09-23  »  António Mário Santos

Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade.

Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local.
(ler mais...)


Trente Glorieuses - carlos paiva »  2024-09-23  »  Carlos Paiva

Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal.
(ler mais...)


30 anos contra o silêncio - josé mota pereira »  2024-09-23  »  José Mota Pereira

Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve.
(ler mais...)


A dimensão intelectual da extrema-direita - jorge carreira maia »  2024-09-23  »  Jorge Carreira Maia

Quando se avalia o crescimento da extrema-direita, raramente se dá atenção à dimensão cultural. Esta é rasurada de imediato pois considera-se que quem apoia o populismo radical é, por natureza, inculto, crente em teorias da conspiração e se, por um acaso improvável, consegue distinguir o verdadeiro do falso, é para escolher o falso e escarnecer o verdadeiro.
(ler mais...)


Falta poesia nos corações (ditos) humanos »  2024-09-19  »  Maria Augusta Torcato

No passado mês de agosto revisitei a peça de teatro de Bertolt Brecht “Mãe coragem”. O espaço em que a mesma foi representada é extraordinário, as ruínas do Convento do Carmo. A peça anterior a que tinha assistido naquele espaço, “As troianas”, também me havia suscitado a reflexão sobre o modo como as situações humanas se vão repetindo ao longo dos tempos.
(ler mais...)


Ministro ou líder do CDS? »  2024-09-17  »  Hélder Dias

Olivença... »  2024-09-17  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-09-09  »  Hélder Dias Bandidos...
»  2024-09-19  »  Maria Augusta Torcato Falta poesia nos corações (ditos) humanos
»  2024-09-17  »  Hélder Dias Ministro ou líder do CDS?
»  2024-09-17  »  Hélder Dias Olivença...
»  2024-09-13  »  Hélder Dias Cat burguer...