O papel dos cidadãos
"Quanto menos conscientes forem os cidadãos, mais facilmente quem ocupa o poder pode abusar. Quanto mais conscientes os cidadãos, maiores são os limites que impõem a quem os governa."
No início do ano lectivo, costumo explicar aos meus alunos de Ciência Política que a política é o lugar do mal. No seguimento da lição de Thomas Hobbes, tento mostrar-lhes que a política existe porque nós não somos moralmente irrepreensíveis e, movidos por interesses egoístas, fazemos mal uns aos outros. Sublinho, também, que a forma como o poder limita e castiga o mal é também ela uma figura do mal. O poder reprime o mal através do mal, a chamada violência legítima. Por fim, saliento que a política, vista como exercício do poder, contém em si uma possibilidade de mal ainda mais terrível que as anteriores. Trata-se da hipótese daqueles que governam o fazerem em proveito próprio, enriquecendo ilicitamente, promovendo os seus amigos, perseguindo os opositores e oprimindo a população em geral.
Refiro-lhes, depois, que apesar da política estar intrinsecamente ligada à existência do mal, o seu exercício é fundamental e nobre. Evitar que o mal se propague, destrua a paz pública e desarticule a comunidade, mesmo que isso seja feito através da violência legítima, é uma tarefa digna e que merece grande louvor. Por fim, chamo a atenção para a aparente contradição que cada um de nós, cidadãos, exibe perante o poder político. Por um lado, queremos que ele seja forte e, por outro, que seja fraco. Queremos que tenha força suficiente para defender a nossa segurança e os nossos direitos, mas, ao mesmo tempo, queremos que não tenha força para nos oprimir ou para usar o poder em proveito de quem o ocupa.
Aquilo que gosto de sublinhar é que não podemos, em democracia, olhar a política sem compreender o papel dos cidadãos na limitação do mal. A estes não cabe apenas respeitar a lei ou participar na vida política como actores políticos. Enquanto cidadãos, têm o dever de olhar para a política de forma a limitar o abuso do poder, restringir as possibilidades dos agentes políticos praticarem o mal ilegítimo. Quanto menos conscientes forem os cidadãos, mais facilmente quem ocupa o poder pode abusar. Quanto mais conscientes os cidadãos, maiores são os limites que impõem a quem os governa. E este é um dos problema da democracia portuguesa. A maioria dos cidadãos ou não se interessa pela política ou é fanática, transformando a política numa deplorável competição futebolística. Enquanto assim for, a nossa democracia será frágil, os governantes pouco respeitarão as populações e o abuso do poder será uma possibilidade real, a que dificilmente se porá travão.
O papel dos cidadãos
Quanto menos conscientes forem os cidadãos, mais facilmente quem ocupa o poder pode abusar. Quanto mais conscientes os cidadãos, maiores são os limites que impõem a quem os governa.
No início do ano lectivo, costumo explicar aos meus alunos de Ciência Política que a política é o lugar do mal. No seguimento da lição de Thomas Hobbes, tento mostrar-lhes que a política existe porque nós não somos moralmente irrepreensíveis e, movidos por interesses egoístas, fazemos mal uns aos outros. Sublinho, também, que a forma como o poder limita e castiga o mal é também ela uma figura do mal. O poder reprime o mal através do mal, a chamada violência legítima. Por fim, saliento que a política, vista como exercício do poder, contém em si uma possibilidade de mal ainda mais terrível que as anteriores. Trata-se da hipótese daqueles que governam o fazerem em proveito próprio, enriquecendo ilicitamente, promovendo os seus amigos, perseguindo os opositores e oprimindo a população em geral.
Refiro-lhes, depois, que apesar da política estar intrinsecamente ligada à existência do mal, o seu exercício é fundamental e nobre. Evitar que o mal se propague, destrua a paz pública e desarticule a comunidade, mesmo que isso seja feito através da violência legítima, é uma tarefa digna e que merece grande louvor. Por fim, chamo a atenção para a aparente contradição que cada um de nós, cidadãos, exibe perante o poder político. Por um lado, queremos que ele seja forte e, por outro, que seja fraco. Queremos que tenha força suficiente para defender a nossa segurança e os nossos direitos, mas, ao mesmo tempo, queremos que não tenha força para nos oprimir ou para usar o poder em proveito de quem o ocupa.
Aquilo que gosto de sublinhar é que não podemos, em democracia, olhar a política sem compreender o papel dos cidadãos na limitação do mal. A estes não cabe apenas respeitar a lei ou participar na vida política como actores políticos. Enquanto cidadãos, têm o dever de olhar para a política de forma a limitar o abuso do poder, restringir as possibilidades dos agentes políticos praticarem o mal ilegítimo. Quanto menos conscientes forem os cidadãos, mais facilmente quem ocupa o poder pode abusar. Quanto mais conscientes os cidadãos, maiores são os limites que impõem a quem os governa. E este é um dos problema da democracia portuguesa. A maioria dos cidadãos ou não se interessa pela política ou é fanática, transformando a política numa deplorável competição futebolística. Enquanto assim for, a nossa democracia será frágil, os governantes pouco respeitarão as populações e o abuso do poder será uma possibilidade real, a que dificilmente se porá travão.
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