Incertos são os tempos, como os contratempos - antónio mário santos
Opinião » 2023-05-24 » António Mário Santos"“E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, é assolado por um leque de maldições."
Acredito que o calor súbito destrambelhe o mais avisado. As mudanças bruscas de temperatura acompanhadas de ventos em assobiadelas enlouquecidas, desatinam os mais precautos, já de si com os nervos a desmalharam a teia da lucidez, após anos de grande aperto, como os da pandemia covídica. Se a alka-seltzer dos pós-almoços ajuda a modorrar a cerviz da flatulência, parece que em qualquer salão de feitiçaria não identificado foi lançado sobre os gestores autárquicos do concelho torrejano do PS um anátema que, a cada deliberação, sai estocada.
Rotinizados por décadas de maioria absoluta, apoiados num governo nacional da mesma emblemática e com as sabatinas características da mentalização de salvaguarda, assumiram o poder que lhes foi conferido pelo voto, quais tábuas da lei mosaica entregues como missão divina. Mas, quais Moisés descidos do Sinai e alapardados de espírito pelo contacto da sarça ardente, ante o tempo de autismo a que se entregaram no pôr em prática a seu modo as tábuas da lei, depararam-se com a desesperança crescente dos seus seguidores, que começavam a ver toldada a garantia da estabilidade prometida.
Sem chapéu de sol que os cobrisse, as meninges aqueciam destemperadas e os desacertos começaram a criar-lhes acidentes, quer nos actos, quer nos ditos, ante as dúvidas que a autogestão empírica começara a avolumar nas diversas escritas das gentes do concelho.
E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, com plano estratégico para pesca em água pública na nascente por fábrica aprisionada, é assolado por um leque de maldições, que faz encolher o título mirantista do seu melhor político do ano, ante a intromissão repentina da judiciária no sector do urbanismo e na condenação em tribunal por incumprimento de deliberação da justiça, com publicidade fotográfica na imprensa regional.
Já não bastava o desamor partidário concelhio que o tema corrupção originara nos seus militantes, a ponto de votarem em Assembleia Municipal uma proposta do Bloco de Esquerda sobre a necessidade duma auditoria externa ao sector de urbanismo camarário. Também as questões surgidas interpares oposicionistas da vereação descalcificaram harmonias da herança do passado. E, de repente, juntaram-se quase em bloco, as tempestades: o rio Almonda, a destruição das chaminés da António Alves, a posse efectiva (de quem) dos terrenos e edifícios implantados nos terrenos contratualizados em certas condições com o Nersant e os possíveis (?) projectos em congeminação para a Cancela do Leão, cuja estrada se vai, de antemão, regularizar. No Jardim das Rosas, o alargamento das piscinas em terrenos de defeso do próprio rio. Pelo concelho, um sem número de projectos à espera, ou da tampa comunitária, ou da alpista do orçamento. Pelos resultados da gestão do último ano, talvez umas preces à bem nossa Senhora de Fátima alterem o ritmo das obras aprovadas.
E vem agora mais uma pedrada no charco desta primavera a torcer os miolos e a avisar que a água e o ambiente são um bem precioso demais para ser gastos em devaneios turísticos, como um aeroporto em Santarém, com influência desastrosa na zona do Paul do Boquilobo.
O que é certo é que originou mais um desmentido do discurso presidencial na Assembleia Municipal de Torres Novas, feito por uma conjunto de associações ambientais, diminuindo a já de si frágil percentagem de confiança que a actual vereação socialista, seja pelo clima, seja por incapacidade própria, vai desbaratando.
Incertos são os tempos, como os contratempos - antónio mário santos
Opinião » 2023-05-24 » António Mário Santos“E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, é assolado por um leque de maldições.
Acredito que o calor súbito destrambelhe o mais avisado. As mudanças bruscas de temperatura acompanhadas de ventos em assobiadelas enlouquecidas, desatinam os mais precautos, já de si com os nervos a desmalharam a teia da lucidez, após anos de grande aperto, como os da pandemia covídica. Se a alka-seltzer dos pós-almoços ajuda a modorrar a cerviz da flatulência, parece que em qualquer salão de feitiçaria não identificado foi lançado sobre os gestores autárquicos do concelho torrejano do PS um anátema que, a cada deliberação, sai estocada.
Rotinizados por décadas de maioria absoluta, apoiados num governo nacional da mesma emblemática e com as sabatinas características da mentalização de salvaguarda, assumiram o poder que lhes foi conferido pelo voto, quais tábuas da lei mosaica entregues como missão divina. Mas, quais Moisés descidos do Sinai e alapardados de espírito pelo contacto da sarça ardente, ante o tempo de autismo a que se entregaram no pôr em prática a seu modo as tábuas da lei, depararam-se com a desesperança crescente dos seus seguidores, que começavam a ver toldada a garantia da estabilidade prometida.
Sem chapéu de sol que os cobrisse, as meninges aqueciam destemperadas e os desacertos começaram a criar-lhes acidentes, quer nos actos, quer nos ditos, ante as dúvidas que a autogestão empírica começara a avolumar nas diversas escritas das gentes do concelho.
E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, com plano estratégico para pesca em água pública na nascente por fábrica aprisionada, é assolado por um leque de maldições, que faz encolher o título mirantista do seu melhor político do ano, ante a intromissão repentina da judiciária no sector do urbanismo e na condenação em tribunal por incumprimento de deliberação da justiça, com publicidade fotográfica na imprensa regional.
Já não bastava o desamor partidário concelhio que o tema corrupção originara nos seus militantes, a ponto de votarem em Assembleia Municipal uma proposta do Bloco de Esquerda sobre a necessidade duma auditoria externa ao sector de urbanismo camarário. Também as questões surgidas interpares oposicionistas da vereação descalcificaram harmonias da herança do passado. E, de repente, juntaram-se quase em bloco, as tempestades: o rio Almonda, a destruição das chaminés da António Alves, a posse efectiva (de quem) dos terrenos e edifícios implantados nos terrenos contratualizados em certas condições com o Nersant e os possíveis (?) projectos em congeminação para a Cancela do Leão, cuja estrada se vai, de antemão, regularizar. No Jardim das Rosas, o alargamento das piscinas em terrenos de defeso do próprio rio. Pelo concelho, um sem número de projectos à espera, ou da tampa comunitária, ou da alpista do orçamento. Pelos resultados da gestão do último ano, talvez umas preces à bem nossa Senhora de Fátima alterem o ritmo das obras aprovadas.
E vem agora mais uma pedrada no charco desta primavera a torcer os miolos e a avisar que a água e o ambiente são um bem precioso demais para ser gastos em devaneios turísticos, como um aeroporto em Santarém, com influência desastrosa na zona do Paul do Boquilobo.
O que é certo é que originou mais um desmentido do discurso presidencial na Assembleia Municipal de Torres Novas, feito por uma conjunto de associações ambientais, diminuindo a já de si frágil percentagem de confiança que a actual vereação socialista, seja pelo clima, seja por incapacidade própria, vai desbaratando.
30 anos: o JT e a política - joão carlos lopes » 2024-09-30 » João Carlos Lopes Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana. |
Não tenho nada para dizer - carlos tomé » 2024-09-23 » Carlos Tomé Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”. Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante, Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada. |
Três décadas a dar notícias - antónio gomes » 2024-09-23 » António Gomes Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido. |
Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos » 2024-09-23 » António Mário Santos Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade. Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local. |
Trente Glorieuses - carlos paiva » 2024-09-23 » Carlos Paiva Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal. |
30 anos contra o silêncio - josé mota pereira » 2024-09-23 » José Mota Pereira Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. |
A dimensão intelectual da extrema-direita - jorge carreira maia » 2024-09-23 » Jorge Carreira Maia Quando se avalia o crescimento da extrema-direita, raramente se dá atenção à dimensão cultural. Esta é rasurada de imediato pois considera-se que quem apoia o populismo radical é, por natureza, inculto, crente em teorias da conspiração e se, por um acaso improvável, consegue distinguir o verdadeiro do falso, é para escolher o falso e escarnecer o verdadeiro. |
Falta poesia nos corações (ditos) humanos » 2024-09-19 » Maria Augusta Torcato No passado mês de agosto revisitei a peça de teatro de Bertolt Brecht “Mãe coragem”. O espaço em que a mesma foi representada é extraordinário, as ruínas do Convento do Carmo. A peça anterior a que tinha assistido naquele espaço, “As troianas”, também me havia suscitado a reflexão sobre o modo como as situações humanas se vão repetindo ao longo dos tempos. |
Ministro ou líder do CDS? » 2024-09-17 » Hélder Dias |
Olivença... » 2024-09-17 » Hélder Dias |
» 2024-09-09
» Hélder Dias
Bandidos... |
» 2024-09-19
» Maria Augusta Torcato
Falta poesia nos corações (ditos) humanos |
» 2024-09-17
» Hélder Dias
Ministro ou líder do CDS? |
» 2024-09-17
» Hélder Dias
Olivença... |
» 2024-09-13
» Hélder Dias
Cat burguer... |