O desafio da direita democrática
"PSD e CDS ofereceram ao país uma direita civilizada, empenhada no jogo democrático, dando representação política a uma direita social com peso significativo na comunidade nacional."
Comecemos pelo trivial, mas que muitas vezes é esquecido. O papel do PSD e do CDS tem sido fundamental para a consolidação de um regime democrático-liberal no nosso país. Uma democracia representativa não pode subsistir sem a existência de pluralidade política e de partidos de direita e de esquerda. Quando a ditadura caiu a 25 de Abril de 1974, a construção da democracia enfrentava um enorme problema. Havia uma esquerda estruturada na oposição, com partidos organizados e passado político de combate à ditadura. A direita estava, com excepções honrosas mas raras, comprometida com o regime deposto. Dissolvida a ANP de Marcelo Caetano, a direita não tinha organização política.
É aqui que entram o PSD e o CDS – ambos com um conjunto notável de personalidades – que vão integrar a direita no regime democrático, contribuindo para a sua consolidação. Nestes 45 anos de democracia, tanto o PSD como o CDS mantiveram-se fiéis à democracia liberal. Defenderam e defendem propostas políticas discutíveis, como as dos outros partidos, mas nunca houve neles uma tentação autoritária. Ofereceram ao país uma direita civilizada, empenhada no jogo democrático, dando representação política a uma direita social com peso significativo na comunidade nacional.
Neste momento, ambos os partidos enfrentam um problema que também afecta o país político. O crescimento dos populismos iliberais de direita na Europa, a súbita explosão do Vox em Espanha e a eleição de um deputado do Chega podem pôr a nu uma situação que a bonança dos tempos ocultou. Uma parte da direita social portuguesa – um pouco à semelhança da espanhola – não se revê no regime democrático, nas suas regras e na obrigatoriedade de tolerar a esquerda. Esta direita, como se está a descobrir, não suporta Marcelo Rebelo de Sousa e não confia já nos partidos de direita do sistema, PSD e CDS, os quais sempre foram mais democráticos do que esses seus eleitores.
O PSD e o CDS – este em estado grave de saúde – enfrentam um desafio importante lançado pela direita autoritária e populista. Como vão reagir à possível deserção, nos próximos tempos, de uma parte da direita social para a extrema-direita? Vão ser fiéis à sua matriz fundadora – e fundadora do regime – ou vão deixar-se arrastar pela facilidade do discurso iliberal e populista do Chega? Este é um problema que a direita enfrenta, mas não só. Uma democracia liberal necessita tanto do suporte da esquerda como da direita. O problema que afecta o PSD e o CDS não é apenas deles, mas também do regime democrático e da própria esquerda que se revê no modelo ocidental de democracia.
O desafio da direita democrática
PSD e CDS ofereceram ao país uma direita civilizada, empenhada no jogo democrático, dando representação política a uma direita social com peso significativo na comunidade nacional.
Comecemos pelo trivial, mas que muitas vezes é esquecido. O papel do PSD e do CDS tem sido fundamental para a consolidação de um regime democrático-liberal no nosso país. Uma democracia representativa não pode subsistir sem a existência de pluralidade política e de partidos de direita e de esquerda. Quando a ditadura caiu a 25 de Abril de 1974, a construção da democracia enfrentava um enorme problema. Havia uma esquerda estruturada na oposição, com partidos organizados e passado político de combate à ditadura. A direita estava, com excepções honrosas mas raras, comprometida com o regime deposto. Dissolvida a ANP de Marcelo Caetano, a direita não tinha organização política.
É aqui que entram o PSD e o CDS – ambos com um conjunto notável de personalidades – que vão integrar a direita no regime democrático, contribuindo para a sua consolidação. Nestes 45 anos de democracia, tanto o PSD como o CDS mantiveram-se fiéis à democracia liberal. Defenderam e defendem propostas políticas discutíveis, como as dos outros partidos, mas nunca houve neles uma tentação autoritária. Ofereceram ao país uma direita civilizada, empenhada no jogo democrático, dando representação política a uma direita social com peso significativo na comunidade nacional.
Neste momento, ambos os partidos enfrentam um problema que também afecta o país político. O crescimento dos populismos iliberais de direita na Europa, a súbita explosão do Vox em Espanha e a eleição de um deputado do Chega podem pôr a nu uma situação que a bonança dos tempos ocultou. Uma parte da direita social portuguesa – um pouco à semelhança da espanhola – não se revê no regime democrático, nas suas regras e na obrigatoriedade de tolerar a esquerda. Esta direita, como se está a descobrir, não suporta Marcelo Rebelo de Sousa e não confia já nos partidos de direita do sistema, PSD e CDS, os quais sempre foram mais democráticos do que esses seus eleitores.
O PSD e o CDS – este em estado grave de saúde – enfrentam um desafio importante lançado pela direita autoritária e populista. Como vão reagir à possível deserção, nos próximos tempos, de uma parte da direita social para a extrema-direita? Vão ser fiéis à sua matriz fundadora – e fundadora do regime – ou vão deixar-se arrastar pela facilidade do discurso iliberal e populista do Chega? Este é um problema que a direita enfrenta, mas não só. Uma democracia liberal necessita tanto do suporte da esquerda como da direita. O problema que afecta o PSD e o CDS não é apenas deles, mas também do regime democrático e da própria esquerda que se revê no modelo ocidental de democracia.
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Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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