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O meu pai de fato azul escuro e gravata e um bem visível cravo vermelho. Naquele momento. senti-me compensado pela espera de 22 anos desde o negro Abril de 1953.

Opinião  »  2020-05-09  »  José Alves Pereira

"EM ABRIL CRAVOS MIL"

De quantos Abris se faz uma vida que já vai longa? Cada um contará os seus, aqueles que não se medem pelo calendário, mas são marcos de destaque e lembrança. É o caso do 25 de Abril, data fronteira entre o antes e o depois; um antes que se vai escoando com a memória dos que o viveram e vão desaparecendo, e um depois que o não pode olvidar. Reporto alguns que vivi, de modo sucinto, por já os ter abordado noutros textos.

Em 16 de Abril de 1953 o meu pai, também um tio e outros torrejanos, foram presos e levados para o forte de Caxias. Com quatro filhos em casa, a situação complicou-se e eu fui viver com uns tios que moravam num 2.º andar de uma casa modesta, numa ruela de de Lisboa. Após ano e meio, ingressei na escola primária, em Torres Novas.
Corro por anos enovelados, sem lembrança, até Abril de 1972, que por um episódio particular guardarei com mais pormenor para outra ocasião. Salto para 1973, em que no início de Abril integro a Comissão Nacional do III Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro, de onde saíram as Teses sementes do programa do MFA.
E chegou o dia redentor, que me vai encontrar em Lisboa: o 25 de Abril de 1974. Pelas 9 horas, já estou no Terreiro do Paço, engrossando a torrente de vontades que impelem Salgueiro Maia a “fazer o que tem de ser feito” .

Chegados a 25 de Abril de 1975, os portugueses vão ter as suas primeiras eleições livres para escolha dos deputados que hão-de elaborar a nova Constituição da República. Nesse acto, estou como presidente de uma mesa de voto, na Assembleia da Freguesia de São Pedro, a funcionar no pavilhão da EICTN, hoje escola Maria Lamas. Afluência enorme, dezenas de eleitores nas filas. Entre eles estão os meus pais, com os seus melhores vestires, orgulhosos do momento. O meu pai de fato azul escuro e gravata e um bem visível cravo vermelho. Naquele momento. senti-me compensado pela espera de 22 anos desde o negro Abril de 1953.

Anos e anos seguintes, foi na Avenida da Liberdade, entre a multidão, que me encontrei. Neste Abril de 2020, tal como no 1.º de Maio, muita coisa foi diferente. Foi um tempo de clarificação. Durante anos, crucitaram que as cerimónias precisavam de se reinventar, que eram mensagens já sem sentido, no que eram acompanhados por alguns democratas, acomodados ao discurso dominante. Este ano saiu-lhes o grande argumento com a situação do país! Com uma comunicação social infestada de comentadores de direita, um ou outro da esquerda útil e jornalistas q.b. erigem cenários de alarme, populismo rasteiro e reaccionarice para escamotear o que verdadeiramente vêm escondendo há 46 anos. Se é verdade que o 25 de Abril não tem donos, como enfaticamente repetem, verdade é também que há demasiados candidatos a coveiros dos seus valores. Se dizem respeitar o 25 de Abril, então o que lhes azeda a alma? É que esta democracia tem trabalhadores a mais, organizações sindicais que não se rendem aos cânticos dos arautos da submissão, uma esquerda que se organiza, luta e desce à rua, não mendiga favores nas redes sociais, que é consequente com as lutas da resistência à ofensiva anti-laboral em curso. Esta postura confronta, também, muitos democratas com as suas “pequenas” capitulações e isso é incómodo. Em resumo, o que desejariam era que a dimensão do 25 de Abril de 1974 tivesse terminado no próprio dia 25 de Abril de 1974. Tirava-se o ditador, elegia-se um “democrata” com outra música mas a mesma orquestra, e siga a marcha do povinho amouchado. Com as tentativas de condicionamento, deturpação e mesmo mentira, foi preciso reinventar as comemorações e resistir à capitulação. Por mim, como tantos outros, juntei-me na rua com alguns camaradas, com o resguardo que a situação impõe, e como a voz não confinava, entoámos o hino que Abril consagrou. O cintilar exaltante do 25 de Abril não pode ser apagado por nenhuma denegação posterior.

Há anos, em resposta a um inquérito sobre o que pensava, antes do 25 de Abril, que a liberdade me traria, escrevi: “Apesar das contradições, dos avanços e recuos, das expectativas não realizadas, sei que o Portugal de hoje é substancialmente melhor do que era e do que no curto prazo pensava poder ser. Entendo as contradições e os antagonismos próprias do regime democrático, mesmo com as suas derivas classistas e os cheiros do antigamente, entendo o debate e o contraditório como uma questão fulcral do desenvolvimento das sociedades, de todas as sociedades e regimes, e nesse sentido e situando-me do ponto em que estávamos, direi que foi muito o caminho andado, embora esteja aquém das utopias e dos caminhos redentores das sociedade perfeitas que prenchiam o nosso imaginário de resistentes.”

 

 

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