A campanha eleitoral - jorge carreira maia
Pede-se que as campanhas eleitorais sejam esclarecedoras, o que pressupõe a existência de um público a ser esclarecido. Esta ideia de esclarecimento está ligada à ideia de verdade. Esclarecer significa permitir aos eleitores o acesso à verdade. Se as campanhas eleitorais visassem o esclarecimento e, através dele, o acesso à verdade, então elas tornar-se-iam numa espécie de encontros filosóficos, nos quais os vários agentes políticos se empenhariam, de modo cooperativo, a eliminar os erros para que a verdade brilhasse. Esta ideia é absurda. As campanhas eleitorais não visam a verdade, mas o convencimento. Os políticos não querem esclarecer os eleitores, mas persuadi-los a votar no seu partido, a sufragar o seu programa para poderem chegar à governação. Isto é assim, porque a verdade não é o que está em jogo na política.
Para o cidadão, o que está em jogo na política é a justiça. Contudo, uma concepção de justiça não é mais verdadeira que outra. Um partido que defenda que é injusto cobrar impostos progressivos (quanto mais rendimentos, maior percentagem de impostos se paga) para auxiliar os mais desfavorecidos não tem uma posição mais verdadeira do que um outro partido que se proponha cobrar impostos progressivos, para que a sociedade seja menos desigual. Não se pode afirmar que uma destas ideias de justiça é mais verdadeira que a outra porque não existe nenhuma definição universal de justiça que informe de modo absoluto o que ela é. Os cidadãos vão escolher uma ou outra baseados ou no seu interesse pessoal ou no seu sentimento particular do que é a justiça, mas não porque a campanha eleitoral o informa da verdade. O que ela faz é persuadir os eleitores apelando aos interesses e sentimentos pessoais.
Para os agentes políticos, o que está em jogo é o poder, alcançá-lo ou não o perder. Isto não significa que os políticos não tenham ideias e visões políticas sobre o que é a sociedade justa. Significa apenas que sem o poder qualquer visão política é impotente. Os políticos, na campanha eleitoral, não estão preocupados com a verdade, mas com o poder. Agirão para o conquistar. A sua acção não quer esclarecer os eleitores do que é a verdade dos assuntos políticos, mas convencer que são os melhores para realizar os interesses dos eleitores ou para satisfazer os seus sentimentos sobre o que é a sociedade mais justa. Em caso nenhum, porém, a campanha eleitoral tem alguma coisa que ver com a verdade. Na realidade, é um exercício publicitário de manipulação das consciências, sendo uns políticos mais boçais, sendo outros mais sofisticados.
A campanha eleitoral - jorge carreira maia
Pede-se que as campanhas eleitorais sejam esclarecedoras, o que pressupõe a existência de um público a ser esclarecido. Esta ideia de esclarecimento está ligada à ideia de verdade. Esclarecer significa permitir aos eleitores o acesso à verdade. Se as campanhas eleitorais visassem o esclarecimento e, através dele, o acesso à verdade, então elas tornar-se-iam numa espécie de encontros filosóficos, nos quais os vários agentes políticos se empenhariam, de modo cooperativo, a eliminar os erros para que a verdade brilhasse. Esta ideia é absurda. As campanhas eleitorais não visam a verdade, mas o convencimento. Os políticos não querem esclarecer os eleitores, mas persuadi-los a votar no seu partido, a sufragar o seu programa para poderem chegar à governação. Isto é assim, porque a verdade não é o que está em jogo na política.
Para o cidadão, o que está em jogo na política é a justiça. Contudo, uma concepção de justiça não é mais verdadeira que outra. Um partido que defenda que é injusto cobrar impostos progressivos (quanto mais rendimentos, maior percentagem de impostos se paga) para auxiliar os mais desfavorecidos não tem uma posição mais verdadeira do que um outro partido que se proponha cobrar impostos progressivos, para que a sociedade seja menos desigual. Não se pode afirmar que uma destas ideias de justiça é mais verdadeira que a outra porque não existe nenhuma definição universal de justiça que informe de modo absoluto o que ela é. Os cidadãos vão escolher uma ou outra baseados ou no seu interesse pessoal ou no seu sentimento particular do que é a justiça, mas não porque a campanha eleitoral o informa da verdade. O que ela faz é persuadir os eleitores apelando aos interesses e sentimentos pessoais.
Para os agentes políticos, o que está em jogo é o poder, alcançá-lo ou não o perder. Isto não significa que os políticos não tenham ideias e visões políticas sobre o que é a sociedade justa. Significa apenas que sem o poder qualquer visão política é impotente. Os políticos, na campanha eleitoral, não estão preocupados com a verdade, mas com o poder. Agirão para o conquistar. A sua acção não quer esclarecer os eleitores do que é a verdade dos assuntos políticos, mas convencer que são os melhores para realizar os interesses dos eleitores ou para satisfazer os seus sentimentos sobre o que é a sociedade mais justa. Em caso nenhum, porém, a campanha eleitoral tem alguma coisa que ver com a verdade. Na realidade, é um exercício publicitário de manipulação das consciências, sendo uns políticos mais boçais, sendo outros mais sofisticados.
![]() Nos últimos dias do ano veio a revelação da descoberta de mais um trilho de pegadas de dinossauros na Serra de Aire. Neste canto do mundo, outras vidas que aqui andaram, foram deixando involuntariamente o seu rasto e na viagem dos tempos chegaram-se a nós e o passado encontra-se com o presente. |
![]() É um banco, talvez, feliz! Era uma vez um banco. Não. É um banco e um banco, talvez, feliz! E não. Não é um banco dos que nos desassossegam pelo que nos custam e cobram, mas dos que nos permitem sossegar, descansar. |
![]() O milagre – a eventual vitória de Kamala Harris nas eleições norte-americanas – esteve longe, muito longe, de acontecer. Os americanos escolheram em consciência e disseram claramente o que queriam. Não votaram enganados ou iludidos; escolheram o pior porque queriam o pior. |
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![]() Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana. |
![]() Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”. Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante, Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada. |
![]() Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido. |
![]() Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade. Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local. |
![]() Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal. |
![]() Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. |