Odores a granel: marketing olfativo ou cascomia?
"Ora, por aqui onde me encontro, na odorífera capital da pele, vive-se em plenitude"
Afinal, tenho uma boa justificação, científica até, para a constância desta minha zanga e para este estado de cansaço e ausência de vontade que teimam em desaparecer e me têm feito a vida negra, nestes últimos tempos, além de muito mal cheirosa.
Segundo a ciência, a capacidade de cheirar e sentir odores pode influenciar o humor e provocar sensações de mal estar, caso o odor não seja o melhor, e que o nosso nariz é capaz de sentir até mil milhões de cheiros diferentes (Ai, meu Deus, tantos cheiros!). Acresce que a capacidade odorífera se “desliga” quando estamos a dormir - é talvez por isso que muitos cheiros gostam particularmente da calada da noite.
Ora, por aqui onde me encontro, na odorífera capital da pele, vive-se em plenitude não sei se uma estratégia de marketing olfativo ou uma cascomia, pois não consigo descortinar. Mas a minha não descortinação só se pode prender com a confusão mental que estes cheiros que por aqui proliferam me têm provocado. A confusão mental, creio, não é só minha. Se houver meia dúzia de pessoas ainda não atingidas é o muito.
E isto porquê? Eis um exemplo: então não é que, não bastando os cheiros virem até nós, mesmo que não os queiramos ou deles desejemos fugir, não há agora um dia por semana em que é possível fazer excursões para aferir bem a origem e natureza desses cheiros? É o mesmo que abrir, para romaria popular, a sala de operações de um hospital, depois de uma operação ter corrido menos bem. Era talvez uma visita interessante. Não sei é se resolveria o problema.
Talvez se baralhasse o problema, ou então se baralhasse a origem do problema e se baralhassem também as mentes que procuram a razão e a solução para o problema. Aliás, nada há melhor do que baralhar as mentes para que, qualquer dia, as vítimas ou os carrascos, dependendo da perspetiva, sem darem por isso, invertam os papéis. Ou então, está tudo tão misturado e indefinido que a culpa é de todos e não é de ninguém. Uma, entre muitas das inevitabilidades apontadas, é que há que agradecer e ser fiel a um trabalho, mesmo que exija a nossa morte, porque se precisa de viver. O pior é que quem pensa assim já está morto. É tal qual como na fábula “ A rã e o escorpião”. E, seja quem for que coloquemos no lugar da rã ou do escorpião, o resultado será sempre o mesmo: ambos ficam prejudicados, um pela sua bondade e ingenuidade, o outro pela sua natureza.
De tudo quanto tenho lido, creio que se vai generalizando a ideia da inevitabilidade dos cheiros e da incapacidade de se encontrar a sua razão de ser e, consequentemente, a solução para os maus odores, mesmo que as desodorizações venham a funcionar. A verdade é que eu esperava mais, mais a todos os níveis. Esperava explicações e ações razoáveis que uma leiga cidadã pudesse entender. É a minha confusão mental! Uma coisa eu garanto: não me inscreverei para a dita excursão.
Mesmo imbuída de espírito de romaria, não poderia nunca dar contributos para a resolução do problema, porque acho que isso cabe aos profissionais e aos responsáveis e é para isso que lá estão. E também não gostaria que a minha peregrinação viesse, quiçá, a ser interpretada (ou construída), qual hipálage, como uma declaração de compreensão das inevitabilidades e decorrente anuência.
É por haver, ou se pensar que há, tantas inevitabilidades que o mundo está como está. Assim, resta-nos aguardar pela intervenção divina e pela sua ação sobre as condições atmosféricas, para que retornemos a uma paz agradavelmente odorífera. Espera-se, também, e uma vez que o cheiro tem um efeito direto na forma como nos sentimos, que isso seja motivador para se melhorar, tendo em vista, por exemplo, os desempenhos profissional, escolar, social, cívico, económico e outros que tais... e esta capital bem precisa.
E, a não ser que se esteja a aplicar uma estratégia de marketing olfativo, cuja finalidade ainda não alcancei, ou se sofra de cascomia, o que sei é que isto do mau cheiro cheira mesmo mal.
Odores a granel: marketing olfativo ou cascomia?
Ora, por aqui onde me encontro, na odorífera capital da pele, vive-se em plenitude
Afinal, tenho uma boa justificação, científica até, para a constância desta minha zanga e para este estado de cansaço e ausência de vontade que teimam em desaparecer e me têm feito a vida negra, nestes últimos tempos, além de muito mal cheirosa.
Segundo a ciência, a capacidade de cheirar e sentir odores pode influenciar o humor e provocar sensações de mal estar, caso o odor não seja o melhor, e que o nosso nariz é capaz de sentir até mil milhões de cheiros diferentes (Ai, meu Deus, tantos cheiros!). Acresce que a capacidade odorífera se “desliga” quando estamos a dormir - é talvez por isso que muitos cheiros gostam particularmente da calada da noite.
Ora, por aqui onde me encontro, na odorífera capital da pele, vive-se em plenitude não sei se uma estratégia de marketing olfativo ou uma cascomia, pois não consigo descortinar. Mas a minha não descortinação só se pode prender com a confusão mental que estes cheiros que por aqui proliferam me têm provocado. A confusão mental, creio, não é só minha. Se houver meia dúzia de pessoas ainda não atingidas é o muito.
E isto porquê? Eis um exemplo: então não é que, não bastando os cheiros virem até nós, mesmo que não os queiramos ou deles desejemos fugir, não há agora um dia por semana em que é possível fazer excursões para aferir bem a origem e natureza desses cheiros? É o mesmo que abrir, para romaria popular, a sala de operações de um hospital, depois de uma operação ter corrido menos bem. Era talvez uma visita interessante. Não sei é se resolveria o problema.
Talvez se baralhasse o problema, ou então se baralhasse a origem do problema e se baralhassem também as mentes que procuram a razão e a solução para o problema. Aliás, nada há melhor do que baralhar as mentes para que, qualquer dia, as vítimas ou os carrascos, dependendo da perspetiva, sem darem por isso, invertam os papéis. Ou então, está tudo tão misturado e indefinido que a culpa é de todos e não é de ninguém. Uma, entre muitas das inevitabilidades apontadas, é que há que agradecer e ser fiel a um trabalho, mesmo que exija a nossa morte, porque se precisa de viver. O pior é que quem pensa assim já está morto. É tal qual como na fábula “ A rã e o escorpião”. E, seja quem for que coloquemos no lugar da rã ou do escorpião, o resultado será sempre o mesmo: ambos ficam prejudicados, um pela sua bondade e ingenuidade, o outro pela sua natureza.
De tudo quanto tenho lido, creio que se vai generalizando a ideia da inevitabilidade dos cheiros e da incapacidade de se encontrar a sua razão de ser e, consequentemente, a solução para os maus odores, mesmo que as desodorizações venham a funcionar. A verdade é que eu esperava mais, mais a todos os níveis. Esperava explicações e ações razoáveis que uma leiga cidadã pudesse entender. É a minha confusão mental! Uma coisa eu garanto: não me inscreverei para a dita excursão.
Mesmo imbuída de espírito de romaria, não poderia nunca dar contributos para a resolução do problema, porque acho que isso cabe aos profissionais e aos responsáveis e é para isso que lá estão. E também não gostaria que a minha peregrinação viesse, quiçá, a ser interpretada (ou construída), qual hipálage, como uma declaração de compreensão das inevitabilidades e decorrente anuência.
É por haver, ou se pensar que há, tantas inevitabilidades que o mundo está como está. Assim, resta-nos aguardar pela intervenção divina e pela sua ação sobre as condições atmosféricas, para que retornemos a uma paz agradavelmente odorífera. Espera-se, também, e uma vez que o cheiro tem um efeito direto na forma como nos sentimos, que isso seja motivador para se melhorar, tendo em vista, por exemplo, os desempenhos profissional, escolar, social, cívico, económico e outros que tais... e esta capital bem precisa.
E, a não ser que se esteja a aplicar uma estratégia de marketing olfativo, cuja finalidade ainda não alcancei, ou se sofra de cascomia, o que sei é que isto do mau cheiro cheira mesmo mal.
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