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Opinião  »  2018-05-03  »  Maria Augusta Torcato

"Não vale a pena falar de liberdade quando as pessoas vivem com medo"

Abril foi ontem. Maio é hoje. O ontem e o hoje devem dar as mãos e refazer o amanhã. É imperioso. Tal como é imperioso que se saibam os verdadeiros sentidos de abril e de maio. Abril e Maio. Um tem um dia que marca o valor e a conquista da liberdade. O outro o valor do trabalhador e as suas conquistas.

Porém, quem está um bocadinho atento já se deve ter apercebido que a liberdade parece que perdeu a cor e a essência e o trabalhador perdeu quase todas as suas conquistas. E isto acontece ali, além e aqui também.

Há uma grande hipocrisia ao falar-se de e em liberdade, quando se vivem, ainda, em muitos locais de trabalho e na sociedade, situações de prepotência que exigem e mantêm a subserviência; situações de bullying e mobbing, atingindo-se a dignidade do trabalhador e da pessoa que é, retirando-se-lhe qualquer réstea de autoestima e autoconfiança e impedindo-se que seja, de facto, um cidadão livre e verdadeiramente interveniente na sociedade de que deveria fazer parte, mas, no fundo, não faz, porque as suas ideias, as suas vontades e as suas ações são condicionadas e manipuladas e retratam não o que deseja, mas o que outros impõem.

Também se pode falar na liberdade que confere coragem, força e determinação a todos os que vivem situações de falsa liberdade. Mas, para se ser honesto, há que pensar nas grandes dificuldades e nas barreiras que isso implica e no esforço e no sacrifício que qualquer ação exige. E o esforço também cansa, também desgasta e também conduz ao vazio e à indiferença. E pode conduzir à miséria, material, social e psicológica, porque a marginalização e o castigo que vêm dos que reagem à coragem são muitas vezes brutais. E são eles que são o poder e tudo podem.

Quando tantos dos nossos jovens tiveram de abandonar o seu país à procura de trabalho, cortar com as suas raízes e pôr em causa a sua identidade, porque não conseguiam sobreviver, isso não é, de todo, liberdade.

Quando tantos dos jovens que ficaram apenas conseguem empregos precários, mal pagos, às vezes sob a forma de bolsas, subsídios ou favores, e isso não lhes garante uma vida minimamente digna sem o apoio dos pais ou dos avós, isso não é, de todo, liberdade.

Quando tantas e tantas pessoas trabalham, recebendo apenas o ordenado mínimo e com esse mísero valor têm de sustentar a família, provendo apenas a sua sobrevivência, isso não é, de todo, liberdade.

Quando, para se colmatarem as falhas do sistema (falhas propositadas de alguns para benefícios próprios) se assumem essas falhas em atitudes de assistencialismo, caridade e misericórdia, isso não é, de todo, liberdade.

Não vale a pena falar de liberdade quando as pessoas vivem com medo. Medo de tudo. Medo de não ter trabalho. Medo de não ser ressarcido pelo trabalho. Medo de não ser reconhecido. Medo de não conseguir alimentar os filhos. Medo de não conseguir pagar a renda ou o empréstimo da casa. Medo de não poder dar aos filhos aquilo que hoje, mesmo que erradamente, a sociedade exige. Medo de falhar e, por isso, falhar a quem se ama e precisa de si. Medo de não agradar. Medo de ser posto de lado. Medo do que diz e não diz e a quem o diz ou não diz. Medo de não conseguir corresponder ao modelo social e profissional imposto. Medo. Medo até de si. Medos... e com razão: há muito tempo que não se assistia a uma desvalorização tão grande do trabalho e do trabalhador. E nós sabemos que o trabalho confere dignidade. Deveria conferir dignidade.

Assim sendo, talvez valha mesmo a pena falar de liberdade. Dizer muitas vezes a palavra liberdade. Soletrar bem a palavra LI-BER-DA-DE. Dizê-la muitas vezes, mas procurando o seu sabor, o seu sentido, sabendo-lhe todo o gosto. Talvez assim, mesmo com os riscos e as consequências que já se conhecem para quem tem a coragem de a provar seja possível juntar o ontem e o hoje e fazer um amanhã claramente melhor. Mais humano. Em que haja dignidade. Em que aqueles que têm poder tenham capacidade de retirar de cada um dos outros o melhor, cultivando a partilha e a cooperação, num aperfeiçoamento da pessoa e da sociedade. Uma sociedade mais fraterna. Mais humana. Mais igual no respeito pela diferença. Mais justa. Mais feliz. Ali, além e aqui também.

Não me sai da cabeça a canção que diz: “Só há liberdade a sério quando houver/Liberdade de mudar e decidir...”. Ali. Além. E aqui também.

 

 

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