Ano 30 - inês vidal
"“Somos o último reduto escrutinador, que impede o totalitarismo e o caciquismo, tantas vezes apanágio dos poderes locais."
Em 1994 Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhac Rabin recebiam o Prémio Nobel da Paz, o mundo despedia-se de Airton Senna, Tom Jobin e Kurt Cobain, Nelson Mandela assumia a presidência de África do Sul, sendo o primeiro presidente negro daquele país, Berlusconi vencia as legislativas italianas, nascia Harry Styles. Em Portugal, Lisboa era capital europeia da cultura, festejávamos os 20 anos sobre o 25 de Abril e a chamada geração rasca manifestava-se contra Manuela Ferreira Leite. Em Torres Novas, Sérgio Godinho era cabeça de cartaz das festas da cidade, António Rodrigues fazia o balanço do primeiro ano do mandato e nascia o “Jornal Torrejano”. Nascíamos nós, para todos vós.
Nascíamos enquanto alternativa ao único jornal existente no concelho - assumidamente parcial e ligado à causa religiosa - fruto de uma necessidade de informação isenta e pluralista, graças à carolice de uns poucos inconformados que entendiam que os torrejanos mereciam mais. Mais e melhor informação, mais opiniões e espaços de debate.
A informação local e regional, parente pobre da informação, tantas vezes relegada para segundo plano e incompreendida, tem um papel tão ou mais importante que a imprensa nacional. Somos o último reduto escrutinador, que impede o totalitarismo e o caciquismo, tantas vezes apanágio dos poderes locais. É graças ao bom jornalismo regional, não tenho quaisquer dúvidas, que nem tudo é possível quando nos deparamos com maiorias absolutas que, sem perceber que o poder é uma mera ferramenta ao serviço de todos nós, agem como se donos de toda a razão.
É neste contexto, partindo de todas estas premissas, que o “Jornal Torrejano”, o nosso jornal, entra com esta edição no 30.º ano de publicação ininterrupta. Para quem conhece os meandros deste mundo das letras e da imprensa, sabe como isso é uma vitória. São poucos ou nenhuns os jornais independentes que conseguem sobreviver num mundo em que só sobrevive o que é economicamente rentável.
Não somos economicamente rentáveis, não damos lucro, nem sequer almejamos ter fins lucrativos. A nós só nos interessa informar, enaltecer o que é bem feito, criticar o que está mal, mostrar, sem rabos presos ou telhados de vidro, o que se passa na nossa terra.
Uma missão que só conseguimos atingir com o apoio de todos aqueles que colaboram connosco, uns desde de sempre, outros mais recentemente, todos com a mesma vontade de contribuir para uma sociedade mais informada, logo mais democrática. Uma missão que só conseguimos atingir com a ajuda do Cristiano Abegão e da Conceição Gomes, do João Carlos Lopes, do Luís Miguel Fanha, do Carlos Semião e do Élio Batista, de todos os cronistas que nos enriquecem com opiniões diferentes das nossas e de todos os nossos colaboradores que são os nossos olhos e a nossa pena quando e onde não conseguimos estar.
Só conseguimos também graças a todos os anunciantes, que, mesmo no actual contexto adverso, percebem que a publicidade é não só uma ferramenta importante na divulgação e promoção da marca própria, como uma importante ajuda à manutenção de um jornal independente que é a voz de todos nós. Graças aos leitores. Não esqueço os leitores, claro. De que nos valia existir e fazer este esforço para nos mantermos à tona, se não fossem todos aqueles que nos lêem?
É um orgulho imenso ser directora do Jornal Torrejano. Não apenas neste dia, como em todos os outros. Não sei se mereço tal voto de confiança, mas enquanto o tiver, tudo farei, bem como todos aqueles que me acompanham nesta luta, para manter o nosso jornal nas bancas por muitos outros 30 anos.
Obrigada. Continuamos aqui.
Ano 30 - inês vidal
“Somos o último reduto escrutinador, que impede o totalitarismo e o caciquismo, tantas vezes apanágio dos poderes locais.
Em 1994 Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhac Rabin recebiam o Prémio Nobel da Paz, o mundo despedia-se de Airton Senna, Tom Jobin e Kurt Cobain, Nelson Mandela assumia a presidência de África do Sul, sendo o primeiro presidente negro daquele país, Berlusconi vencia as legislativas italianas, nascia Harry Styles. Em Portugal, Lisboa era capital europeia da cultura, festejávamos os 20 anos sobre o 25 de Abril e a chamada geração rasca manifestava-se contra Manuela Ferreira Leite. Em Torres Novas, Sérgio Godinho era cabeça de cartaz das festas da cidade, António Rodrigues fazia o balanço do primeiro ano do mandato e nascia o “Jornal Torrejano”. Nascíamos nós, para todos vós.
Nascíamos enquanto alternativa ao único jornal existente no concelho - assumidamente parcial e ligado à causa religiosa - fruto de uma necessidade de informação isenta e pluralista, graças à carolice de uns poucos inconformados que entendiam que os torrejanos mereciam mais. Mais e melhor informação, mais opiniões e espaços de debate.
A informação local e regional, parente pobre da informação, tantas vezes relegada para segundo plano e incompreendida, tem um papel tão ou mais importante que a imprensa nacional. Somos o último reduto escrutinador, que impede o totalitarismo e o caciquismo, tantas vezes apanágio dos poderes locais. É graças ao bom jornalismo regional, não tenho quaisquer dúvidas, que nem tudo é possível quando nos deparamos com maiorias absolutas que, sem perceber que o poder é uma mera ferramenta ao serviço de todos nós, agem como se donos de toda a razão.
É neste contexto, partindo de todas estas premissas, que o “Jornal Torrejano”, o nosso jornal, entra com esta edição no 30.º ano de publicação ininterrupta. Para quem conhece os meandros deste mundo das letras e da imprensa, sabe como isso é uma vitória. São poucos ou nenhuns os jornais independentes que conseguem sobreviver num mundo em que só sobrevive o que é economicamente rentável.
Não somos economicamente rentáveis, não damos lucro, nem sequer almejamos ter fins lucrativos. A nós só nos interessa informar, enaltecer o que é bem feito, criticar o que está mal, mostrar, sem rabos presos ou telhados de vidro, o que se passa na nossa terra.
Uma missão que só conseguimos atingir com o apoio de todos aqueles que colaboram connosco, uns desde de sempre, outros mais recentemente, todos com a mesma vontade de contribuir para uma sociedade mais informada, logo mais democrática. Uma missão que só conseguimos atingir com a ajuda do Cristiano Abegão e da Conceição Gomes, do João Carlos Lopes, do Luís Miguel Fanha, do Carlos Semião e do Élio Batista, de todos os cronistas que nos enriquecem com opiniões diferentes das nossas e de todos os nossos colaboradores que são os nossos olhos e a nossa pena quando e onde não conseguimos estar.
Só conseguimos também graças a todos os anunciantes, que, mesmo no actual contexto adverso, percebem que a publicidade é não só uma ferramenta importante na divulgação e promoção da marca própria, como uma importante ajuda à manutenção de um jornal independente que é a voz de todos nós. Graças aos leitores. Não esqueço os leitores, claro. De que nos valia existir e fazer este esforço para nos mantermos à tona, se não fossem todos aqueles que nos lêem?
É um orgulho imenso ser directora do Jornal Torrejano. Não apenas neste dia, como em todos os outros. Não sei se mereço tal voto de confiança, mas enquanto o tiver, tudo farei, bem como todos aqueles que me acompanham nesta luta, para manter o nosso jornal nas bancas por muitos outros 30 anos.
Obrigada. Continuamos aqui.
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |
![]() Gisèle Pelicot vive e cresceu em França. Tem 71 anos. Casou-se aos 20 anos de idade com Dominique Pelicot, de 72 anos, hoje reformado. Teve dois filhos. Gisèle não sabia que a pessoa que escolheu para estar ao seu lado ao longo da vida a repudiava ao ponto de não suportar a ideia de não lhe fazer mal, tudo isto em segredo e com a ajuda de outros homens, que, como ele, viviam vidas aparentemente, parcialmente e eticamente comuns. |
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