A Queda dum Anjo
Calisto Elói de Barbuda! Não sei a quantas de vós, duzentas e trinta alminhas caridosas que a partir de agora terão assento em São Bento, este nome dirá alguma coisa.
Dizendo de outro modo, não sei quantos de vós terão lido Camilo. Não vou ao ponto de julgar que nunca terão ouvido falar dele. Do seu Amor de Perdição, das suas Memórias do Cárcerce ou mesmo dos Doze Casamentos Felizes.
Camilo terá sido um mestre. Pecador e provocador. Da crónica à novela, da tradução ao romance, retratou magistralmente a sociedade da época. Alfinetando aqui, beliscando acolá, da sua pena sairam alguns dos mais memoráveis trechos da literatura portuguesa.
Ah fosse eu ministro da cultura e não um mero alfarrabista e camiliano confesso, e “A Queda dum Anjo” entraria de imediato no “Plano de Leitura Prévia para Novos Deputados”.
Livro notável, escrito há cento e cinquenta anos mas sempre tão actual, bem poderemos substituir o boticário, o mestre-escola e os lavradores de então pelos homens do aparelho e comentadores de hoje. Poderemos até mudar o traje das pantalonas transmontanas de Calisto Elói, com polainas abotoadas em madrepérola, pelo look mais ajustado dos actuais consultores de imagem. Sim, poderemos substituir isto, mudar aquilo, mas o espírito da coisa está lá todo e por lá continua.
Só que, não se tratando das 50 sombras de alguma coisa, do Eu Sei Lá, ou do Manual Político para Políticos Indiscretos, perdoem-me que tenha algumas dúvidas que o tal livrinho tenha passado pelas leituras de alguns de vós.
Talvez por isso, senhores deputados, mesmo que o não consigam ler atempadamente, seja porque os vossos afazeres o não permitam, seja porque duzentas e tal páginas é pedir demais, sempre podem, numa qualquer sessão parlamentar, ler uma página cada um, e confio que, pelo menos alguns, acabarão por se sentir verdadeiros “Elóis de Barbuda”.
Imagino o sorriso de Camilo, cofiando o bigode.
(Adelino Correia-Pires, Outubro 2015)
A Queda dum Anjo
Calisto Elói de Barbuda! Não sei a quantas de vós, duzentas e trinta alminhas caridosas que a partir de agora terão assento em São Bento, este nome dirá alguma coisa.
Dizendo de outro modo, não sei quantos de vós terão lido Camilo. Não vou ao ponto de julgar que nunca terão ouvido falar dele. Do seu Amor de Perdição, das suas Memórias do Cárcerce ou mesmo dos Doze Casamentos Felizes.
Camilo terá sido um mestre. Pecador e provocador. Da crónica à novela, da tradução ao romance, retratou magistralmente a sociedade da época. Alfinetando aqui, beliscando acolá, da sua pena sairam alguns dos mais memoráveis trechos da literatura portuguesa.
Ah fosse eu ministro da cultura e não um mero alfarrabista e camiliano confesso, e “A Queda dum Anjo” entraria de imediato no “Plano de Leitura Prévia para Novos Deputados”.
Livro notável, escrito há cento e cinquenta anos mas sempre tão actual, bem poderemos substituir o boticário, o mestre-escola e os lavradores de então pelos homens do aparelho e comentadores de hoje. Poderemos até mudar o traje das pantalonas transmontanas de Calisto Elói, com polainas abotoadas em madrepérola, pelo look mais ajustado dos actuais consultores de imagem. Sim, poderemos substituir isto, mudar aquilo, mas o espírito da coisa está lá todo e por lá continua.
Só que, não se tratando das 50 sombras de alguma coisa, do Eu Sei Lá, ou do Manual Político para Políticos Indiscretos, perdoem-me que tenha algumas dúvidas que o tal livrinho tenha passado pelas leituras de alguns de vós.
Talvez por isso, senhores deputados, mesmo que o não consigam ler atempadamente, seja porque os vossos afazeres o não permitam, seja porque duzentas e tal páginas é pedir demais, sempre podem, numa qualquer sessão parlamentar, ler uma página cada um, e confio que, pelo menos alguns, acabarão por se sentir verdadeiros “Elóis de Barbuda”.
Imagino o sorriso de Camilo, cofiando o bigode.
(Adelino Correia-Pires, Outubro 2015)
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
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![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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