O porco
Sentei-me no café a tentar escrever este “vinte”. Erro. A ideia que trazia, rapidamente se confundiu com a voz que esganiçada me ecoava repetidamente ao ouvido, vinda de uma televisão em altos berros, a história do terror – muito terror – de um jovem, um homem e um cão.
Não consegui deixar de pensar no cão. Até que ponto seria importante para contextualizar aquela história. Não consegui concentrar-me no texto. Estávamos então a 19 de Abril de 2019.
E era exactamente sobre Abril que ia escrever quando me sentei no café e a história do rapaz, do cão, do predador e do terror me invadiram.
Para a semana comemoramos mais um ano sobre o 25 de Abril. Há uma linha que nos separa a todos quanto a este assunto. Uma questão que já é maior do que a meramente geracional que um dia foi. Aqueles que continuam a viver Abril de cravo em punho e Grândola na voz, os outros que o viveram mas já o arrumaram na mesma gaveta que à Instauração da República, ou os que por nunca o terem vivido ou não lhes ter sido transmitido o apreço dos primeiros, vivem o feriado como um bom dia para passear.
As celebrações da efeméride multiplicam-se pelos concelhos vizinhos. Música, desporto, exposições, descerrar de bandeiras, discursos que giram em torno de um Abril que falta cumprir, compõem os programas um pouco por todo o lado. Numa busca pela Internet rapidamente percebemos que no Entroncamento teremos Carlos Mendes, em Alcanena a Brigada Vítor Jara, na Barquinha há canções de Abril e em Abrantes um concerto dos UHF dedicado a Zeca Afonso.
Em Torres Novas, quando pesquisamos pelo programa das comemorações deste ano, aparece-nos o tempo em Abril, oferecido pelo Accuweather. Esmiuçando o assunto, percebemos que afinal também há um porco no espeto, assim como que para empurrar os discursos.
Assim se vive Abril em Torres Novas, entre shots de colesterol e palavras entregues, muitas vezes, ao vento. Mas o que importa isso quando há um porco e uma Cristina, que entre roncos e saltos agulha nos trazem a história do rapaz, do cão, do predador e do terror.
O porco
Sentei-me no café a tentar escrever este “vinte”. Erro. A ideia que trazia, rapidamente se confundiu com a voz que esganiçada me ecoava repetidamente ao ouvido, vinda de uma televisão em altos berros, a história do terror – muito terror – de um jovem, um homem e um cão.
Não consegui deixar de pensar no cão. Até que ponto seria importante para contextualizar aquela história. Não consegui concentrar-me no texto. Estávamos então a 19 de Abril de 2019.
E era exactamente sobre Abril que ia escrever quando me sentei no café e a história do rapaz, do cão, do predador e do terror me invadiram.
Para a semana comemoramos mais um ano sobre o 25 de Abril. Há uma linha que nos separa a todos quanto a este assunto. Uma questão que já é maior do que a meramente geracional que um dia foi. Aqueles que continuam a viver Abril de cravo em punho e Grândola na voz, os outros que o viveram mas já o arrumaram na mesma gaveta que à Instauração da República, ou os que por nunca o terem vivido ou não lhes ter sido transmitido o apreço dos primeiros, vivem o feriado como um bom dia para passear.
As celebrações da efeméride multiplicam-se pelos concelhos vizinhos. Música, desporto, exposições, descerrar de bandeiras, discursos que giram em torno de um Abril que falta cumprir, compõem os programas um pouco por todo o lado. Numa busca pela Internet rapidamente percebemos que no Entroncamento teremos Carlos Mendes, em Alcanena a Brigada Vítor Jara, na Barquinha há canções de Abril e em Abrantes um concerto dos UHF dedicado a Zeca Afonso.
Em Torres Novas, quando pesquisamos pelo programa das comemorações deste ano, aparece-nos o tempo em Abril, oferecido pelo Accuweather. Esmiuçando o assunto, percebemos que afinal também há um porco no espeto, assim como que para empurrar os discursos.
Assim se vive Abril em Torres Novas, entre shots de colesterol e palavras entregues, muitas vezes, ao vento. Mas o que importa isso quando há um porco e uma Cristina, que entre roncos e saltos agulha nos trazem a história do rapaz, do cão, do predador e do terror.
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-06-06
» Jorge Carreira Maia
Encontros |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |