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São rosas, senhor - carlos paiva

Opinião  »  2021-03-20  »  Carlos Paiva

"No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada."

No esforço para colonizar Marte, a NASA fez uma parceria com o município. Marte é assim sem interesse nenhum, desértico, árido, ninguém lá vai ou quer ir. Então a NASA pensou contrariar esta tendência abrindo lá um tasco. Havendo um tasco, a malta começa a aparecer. O projecto piloto foi posto em prática naquela coisa que ocupa o largo do Rossio, falta pintar o logotipo da NASA no telhado do caixote branco. As cretinices querem-se juntas, assim só se estraga uma casa. Se não foi a NASA, duvido que alguém saiba o que foi. Aqui nunca se sabe de nada: “Foi vacinado? Não sabia de nada!”, “Lar ilegal? Não sabia de nada!”, “Cheira mal? Não me cheira a nada!”…

Eu, por exemplo, não sabia que se desenvolvia no concelho a actividade de “Retaliação contra o mal”. Muito menos sabia que era desenvolvida pelo Corpo Nacional de Escutas. Percebe-se que a pandemia tenha colocado em perigo a sobrevivência desta actividade e a Câmara apoie com 3.327,04 euros. É um número bastante conciso. A “Retaliação contra o mal” deve ter os custos exaustiva e detalhadamente quantificados. Tem de ser, o Mal não dá tréguas. A pandemia veio mandar ao charco uma série de instituições e actividades que usufruíam de um estado de saúde perfeito e moral elevada até à data. Depois veio a Covid-19… e foi tudo abaixo. O que até então era são, próspero e autossuficiente, ficou moribundo e dependente de apoio, de um momento para o outro. Dos escuteiros aos ranchos e à columbofilia (no topo da lista com quase 7 mil euros, deve chorar mais dramaticamente que os outros), todos clamam por ajuda. Malvada pandemia. Já a malta que repara sapatos ou vende bifanas depende mais da reacção empática, emocional, da sociedade civil e não tanto do apoio institucional, que oferece uma resposta personalizada, estruturada, planeada, desenhada a régua e esquadro. No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada. É uma mera desculpa para apostar 130k de fichas na casa do “politicamente correcto”, girar a roleta, esperar ficar bem na fotografia e calar umas quantas vozes no processo. Se por um momento desprezar a questionabilidade das prioridades definidas, na prática: 130k não resolve nada. E aproveitar este compasso de espera para ser proactivo? Discutir a reestruturação de uma série de instituições, com modelos operacionais do século XIX, tendo em vista a sua sustentabilidade, através de requalificação da oferta e de gestão orientada a resultados? Fica varrido para debaixo do tapete, por um balão de oxigénio que parece talhado à medida para pagar custos fixos durante algum tempo. Continua-se a assobiar para o lado perante os elefantes que se vão acumulando no meio da sala. Atira-se dinheiro aos problemas para evitar que alguma coisa mude. Não mudando nada, as ideias inovadoras da NASA salvam sempre tudo. “Great success!”(*).

 

 

 

 

 

 

 

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