São rosas, senhor - carlos paiva
"No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada."
No esforço para colonizar Marte, a NASA fez uma parceria com o município. Marte é assim sem interesse nenhum, desértico, árido, ninguém lá vai ou quer ir. Então a NASA pensou contrariar esta tendência abrindo lá um tasco. Havendo um tasco, a malta começa a aparecer. O projecto piloto foi posto em prática naquela coisa que ocupa o largo do Rossio, falta pintar o logotipo da NASA no telhado do caixote branco. As cretinices querem-se juntas, assim só se estraga uma casa. Se não foi a NASA, duvido que alguém saiba o que foi. Aqui nunca se sabe de nada: “Foi vacinado? Não sabia de nada!”, “Lar ilegal? Não sabia de nada!”, “Cheira mal? Não me cheira a nada!”…
Eu, por exemplo, não sabia que se desenvolvia no concelho a actividade de “Retaliação contra o mal”. Muito menos sabia que era desenvolvida pelo Corpo Nacional de Escutas. Percebe-se que a pandemia tenha colocado em perigo a sobrevivência desta actividade e a Câmara apoie com 3.327,04 euros. É um número bastante conciso. A “Retaliação contra o mal” deve ter os custos exaustiva e detalhadamente quantificados. Tem de ser, o Mal não dá tréguas. A pandemia veio mandar ao charco uma série de instituições e actividades que usufruíam de um estado de saúde perfeito e moral elevada até à data. Depois veio a Covid-19… e foi tudo abaixo. O que até então era são, próspero e autossuficiente, ficou moribundo e dependente de apoio, de um momento para o outro. Dos escuteiros aos ranchos e à columbofilia (no topo da lista com quase 7 mil euros, deve chorar mais dramaticamente que os outros), todos clamam por ajuda. Malvada pandemia. Já a malta que repara sapatos ou vende bifanas depende mais da reacção empática, emocional, da sociedade civil e não tanto do apoio institucional, que oferece uma resposta personalizada, estruturada, planeada, desenhada a régua e esquadro. No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada. É uma mera desculpa para apostar 130k de fichas na casa do “politicamente correcto”, girar a roleta, esperar ficar bem na fotografia e calar umas quantas vozes no processo. Se por um momento desprezar a questionabilidade das prioridades definidas, na prática: 130k não resolve nada. E aproveitar este compasso de espera para ser proactivo? Discutir a reestruturação de uma série de instituições, com modelos operacionais do século XIX, tendo em vista a sua sustentabilidade, através de requalificação da oferta e de gestão orientada a resultados? Fica varrido para debaixo do tapete, por um balão de oxigénio que parece talhado à medida para pagar custos fixos durante algum tempo. Continua-se a assobiar para o lado perante os elefantes que se vão acumulando no meio da sala. Atira-se dinheiro aos problemas para evitar que alguma coisa mude. Não mudando nada, as ideias inovadoras da NASA salvam sempre tudo. “Great success!”(*).
São rosas, senhor - carlos paiva
No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada.
No esforço para colonizar Marte, a NASA fez uma parceria com o município. Marte é assim sem interesse nenhum, desértico, árido, ninguém lá vai ou quer ir. Então a NASA pensou contrariar esta tendência abrindo lá um tasco. Havendo um tasco, a malta começa a aparecer. O projecto piloto foi posto em prática naquela coisa que ocupa o largo do Rossio, falta pintar o logotipo da NASA no telhado do caixote branco. As cretinices querem-se juntas, assim só se estraga uma casa. Se não foi a NASA, duvido que alguém saiba o que foi. Aqui nunca se sabe de nada: “Foi vacinado? Não sabia de nada!”, “Lar ilegal? Não sabia de nada!”, “Cheira mal? Não me cheira a nada!”…
Eu, por exemplo, não sabia que se desenvolvia no concelho a actividade de “Retaliação contra o mal”. Muito menos sabia que era desenvolvida pelo Corpo Nacional de Escutas. Percebe-se que a pandemia tenha colocado em perigo a sobrevivência desta actividade e a Câmara apoie com 3.327,04 euros. É um número bastante conciso. A “Retaliação contra o mal” deve ter os custos exaustiva e detalhadamente quantificados. Tem de ser, o Mal não dá tréguas. A pandemia veio mandar ao charco uma série de instituições e actividades que usufruíam de um estado de saúde perfeito e moral elevada até à data. Depois veio a Covid-19… e foi tudo abaixo. O que até então era são, próspero e autossuficiente, ficou moribundo e dependente de apoio, de um momento para o outro. Dos escuteiros aos ranchos e à columbofilia (no topo da lista com quase 7 mil euros, deve chorar mais dramaticamente que os outros), todos clamam por ajuda. Malvada pandemia. Já a malta que repara sapatos ou vende bifanas depende mais da reacção empática, emocional, da sociedade civil e não tanto do apoio institucional, que oferece uma resposta personalizada, estruturada, planeada, desenhada a régua e esquadro. No total, são 130 mil euros de apoio camarário, exclusivos para a cultura e desporto. Ou seja, nada. Não resolve nada, não vai mudar nada. É uma mera desculpa para apostar 130k de fichas na casa do “politicamente correcto”, girar a roleta, esperar ficar bem na fotografia e calar umas quantas vozes no processo. Se por um momento desprezar a questionabilidade das prioridades definidas, na prática: 130k não resolve nada. E aproveitar este compasso de espera para ser proactivo? Discutir a reestruturação de uma série de instituições, com modelos operacionais do século XIX, tendo em vista a sua sustentabilidade, através de requalificação da oferta e de gestão orientada a resultados? Fica varrido para debaixo do tapete, por um balão de oxigénio que parece talhado à medida para pagar custos fixos durante algum tempo. Continua-se a assobiar para o lado perante os elefantes que se vão acumulando no meio da sala. Atira-se dinheiro aos problemas para evitar que alguma coisa mude. Não mudando nada, as ideias inovadoras da NASA salvam sempre tudo. “Great success!”(*).
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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