Numa comunidade cigana…
Opinião » 2014-09-12 » Afonso Borga
Com o decorrer do ano, fomos confrontados com vários assuntos e desafios que nos permitiram ter uma maior consciência sobre alguns problemas sociais, à medida que íamos fazendo atividades de angariação de fundos com vista a realizarmos missões de voluntariado em Portugal, S.Tomé e Príncipe ou Moçambique. No final da ”caminhada”, que decorre entre Novembro e Maio, chegou o momento de partir em missão, na qual tive a oportunidade de descobrir uma realidade diferente, a poucos quilómetros de casa, na comunidade cigana de Vendas Novas, com mais quatro voluntários!
Antes de partir, a ansiedade apodera-se de nós e somos confrontados com imensas perguntas, perguntas essas que são muitas vezes fruto de estereótipos e ideias pré-concebidas sobre a etnia cigana, mas a verdade é que a surpresa não tardou em aparecer…
É fantástico olhar para trás e ver como fomos recebidos por todos e como, em pouco tempo, nos tornámos ”membros” daquela comunidade. É certo que, para isso, em muito contribuiu o trabalho que outros voluntários do GASNova têm vindo a desenvolver desde há três anos com a comunidade, que permitiu que fôssemos recebidos como amigos.
Ao longo das três semanas, realizamos várias atividades e dinâmicas, tendo em vista uma aproximação das crianças ao ”mundo do trabalho”, bem como uma maior interação com a comunidade de Vendas Novas. Assim, levámos as crianças a visitar vários serviços de Vendas Novas, como os bombeiros, um veterinário ou a polícia. Todas estas atividades foram pensadas como forma de responder a alguns problemas identificados por voluntários em anos anteriores, como a desvalorização do ensino e a consequente desmotivação para um futuro profissional.
Tentámos, com os recursos que tínhamos à disposição, levar algo de diferente àquela comunidade, dar novas experiências às crianças, respeitando a sua cultura e ideias.
Ainda hoje tenho presente a imagem da alegria daquelas crianças, a correrem para nós de braços abertos, ao entrarmos pelo caminho de terra batida que dá acesso à comunidade, com um sorriso genuíno estampado no rosto. Certo é que em qualquer experiência, ao darmos, também recebemos, e uma das maiores lições que tirei deste tempo com a comunidade cigana é que não são precisas grandes coisas para passarmos umas tardes alegres e às gargalhadas… O sorriso daquelas crianças é visível com um simples baralho de cartas, sentados em tijolos, ou com uma corda para saltar.
apborga@live.com.pt
Numa comunidade cigana…
Opinião » 2014-09-12 » Afonso BorgaCom o decorrer do ano, fomos confrontados com vários assuntos e desafios que nos permitiram ter uma maior consciência sobre alguns problemas sociais, à medida que íamos fazendo atividades de angariação de fundos com vista a realizarmos missões de voluntariado em Portugal, S.Tomé e Príncipe ou Moçambique. No final da ”caminhada”, que decorre entre Novembro e Maio, chegou o momento de partir em missão, na qual tive a oportunidade de descobrir uma realidade diferente, a poucos quilómetros de casa, na comunidade cigana de Vendas Novas, com mais quatro voluntários!
Antes de partir, a ansiedade apodera-se de nós e somos confrontados com imensas perguntas, perguntas essas que são muitas vezes fruto de estereótipos e ideias pré-concebidas sobre a etnia cigana, mas a verdade é que a surpresa não tardou em aparecer…
É fantástico olhar para trás e ver como fomos recebidos por todos e como, em pouco tempo, nos tornámos ”membros” daquela comunidade. É certo que, para isso, em muito contribuiu o trabalho que outros voluntários do GASNova têm vindo a desenvolver desde há três anos com a comunidade, que permitiu que fôssemos recebidos como amigos.
Ao longo das três semanas, realizamos várias atividades e dinâmicas, tendo em vista uma aproximação das crianças ao ”mundo do trabalho”, bem como uma maior interação com a comunidade de Vendas Novas. Assim, levámos as crianças a visitar vários serviços de Vendas Novas, como os bombeiros, um veterinário ou a polícia. Todas estas atividades foram pensadas como forma de responder a alguns problemas identificados por voluntários em anos anteriores, como a desvalorização do ensino e a consequente desmotivação para um futuro profissional.
Tentámos, com os recursos que tínhamos à disposição, levar algo de diferente àquela comunidade, dar novas experiências às crianças, respeitando a sua cultura e ideias.
Ainda hoje tenho presente a imagem da alegria daquelas crianças, a correrem para nós de braços abertos, ao entrarmos pelo caminho de terra batida que dá acesso à comunidade, com um sorriso genuíno estampado no rosto. Certo é que em qualquer experiência, ao darmos, também recebemos, e uma das maiores lições que tirei deste tempo com a comunidade cigana é que não são precisas grandes coisas para passarmos umas tardes alegres e às gargalhadas… O sorriso daquelas crianças é visível com um simples baralho de cartas, sentados em tijolos, ou com uma corda para saltar.
apborga@live.com.pt
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
Eleições "livres"... |
» 2024-03-08
» Jorge Carreira Maia
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |