Warning: file_get_contents(http://api.facebook.com/restserver.php?method=links.getStats&urls=jornaltorrejano.pt%2Fopiniao%2Fnoticia%2F%3Fn-497b365d): failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 400 Bad Request in /htdocs/public/www/inc/inc_pagina_noticia.php on line 148
Jornal Torrejano
 • SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Segunda, 14 Julho 2025    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Qui.
 30° / 15°
Períodos nublados
Qua.
 34° / 15°
Céu limpo
Ter.
 36° / 15°
Céu limpo
Torres Novas
Hoje  30° / 15°
Céu limpo
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Flávia Batista: Histórias de uma jornalista brasileira em terras torrejanas

Opinião  »  2014-09-25  »  mg teste

Era início do ano 2000 e eu era uma jornalista brasileira em início de carreira, sonhando em fazer o caminho inverso de Pedro Álvares Cabral, 500 anos depois do Descobriment eu queria descobrir Portugal, fazer história e marcar meu nome na imprensa lusitana. Desejos de uma jovem, talvez pretenciosa, com apenas 25 anos de idade e com aquele ideal de que ainda se pode mudar o mundo.

Os caminhos me levaram a Torres Novas e não tardou muito para que eu descobrisse, de fato, que a grande aventura da minha vida, até então, estava prestes a acontecer na cidade banhada pelo Rio Almonda, num prédio no Largo da Lamego.

Foi ao responder a um anuncio de ”Procura-se Jornalista”, que fiz o meu primeiro contato com o Jornal Torrejano. Eles procuravam um profissional para substituir temporariamente a repórter Fátima Coelho, que sairia em licença-maternidade. Era a oportunidade da minha vida! Fui cheia de garra à entrevista, com currículo e alguns textos em mãos. Era fim de tarde e quando eu entrei naquela redação, confesso que tive medo. Eu era a brasileira magricela, com quase nenhuma experiência profissional e estava diante de uma equipe formada por Margarida Trincão, João Carlos Lopes e Joaquim Lopes. Embora tenha caído de amores por eles depois, naquele primeiro contato eles eram ”monstros sagrados” a quem eu tinha a missão de conquistar.

Fizemos testes, textos e até simulámos uma entrevista com o presidente da câmara. Eu olhava os outros candidatos e não conseguia deixar de ouvir meu sotaque que destoava de todo contexto. Mas acho que me saí bem. Tanto que alguns dias depois, eu recebi o tão esperado telefonema, em que fui convocada a passar alguns dias de teste no jornal, trabalhando em part time. Não conseguirei nunca descrever a felicidade que senti.

A primeira matéria que escrevi foi sobre uma senhora que tinha uma quantidade enorme de filhos e como ela conseguiu educar a todos, em tempos de dificuldade. Fiz um comparativo com educação dos tempos atuais e como tudo estava diferente. Daí, não parei mais. Todos os dias, no final da tarde, lá ia eu para o meu sonho de jovem jornalista, cumprir o que mais me dava prazer na vida: escrever.

Não tardou e o que era inicialmente part time, virou full time. Estava oficialmente inserida na imprensa portuguesa. E com o retorno da colega Fatima Coelho à rotina laboral, deixei a condição de jornalista substituta e passei a de contratada. Era, enfim, uma profissional da imprensa portuguesa, com direito a carteira de Press e o status de ”a miúda brasileira do Torrejano”. Foi uma realização!

O ”Torrejano” foi essencial e decisivo na minha formação profissional. Foi lá que tive a honra, o prazer e a sorte de encontrar mestres. Ao lado da chefe de redação, Margarida Trincão, eu aprendi, de verdade, a ser jornalista. Dividir matérias, ouvir as histórias de quando ela começou a escrever e ver como ela lapidava meus textos, era muito mais do que uma rotina de trabalho, era um deleite para uma menina de 25 anos que via seu sonho ser realizado todos os dias.

Os desafios eram instigantes. Lembro especialmente de uma matéria em que fui cobrir um evento de cultura, onde estudantes de uma das escolas da cidade não deram o valor que a ocasião sugeria. Escrevi a matéria relatando o descaso do público com o espetáculo e quando o texto foi lida pela direção do jornal, me pediram para escrever um artigo, comparando a realidade brasileira com aquela que tinha encontrado no teatro local. Foi uma grande responsabilidade escrever aquilo. Mas o resultado foi absolutamente gratificante, dada a repercussão que a matéria teve.

Cobrir as sessões na câmara municipal foi outro desafio. Eu passaria a fazer o trabalho que era de responsabilidade da Margarida Trincão. Ora bolas, como eu poderia ser capaz? Mas fui armada em coragem e ousadia e cumpri com o que me pediam. Em pouco tempo, eu já havia domado meu receio e fazia as matérias sem grandes entraves. Fui, de fato, lapidada no dia-a-dia da lida, pelos melhores professores que poderia ter.

E foram tantas matérias, tantas histórias, tantos personagens que me perderia em milhões de palavras para contar todas as maravilhas que vivi durante quase três anos de labuta no ”Jornal Torrejano”.

Mas além da formação profissional, não há como deixar passar ao lado a importância na transformação pessoal que o ”Torrejano” significou para mim. Porque o jornal é feito por pessoas. E as pessoas que fazem o ”Torrejano” enxergam o mundo sob a ótica diferenciada. O que falar de José Ricardo Costa e das conversas incríveis que dividimos na varanda do JT, entre cigarros e boas risadas? E as discussões sobre política, cultura e comportamento brasileiros com João Carlos Lopes? Cresci como ser humano, me formei como profissional.

Estes primeiros anos de experiência foram vitais para os que vieram a seguir. De volta à terra tupiniquins, a bagagem cheia de histórias lusitanas serviu como impulsionadora da jornalista que sou hoje. As lições tomadas de Margarida Trincão, João Carlos Lopes e Joaquim Lopes são revividas diariamente e não é raro eu me ver repassando cada detalhe aos jovens repórteres que começam a estagiar comigo.

Ser convidada a escrever no aniversário de 20 anos do Jornal Torrejano é mais que um privilégio. É uma honra sem descrição. Porque os caminhos da vida me fizeram voltar para o Brasil, mas sempre vou ser a ”miúda brasileira do Torrejano”.

Flávia Batista

 

 

 Outras notícias - Opinião


O meu projecto eleitoral para a autarquia »  2025-07-08  »  António Mário Santos

Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias.
(ler mais...)


O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA »  2025-07-08  »  José Alves Pereira

O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo.
(ler mais...)


Inteligência artificial »  2025-07-08  »  Acácio Gouveia

“Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre”

Leonardo da Vinci

 

Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz.
(ler mais...)


Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais »  2025-07-03  »  Jorge Carreira Maia

 

Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita.
(ler mais...)


Encontros »  2025-06-06  »  Jorge Carreira Maia

Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega.
(ler mais...)


Os fraudulentos - acácio gouveia »  2025-05-17  »  Acácio Gouveia

"Hire a clown, get a circus" *

Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades.
(ler mais...)


Um novo Papa - jorge carreira maia »  2025-05-17 

A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista.
(ler mais...)


Muito mais contrariedades tive... »  2025-05-12  »  Hélder Dias

Z?... »  2025-05-12  »  Hélder Dias

Trump... Papa?? »  2025-05-08  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2025-07-03  »  Jorge Carreira Maia Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais
»  2025-07-08  »  António Mário Santos O meu projecto eleitoral para a autarquia
»  2025-07-08  »  José Alves Pereira O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA
»  2025-07-08  »  Acácio Gouveia Inteligência artificial