Notícias do estado do burgo
Opinião » 2014-09-25 » Adelino Pires
Se calhar dava jeito ter um país assim, tudo certinho, direitinho, cinzentinho. Sem pontos, nem vírgulas. Sem incómodos, nem discordâncias. Tudo a ler pela mesma cartilha.
E eis senão quando, meia dúzia de escrivinhadores, lá foram publicando um folheto aqui, uma brochura ali, um almanaque acolá e, do cinzento se fez luz, qual paleta de artista não consagrado.
Data de 1715 a publicação do primeiro jornal português. Chamou-se ”Gazeta de Lisboa” e logo no primeiro número ostentava a denominação ”Notícias do Estado do Mundo”. A partir daí, foram inúmeras as publicações periódicas, diversificadas na forma e no conteúdo. Citando Paul Valéry, foram ”laboratórios de novas formas e ideias”.
Ao longo dos tempos, muito sofreram com a insuficiência de recursos e com os mais variados tipos de censura, obrigando com frequência, a uma escrita em sentido figurado. Daí o seu carácter efémero e a sua curta e irregular periodicidade.
Foi também aí que, apesar de tudo, muitos iniciaram a sua colaboração multifacetada e por vezes relevante, que de outra forma, dificilmente veria a luz do dia.
De porta-voz de movimentos literários, sociais e políticos, à expressão de natureza académica, doutrinária ou apenas noticiosa, a Imprensa local e regional tem hoje, mais do que nunca, um lugar insubstituível na defesa da liberdade de opinião e da identidade de uma região.
Não quero um país controlado pelas agências de comunicação, em que o cão mordeu o homem, em todo o mundo ao mesmo tempo.
Sou e serei sempre pelas ”notícias do estado do burgo”. Agradeço ao Torrejano por não ter que escrever em sentido figurado. Sempre disse o que quis e como quis. Naquele país com poucos jornais, tal não seria possível.
Notícias do estado do burgo
Opinião » 2014-09-25 » Adelino PiresSe calhar dava jeito ter um país assim, tudo certinho, direitinho, cinzentinho. Sem pontos, nem vírgulas. Sem incómodos, nem discordâncias. Tudo a ler pela mesma cartilha.
E eis senão quando, meia dúzia de escrivinhadores, lá foram publicando um folheto aqui, uma brochura ali, um almanaque acolá e, do cinzento se fez luz, qual paleta de artista não consagrado.
Data de 1715 a publicação do primeiro jornal português. Chamou-se ”Gazeta de Lisboa” e logo no primeiro número ostentava a denominação ”Notícias do Estado do Mundo”. A partir daí, foram inúmeras as publicações periódicas, diversificadas na forma e no conteúdo. Citando Paul Valéry, foram ”laboratórios de novas formas e ideias”.
Ao longo dos tempos, muito sofreram com a insuficiência de recursos e com os mais variados tipos de censura, obrigando com frequência, a uma escrita em sentido figurado. Daí o seu carácter efémero e a sua curta e irregular periodicidade.
Foi também aí que, apesar de tudo, muitos iniciaram a sua colaboração multifacetada e por vezes relevante, que de outra forma, dificilmente veria a luz do dia.
De porta-voz de movimentos literários, sociais e políticos, à expressão de natureza académica, doutrinária ou apenas noticiosa, a Imprensa local e regional tem hoje, mais do que nunca, um lugar insubstituível na defesa da liberdade de opinião e da identidade de uma região.
Não quero um país controlado pelas agências de comunicação, em que o cão mordeu o homem, em todo o mundo ao mesmo tempo.
Sou e serei sempre pelas ”notícias do estado do burgo”. Agradeço ao Torrejano por não ter que escrever em sentido figurado. Sempre disse o que quis e como quis. Naquele país com poucos jornais, tal não seria possível.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |