O "Torrejano" e o pedroguense
Vamos então ao início de Dezembro de 2012, quando esta relação começou.
À data, confesso, não tinha mais que uma pequena ”meia dúzia” de coisas escrevinhadas cá por casa, de forma completamente aleatória e desordenada, as quais nunca me tinha sequer atrevido a mostrar a ninguém. No entanto, de tempos a tempos, sentia o impulso de as voltar a ler, de lhes voltar a juntar letras e parágrafos, pontos e vírgulas, e outras tantas formas gramaticais, no sentido de criar com isso alguma coisa que pudesse ser lido não só por mim, mas também por outros. Seria porventura uma secreta vontade, talvez, que ia mantendo em lume brando, mas que pelas mais diversas razões ia guardando apenas para mim…
Num acesso de coragem, e após umas quantas consultas prévias entre amigos e familiares, acabaria então por enviar um texto para a caixa postal do Jornal Torrejano. Chamei-lhe ”A Alma do Povo”, e não era mais que um elogio à minha terra, Pedrógão, e a todos os que nela vivem. Apenas isso. O motivo era por isso bastante simples, mas curiosamente seria esse primeiro tema a dar o mote para o que se viria a desenvolver a seguir. Na dúvida acerca das qualidades do escrito e com grandes reservas a respeito dos interesses editoriais que o mesmo pudesse gerar, aguardei. Quando chegou, o feedback da parte do JT não podia ter sido melhor. As primeiras palavras de incentivo transformaram-se rapidamente em palavras de orientação na abordagem a futuros textos. E de imediato, o desafio para uma colaboração assídua. Apesar de alguns receios iniciais e já refeito da surpresa, rapidamente e ainda antes do final do ano de 2012, a rubrica ”Ligação à Terra” via a luz do dia.
Enquanto pedroguense de alma e coração, a ”Ligação à Terra” procuraria transportar consigo a visão de alguém que vive numa aldeia e que ama viver na aldeia. Aqui, onde ainda se fazem sentir as ligações afectivas de proximidade entre as pessoas e onde os vizinhos ainda se conhecem pelo nome. Esta rubrica visaria falar sobre esse universo bem particular dos meios pequenos, muitas vezes ausente dos jornais e em tudo distante do mundo urbano, mas ao mesmo tempo não deixar de olhar o mundo global a partir daqui. Esse foi o desafio e essa foi a expectativa com que arranquei para esta colaboração.
Até hoje, foram publicadas sensivelmente trinta crónicas neste espaço. Já escrevi sobre desemprego, velhice, as angústias que as perspectivas de futuro nos levantam a todos, sobre o luto, ou até como me sinto finlandês a viver em Pedrógão, imagine-se! Já escrevi sobre o Amor e sobre a Morte, bem como de todos esses laços invisíveis que nos unem e separam. Já escrevi sobre o ambiente, a amizade, e como hoje podemos viver numa aldeia e ter o mundo à distância de um click. Já escrevi enquanto pai, irmão ou filho, sempre na busca constante de trazer diferentes aspectos da vida a esta crónica de jornal.
Normalmente, escrevo sobre pontos de vista, formas de estar e de observar a vida e o mundo. Transmito opinião, é claro, a minha opinião! Mas, fundamentalmente, escrevo sobre sentimentos e faço-o sempre com uma grande paixão. Não me interessa absolutamente nada escrever, se não for para me desnudar. Para que eu próprio me questione a mim mesmo ao ler aquilo que acabo de escrever. E são tantas as vezes que isso acontece…
Sejam os textos mais ou menos emocionais, ou com mais ou menos sentido de humor, gosto que quem lê aquilo que escrevo me possa conhecer melhor. Porque a vida, tal como nós, é feita de todas essas coisas, boas e más, o essencial é que a genuinidade de que devemos todos ser feitos, transpareça no final.
E porque as colaborações positivas e francas devem ser assim, proveitosas para ambos os lados, o meu obrigado ao JT pela oportunidade que me deu e continua a dar, de eu também me desenvolver enquanto escrevo.
Muitos parabéns pelos vinte anos de vida com votos de um longo futuro.
O "Torrejano" e o pedroguense
Vamos então ao início de Dezembro de 2012, quando esta relação começou.
À data, confesso, não tinha mais que uma pequena ”meia dúzia” de coisas escrevinhadas cá por casa, de forma completamente aleatória e desordenada, as quais nunca me tinha sequer atrevido a mostrar a ninguém. No entanto, de tempos a tempos, sentia o impulso de as voltar a ler, de lhes voltar a juntar letras e parágrafos, pontos e vírgulas, e outras tantas formas gramaticais, no sentido de criar com isso alguma coisa que pudesse ser lido não só por mim, mas também por outros. Seria porventura uma secreta vontade, talvez, que ia mantendo em lume brando, mas que pelas mais diversas razões ia guardando apenas para mim…
Num acesso de coragem, e após umas quantas consultas prévias entre amigos e familiares, acabaria então por enviar um texto para a caixa postal do Jornal Torrejano. Chamei-lhe ”A Alma do Povo”, e não era mais que um elogio à minha terra, Pedrógão, e a todos os que nela vivem. Apenas isso. O motivo era por isso bastante simples, mas curiosamente seria esse primeiro tema a dar o mote para o que se viria a desenvolver a seguir. Na dúvida acerca das qualidades do escrito e com grandes reservas a respeito dos interesses editoriais que o mesmo pudesse gerar, aguardei. Quando chegou, o feedback da parte do JT não podia ter sido melhor. As primeiras palavras de incentivo transformaram-se rapidamente em palavras de orientação na abordagem a futuros textos. E de imediato, o desafio para uma colaboração assídua. Apesar de alguns receios iniciais e já refeito da surpresa, rapidamente e ainda antes do final do ano de 2012, a rubrica ”Ligação à Terra” via a luz do dia.
Enquanto pedroguense de alma e coração, a ”Ligação à Terra” procuraria transportar consigo a visão de alguém que vive numa aldeia e que ama viver na aldeia. Aqui, onde ainda se fazem sentir as ligações afectivas de proximidade entre as pessoas e onde os vizinhos ainda se conhecem pelo nome. Esta rubrica visaria falar sobre esse universo bem particular dos meios pequenos, muitas vezes ausente dos jornais e em tudo distante do mundo urbano, mas ao mesmo tempo não deixar de olhar o mundo global a partir daqui. Esse foi o desafio e essa foi a expectativa com que arranquei para esta colaboração.
Até hoje, foram publicadas sensivelmente trinta crónicas neste espaço. Já escrevi sobre desemprego, velhice, as angústias que as perspectivas de futuro nos levantam a todos, sobre o luto, ou até como me sinto finlandês a viver em Pedrógão, imagine-se! Já escrevi sobre o Amor e sobre a Morte, bem como de todos esses laços invisíveis que nos unem e separam. Já escrevi sobre o ambiente, a amizade, e como hoje podemos viver numa aldeia e ter o mundo à distância de um click. Já escrevi enquanto pai, irmão ou filho, sempre na busca constante de trazer diferentes aspectos da vida a esta crónica de jornal.
Normalmente, escrevo sobre pontos de vista, formas de estar e de observar a vida e o mundo. Transmito opinião, é claro, a minha opinião! Mas, fundamentalmente, escrevo sobre sentimentos e faço-o sempre com uma grande paixão. Não me interessa absolutamente nada escrever, se não for para me desnudar. Para que eu próprio me questione a mim mesmo ao ler aquilo que acabo de escrever. E são tantas as vezes que isso acontece…
Sejam os textos mais ou menos emocionais, ou com mais ou menos sentido de humor, gosto que quem lê aquilo que escrevo me possa conhecer melhor. Porque a vida, tal como nós, é feita de todas essas coisas, boas e más, o essencial é que a genuinidade de que devemos todos ser feitos, transpareça no final.
E porque as colaborações positivas e francas devem ser assim, proveitosas para ambos os lados, o meu obrigado ao JT pela oportunidade que me deu e continua a dar, de eu também me desenvolver enquanto escrevo.
Muitos parabéns pelos vinte anos de vida com votos de um longo futuro.
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
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![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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