Os três poderes e a regra dos três cês
Penso mesmo que um dos maiores problemas nos círculos do poder passa pela ausência desta regra. Em muitos casos grassa a incompetência, abunda a falta de carácter, geram-se confianças pervertidas.
Não sou daqueles que festeja com champagne a prisão de Sócrates, como não deitei foguetes na detenção de Ricardo Salgado. São situações que, ao contrário do que parece, retratam a degradação da nossa débil democracia e, mais do que isso, a pré-falência de um sistema e de um regime que, aparentemente, tinha tudo para dar certo.
A mistura explosiva entre os três poderes (económico, político e judicial) faz deste molotov de interesses um regime com pés de barro. A catadupa de casos mediáticos, de investigações axn, de informação e contra-informação, poderão querer mostrar que a justiça vai mexendo. Mas não prova que funcione. Como bem sabemos, direito não é justiça.
Começa, aliás, a ser preocupante a impotência com que se assiste a tudo o que se ouve, se vê e se comunica. Na forma e no conteúdo. Alguma comunicação social, assim como quem não quer a coisa e beneficiando de clínicas fugas de informação, vai preparando a opinião pública e pressionando os decisores judiciais. Alguns escritórios de advogados esfregam as mãos, contabilizando já os horários compridos e honorários chorudos que, nos tempos que se avizinham, lhes correrão pelas contas bancárias. Alguns políticos, mestres e doutorados nos jogos de poder, vão tirando o cavalinho da chuva, assobiando para o lado, quais virgens imaculadas e ingénuas, de véu branco, mãos postas e olhos no céu.
Entretanto, o super-juiz lá continua, sábados, domingos e feriados, não dando nem tendo descanso. Ah, se cada um de nós tivesse a super-produtividade do super-juiz, seríamos um super país...
O poder corrompe? Pelos vistos, sim. Mas todos os partidos que o exerceram, todos eles, esbanjaram ao longo de décadas a oportunidade de o fazerem de uma forma digna, credível e acima de qualquer suspeita. Seja a nível autárquico, seja no poder central, haverá certamente muita gente boa e bem formada. Mas também muito se usou e abusou dos poderes obtidos, promovendo uma desenfreada promiscuidade entre a política e os negócios.
Agora, com o caso Sócrates, dará jeito a muita gente aproveitar o maior dos bodes expiatórios para que tudo o resto se esqueça e se faça de conta que nada de mais errado existe. Mas não podem os três poderes serem gémeos siameses quando lhes convém e apregoar a sua separação quando uns aos outros se incomodam.
Pilatos não faria melhor e a regra dos três cês muito disto evitaria.
Os três poderes e a regra dos três cês
Penso mesmo que um dos maiores problemas nos círculos do poder passa pela ausência desta regra. Em muitos casos grassa a incompetência, abunda a falta de carácter, geram-se confianças pervertidas.
Não sou daqueles que festeja com champagne a prisão de Sócrates, como não deitei foguetes na detenção de Ricardo Salgado. São situações que, ao contrário do que parece, retratam a degradação da nossa débil democracia e, mais do que isso, a pré-falência de um sistema e de um regime que, aparentemente, tinha tudo para dar certo.
A mistura explosiva entre os três poderes (económico, político e judicial) faz deste molotov de interesses um regime com pés de barro. A catadupa de casos mediáticos, de investigações axn, de informação e contra-informação, poderão querer mostrar que a justiça vai mexendo. Mas não prova que funcione. Como bem sabemos, direito não é justiça.
Começa, aliás, a ser preocupante a impotência com que se assiste a tudo o que se ouve, se vê e se comunica. Na forma e no conteúdo. Alguma comunicação social, assim como quem não quer a coisa e beneficiando de clínicas fugas de informação, vai preparando a opinião pública e pressionando os decisores judiciais. Alguns escritórios de advogados esfregam as mãos, contabilizando já os horários compridos e honorários chorudos que, nos tempos que se avizinham, lhes correrão pelas contas bancárias. Alguns políticos, mestres e doutorados nos jogos de poder, vão tirando o cavalinho da chuva, assobiando para o lado, quais virgens imaculadas e ingénuas, de véu branco, mãos postas e olhos no céu.
Entretanto, o super-juiz lá continua, sábados, domingos e feriados, não dando nem tendo descanso. Ah, se cada um de nós tivesse a super-produtividade do super-juiz, seríamos um super país...
O poder corrompe? Pelos vistos, sim. Mas todos os partidos que o exerceram, todos eles, esbanjaram ao longo de décadas a oportunidade de o fazerem de uma forma digna, credível e acima de qualquer suspeita. Seja a nível autárquico, seja no poder central, haverá certamente muita gente boa e bem formada. Mas também muito se usou e abusou dos poderes obtidos, promovendo uma desenfreada promiscuidade entre a política e os negócios.
Agora, com o caso Sócrates, dará jeito a muita gente aproveitar o maior dos bodes expiatórios para que tudo o resto se esqueça e se faça de conta que nada de mais errado existe. Mas não podem os três poderes serem gémeos siameses quando lhes convém e apregoar a sua separação quando uns aos outros se incomodam.
Pilatos não faria melhor e a regra dos três cês muito disto evitaria.
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![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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