Loucura
Com um semestre exigente a acabar, esta foi a oportunidade que tive para parar no meio da minha ”loucura” e confusão que me assaltam diariamente a rotina académica. Num curso (Serviço Social), que muitos afirmam ser ”demasiado teórico”, aproveito estas oportunidades para me colocar de perto com realidades que não conheço e ter assim uma vertente prática. Não é, no entanto, meu objetivo escrever sobre a importância do voluntariado, como já referi noutras crónicas, nem sobre a importância de atividades extracurriculares. Escrevo para sensibilizar para uma realidade que está tão perto, e que, muitas vezes, queremos colocar tão longe…
Numa altura em que Portugal apresenta a taxa mais elevada de doenças mentais da Europa e onde o consumo de antidepressivos é mais elevado do que a média da União Europeia (dados de 2013), esta realidade permanece ainda uma incógnita para mim, mas fico com a certeza de que antes de se instalarem mitos e estereótipos sobre uma realidade, se deve procurar conhecê-la primeiro.
Já tinha tido a oportunidade de ter uma experiência deste género, no ano passado, igualmente com o GASNova. Confesso que, na altura, tal desafio se revelou num autêntico impacto emocional e, acima de tudo, o despertar para uma realidade que até outrora nunca me tinha sido confrontada. Recordo-me ainda hoje de uma senhora que dizia: ”Estou à espera do meu filho. Ele há-de vir. Eu espero.” Eternamente à espera.
E foi esta uma das realidades que fui encontrar, pessoas que estavam à espera! De algo novo, de um familiar que os viesse visitar, que não vêm há anos, ou até à nossa espera, porque para quem aquelas caras novas foram o seu presente de Natal e a diferença no seu dia.
Num mundo onde caiem todas as ”máscaras”, a entrega e o sorriso daquelas pessoas são o expoente da sanidade que lhes resta. O ”segredo”, como nos dizia um membro da Casa de Saúde, é saber ”olhar aquelas pessoas para além da sua doença mental”, e esse é o verdadeiro desafio!
Saí daquele fim-de-semana confuso e a pensar na ”loucura” que todos nós temos na nossa rotina, numa sociedade onde vemos cada vez mais pessoas em trabalhos que odeiam, a fazerem coisas que não gostam, subordinadas a preceitos sociais e a gastarem dinheiro em coisas que, na verdade, são dispensáveis. Loucura?
apborga@live.com.pt
Loucura
Com um semestre exigente a acabar, esta foi a oportunidade que tive para parar no meio da minha ”loucura” e confusão que me assaltam diariamente a rotina académica. Num curso (Serviço Social), que muitos afirmam ser ”demasiado teórico”, aproveito estas oportunidades para me colocar de perto com realidades que não conheço e ter assim uma vertente prática. Não é, no entanto, meu objetivo escrever sobre a importância do voluntariado, como já referi noutras crónicas, nem sobre a importância de atividades extracurriculares. Escrevo para sensibilizar para uma realidade que está tão perto, e que, muitas vezes, queremos colocar tão longe…
Numa altura em que Portugal apresenta a taxa mais elevada de doenças mentais da Europa e onde o consumo de antidepressivos é mais elevado do que a média da União Europeia (dados de 2013), esta realidade permanece ainda uma incógnita para mim, mas fico com a certeza de que antes de se instalarem mitos e estereótipos sobre uma realidade, se deve procurar conhecê-la primeiro.
Já tinha tido a oportunidade de ter uma experiência deste género, no ano passado, igualmente com o GASNova. Confesso que, na altura, tal desafio se revelou num autêntico impacto emocional e, acima de tudo, o despertar para uma realidade que até outrora nunca me tinha sido confrontada. Recordo-me ainda hoje de uma senhora que dizia: ”Estou à espera do meu filho. Ele há-de vir. Eu espero.” Eternamente à espera.
E foi esta uma das realidades que fui encontrar, pessoas que estavam à espera! De algo novo, de um familiar que os viesse visitar, que não vêm há anos, ou até à nossa espera, porque para quem aquelas caras novas foram o seu presente de Natal e a diferença no seu dia.
Num mundo onde caiem todas as ”máscaras”, a entrega e o sorriso daquelas pessoas são o expoente da sanidade que lhes resta. O ”segredo”, como nos dizia um membro da Casa de Saúde, é saber ”olhar aquelas pessoas para além da sua doença mental”, e esse é o verdadeiro desafio!
Saí daquele fim-de-semana confuso e a pensar na ”loucura” que todos nós temos na nossa rotina, numa sociedade onde vemos cada vez mais pessoas em trabalhos que odeiam, a fazerem coisas que não gostam, subordinadas a preceitos sociais e a gastarem dinheiro em coisas que, na verdade, são dispensáveis. Loucura?
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |