• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sexta, 19 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Seg.
 26° / 11°
Céu limpo
Dom.
 25° / 11°
Períodos nublados com chuva fraca
Sáb.
 23° / 14°
Céu nublado com aguaceiros e trovoadas
Torres Novas
Hoje  26° / 13°
Períodos nublados com chuva fraca
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Loucura

Opinião  »  2014-12-19  »  Afonso Borga

Falo de saúde mental, e do (re) contacto com uma realidade que não está assim tão longe como muitas vezes pensamos, possível através de uma ida à Casa de Saúde Mental do Telhal.

Com um semestre exigente a acabar, esta foi a oportunidade que tive para parar no meio da minha ”loucura” e confusão que me assaltam diariamente a rotina académica. Num curso (Serviço Social), que muitos afirmam ser ”demasiado teórico”, aproveito estas oportunidades para me colocar de perto com realidades que não conheço e ter assim uma vertente prática. Não é, no entanto, meu objetivo escrever sobre a importância do voluntariado, como já referi noutras crónicas, nem sobre a importância de atividades extracurriculares. Escrevo para sensibilizar para uma realidade que está tão perto, e que, muitas vezes, queremos colocar tão longe…
Numa altura em que Portugal apresenta a taxa mais elevada de doenças mentais da Europa e onde o consumo de antidepressivos é mais elevado do que a média da União Europeia (dados de 2013), esta realidade permanece ainda uma incógnita para mim, mas fico com a certeza de que antes de se instalarem mitos e estereótipos sobre uma realidade, se deve procurar conhecê-la primeiro.

Já tinha tido a oportunidade de ter uma experiência deste género, no ano passado, igualmente com o GASNova. Confesso que, na altura, tal desafio se revelou num autêntico impacto emocional e, acima de tudo, o despertar para uma realidade que até outrora nunca me tinha sido confrontada. Recordo-me ainda hoje de uma senhora que dizia: ”Estou à espera do meu filho. Ele há-de vir. Eu espero.” Eternamente à espera.
E foi esta uma das realidades que fui encontrar, pessoas que estavam à espera! De algo novo, de um familiar que os viesse visitar, que não vêm há anos, ou até à nossa espera, porque para quem aquelas caras novas foram o seu presente de Natal e a diferença no seu dia.
Num mundo onde caiem todas as ”máscaras”, a entrega e o sorriso daquelas pessoas são o expoente da sanidade que lhes resta. O ”segredo”, como nos dizia um membro da Casa de Saúde, é saber ”olhar aquelas pessoas para além da sua doença mental”, e esse é o verdadeiro desafio!

Saí daquele fim-de-semana confuso e a pensar na ”loucura” que todos nós temos na nossa rotina, numa sociedade onde vemos cada vez mais pessoas em trabalhos que odeiam, a fazerem coisas que não gostam, subordinadas a preceitos sociais e a gastarem dinheiro em coisas que, na verdade, são dispensáveis. Loucura?

apborga@live.com.pt

 

 

 Outras notícias - Opinião


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)


2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões »  2024-02-22  »  Jorge Cordeiro Simões

 

 


O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia.
(ler mais...)


Avivar a memória - antónio gomes »  2024-02-22  »  António Gomes

Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento.

Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia