Resíduos natalícios
Opinião » 2018-01-04 » Nuno Curado" Que tal aproveitar e começar já a mudar um bocadinho os nossos hábitos?"
Este ano, mais uma vez, repetiu-se o que se tornou a marca do Natal dos tempos modernos: o exagero de compras, presentes, coisas que se compram e oferecem. E em paralelo, as inevitáveis embalagens, embrulhos, sacos, enfeites e laços. Todos estes últimos, depois do efémero ritual de oferece – desembrulha – deita-fora-o-embrulho (e a embalagem), são apenas resíduos do dia seguinte… E nestes dias, a confusão na mesa da ceia ou a pressa para ir à missa de Natal não deixam tempo ou vontade para separar todo o lixo produzido. Um saco grande e vai para lá tudo, os papéis dos embrulhos, as garrafas de tinto vazias e as espinhas do bacalhau…
A reciclagem veio ajudar na redução do desperdício de plástico, papel, vidro e outros materiais. De acordo com a Sociedade Ponto Verde, hoje existem espalhados no País 43 mil ecopontos e nos últimos 20 anos foram reciclados 7,5 milhões de toneladas de resíduos de embalagens. Mas é, mesmo assim, muito pouco. Em média, significa que apenas 30% dos resíduos são reciclados (dados de 2016). E apesar de 71% dos lares portugueses fazerem reciclagem, apenas cerca de 13% dos resíduos chegam aos ecocentros separados. Ou seja, ainda há muito trabalho a fazer. A ideia que já somos exemplares na separação do lixo e que as campanhas de anos anteriores funcionaram, não é bem correcta... Sobretudo quando sabemos que 73% do lixo produzido é reciclável (segundo a Agência Portuguesa do Ambiente; em 2016). Aqui em Torres Novas ainda há muitos comerciantes (sejam lojas ou cafés) que deitam caixas de cartão no caixote do lixo indiferenciado. Na maioria das empresas os trabalhadores não têm locais para separação do lixo (sobretudo papel, o mais abundante).
Depois, temos os resíduos orgânicos. Também segundo a A.P.A. (em 2016), mais de metade do lixo produzido (53,3%) é biodegradável. No entanto são raros os concelhos com centrais de aproveitamento ou valorização dos resíduos biodegradáveis. Por exemplo, através de centrais de compostagem de lixo orgânico doméstico ou com equipamento de estilhagem de restos de podas. É necessário aumentar o número destas centrais de processamento de resíduos orgânicos e criar um sistema de recolha eficaz, como já existe noutros países. Que pode ser feito a nível nacional, mas também a nível regional, ou local. Porque não? É um desperdício e um contra-senso que as folhas varridas todas as semanas nas ruas e avenidas sejam recolhidos como lixo indiferenciado e acabem nos caixotes do lixo. Tanta matéria orgânica que podia ser aproveitada para criar composto e é desperdiçada todos os dias. Pior, desperdiçada e com custos não-retornáveis, de espaço, transporte e deposição.
Mas voltando atrás e à época festiva. Vem aí um novo Ano, e as festas de passagem de ano. Que tal aproveitar e começar já a mudar um bocadinho os nossos hábitos?
Resíduos natalícios
Opinião » 2018-01-04 » Nuno CuradoQue tal aproveitar e começar já a mudar um bocadinho os nossos hábitos?
Este ano, mais uma vez, repetiu-se o que se tornou a marca do Natal dos tempos modernos: o exagero de compras, presentes, coisas que se compram e oferecem. E em paralelo, as inevitáveis embalagens, embrulhos, sacos, enfeites e laços. Todos estes últimos, depois do efémero ritual de oferece – desembrulha – deita-fora-o-embrulho (e a embalagem), são apenas resíduos do dia seguinte… E nestes dias, a confusão na mesa da ceia ou a pressa para ir à missa de Natal não deixam tempo ou vontade para separar todo o lixo produzido. Um saco grande e vai para lá tudo, os papéis dos embrulhos, as garrafas de tinto vazias e as espinhas do bacalhau…
A reciclagem veio ajudar na redução do desperdício de plástico, papel, vidro e outros materiais. De acordo com a Sociedade Ponto Verde, hoje existem espalhados no País 43 mil ecopontos e nos últimos 20 anos foram reciclados 7,5 milhões de toneladas de resíduos de embalagens. Mas é, mesmo assim, muito pouco. Em média, significa que apenas 30% dos resíduos são reciclados (dados de 2016). E apesar de 71% dos lares portugueses fazerem reciclagem, apenas cerca de 13% dos resíduos chegam aos ecocentros separados. Ou seja, ainda há muito trabalho a fazer. A ideia que já somos exemplares na separação do lixo e que as campanhas de anos anteriores funcionaram, não é bem correcta... Sobretudo quando sabemos que 73% do lixo produzido é reciclável (segundo a Agência Portuguesa do Ambiente; em 2016). Aqui em Torres Novas ainda há muitos comerciantes (sejam lojas ou cafés) que deitam caixas de cartão no caixote do lixo indiferenciado. Na maioria das empresas os trabalhadores não têm locais para separação do lixo (sobretudo papel, o mais abundante).
Depois, temos os resíduos orgânicos. Também segundo a A.P.A. (em 2016), mais de metade do lixo produzido (53,3%) é biodegradável. No entanto são raros os concelhos com centrais de aproveitamento ou valorização dos resíduos biodegradáveis. Por exemplo, através de centrais de compostagem de lixo orgânico doméstico ou com equipamento de estilhagem de restos de podas. É necessário aumentar o número destas centrais de processamento de resíduos orgânicos e criar um sistema de recolha eficaz, como já existe noutros países. Que pode ser feito a nível nacional, mas também a nível regional, ou local. Porque não? É um desperdício e um contra-senso que as folhas varridas todas as semanas nas ruas e avenidas sejam recolhidos como lixo indiferenciado e acabem nos caixotes do lixo. Tanta matéria orgânica que podia ser aproveitada para criar composto e é desperdiçada todos os dias. Pior, desperdiçada e com custos não-retornáveis, de espaço, transporte e deposição.
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Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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