Deixa arder
A acreditar nos dados de um estudo da União Europeia divulgado há um ano, Portugal teve mais incêndios que a Espanha, França, Itália e Grécia juntos no período entre 2000 e 2013. Este pequeno país registou, mais concretamente, 54% do número total de incêndios dos países mediterrânicos, quando a sua área total, no conjunto dos cinco, pouco passa dos 10%. Esta tenebrosa vitória portuguesa foi amplamente projectada acrescentando exactamente os os fogos ocorridos neste verão de má sina.
Recentemente, o responsável da Protecção Civil portuguesa disse categoricamente que o que havia a fazer, em termos de meios, feito está: o país detém todos os meios julgados necessários para combate aos incêndios falando de veículos, homens, recursos, apoios financeiros e outros, aliás sempre aumentados anos após ano porque nunca chegavam, até ao ponto em que já era escandaloso continuar a pedir mais e mais num registo de linguagem que, às vezes, rondava a chantagem.
E já com o pais a arder, foi o próprio ministro que veio dizer publicamente que a indústria do combate aos fogos dá milhões a ganhar a muita gente. Não há nada como ouvir quem sabe.
Postas as coisas assim no ponto em que estão, e acreditando, quem acredita, que o Altíssimo, na sua infinita misericórdia, não terá razões para castigar mais os portugueses que os italianos ou espanhóis, tão filhos Dele como nós, temos razões sólidas para pensar que a indústria do fogo posto em Portugal continua em grande, ajudada pelas televisões com as suas nojentas coberturas dos incêndios, que dão ideias e instigam ao mimetismo os malucos, voyeurs diversos e negociantes de vários ramos. O exemplo da Madeira vai repetir-se: um único tonto foi capaz de pôr uma ilha a ferro e fogo e isto deve-se, não haja hesitações em afirmá-lo e constatá-lo, à cobertura assassina que as televisões fazem dos fogos.
O incêndio da Madeira já mobilizou o governo regional, o da República, fundos de socorro da UE, aviões russos, protecções civis várias, programas de reabilitação, tudo por obra de um tonto que já tinha ateado mais de vinte fogos e que confessou gostar de ver as chamas pela televisão.
Há por isso, é verdade, muito combustível para vender, muitos aviões de negócio sazonal para alugar, muitos recursos necessários à indústria do combate aos fogos, muitos carros dos bombeiros para reparar e manter e tudo isso, afinal de contas, dá a sua contribuiçãozita para o PIB. Teoria da conspiração? Não, apenas o tão singular “deixa arder” português, que encaixa que nem uma luva noutra expressão tão linda e a talhe de foice: não há fumo sem fogo. A televisão escandalosamente faz o resto.
Deixa arder
A acreditar nos dados de um estudo da União Europeia divulgado há um ano, Portugal teve mais incêndios que a Espanha, França, Itália e Grécia juntos no período entre 2000 e 2013. Este pequeno país registou, mais concretamente, 54% do número total de incêndios dos países mediterrânicos, quando a sua área total, no conjunto dos cinco, pouco passa dos 10%. Esta tenebrosa vitória portuguesa foi amplamente projectada acrescentando exactamente os os fogos ocorridos neste verão de má sina.
Recentemente, o responsável da Protecção Civil portuguesa disse categoricamente que o que havia a fazer, em termos de meios, feito está: o país detém todos os meios julgados necessários para combate aos incêndios falando de veículos, homens, recursos, apoios financeiros e outros, aliás sempre aumentados anos após ano porque nunca chegavam, até ao ponto em que já era escandaloso continuar a pedir mais e mais num registo de linguagem que, às vezes, rondava a chantagem.
E já com o pais a arder, foi o próprio ministro que veio dizer publicamente que a indústria do combate aos fogos dá milhões a ganhar a muita gente. Não há nada como ouvir quem sabe.
Postas as coisas assim no ponto em que estão, e acreditando, quem acredita, que o Altíssimo, na sua infinita misericórdia, não terá razões para castigar mais os portugueses que os italianos ou espanhóis, tão filhos Dele como nós, temos razões sólidas para pensar que a indústria do fogo posto em Portugal continua em grande, ajudada pelas televisões com as suas nojentas coberturas dos incêndios, que dão ideias e instigam ao mimetismo os malucos, voyeurs diversos e negociantes de vários ramos. O exemplo da Madeira vai repetir-se: um único tonto foi capaz de pôr uma ilha a ferro e fogo e isto deve-se, não haja hesitações em afirmá-lo e constatá-lo, à cobertura assassina que as televisões fazem dos fogos.
O incêndio da Madeira já mobilizou o governo regional, o da República, fundos de socorro da UE, aviões russos, protecções civis várias, programas de reabilitação, tudo por obra de um tonto que já tinha ateado mais de vinte fogos e que confessou gostar de ver as chamas pela televisão.
Há por isso, é verdade, muito combustível para vender, muitos aviões de negócio sazonal para alugar, muitos recursos necessários à indústria do combate aos fogos, muitos carros dos bombeiros para reparar e manter e tudo isso, afinal de contas, dá a sua contribuiçãozita para o PIB. Teoria da conspiração? Não, apenas o tão singular “deixa arder” português, que encaixa que nem uma luva noutra expressão tão linda e a talhe de foice: não há fumo sem fogo. A televisão escandalosamente faz o resto.
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |
» 2025-07-08
» António Mário Santos
O meu projecto eleitoral para a autarquia |
» 2025-07-08
» José Alves Pereira
O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA |
» 2025-07-08
» Acácio Gouveia
Inteligência artificial |