A culpa é da árvore?
"A inspiração para a mudança está aí, à mão de semear"
Ninguém pode ter deixado de reparar que já vamos em Fevereiro e a chuva ainda não foi o suficiente para sairmos da situação de seca e fazer correr os pequenos ribeiros. Ou ainda, que circula nos media que estão 40 milhões de mudas de eucalipto prontas para ir para o solo, seja para recuperar as perdas das áreas ardidas, ou mesmo ampliar a plantação para a indústria da pasta de papel. A mesma que até o momento vai sufocando de morte o rio Tejo.
Em meio a tudo isso é comum buscar culpados: Ora o eucalipto, ora os políticos ou empresários gananciosos. Dá sempre jeito. O problema de querer buscar culpados e respostas em coisas terceiras é que nos isenta da reflexão e da responsabilidade de sermos nós os consumidores de tudo que alimenta este fazer. Mas e a árvore, hein?
A razão de culparmos uma árvore pelos nossos graves problemas ambientais acontece por não questionarmos o andar das coisas. O mundo surge dos significados que nós lhe atribuímos, de um processo emergente de relações que retroalimentam e legitimam toda uma cultura de degradação ambiental. É mais do que tempo de admitir que é necessário olhar para as coisas que nos afligem de forma diferente.
É comum ver nos discursos que habitam o noticiário e mesmo a legislação, que não distingue-se monocultura de floresta. O que hoje chamam de floresta nada mais são do que monoculturas que desconsideram aspectos ecológicos e até mesmo culturais, com o propósito de atender intenções estritamente económico-financeiras; as mais imediatas em detrimento das de longo prazo. Neste caso, podemos plantar eucaliptos, pinheiros, exóticas, ou autóctones; se as formas, intenções e aspirações não mudam, também não mudam as relações, o fazer e os problemas daí advindos.
Uma floresta não é simplesmente um aglomerado de árvores, mas antes um sistema vivo, diverso e complexo que envolve relações entre diferentes espécies de animais, fungos, bactérias e plantas, incluindo nós seres humanos. Se entendermos a floresta e suas dinâmicas, entenderemos que podemos abrir todo um leque de oportunidades para o fazer humano, tão diverso e rico, como um ecossistema pode ser (redes, ecoliteracia, biomímese, permacultura, agroecologia, são alguns dos novos entendimentos).
Com este conhecimento, podemos planear e plantar florestas não só por motivos económicos e mono funcionais, mas também tão complexas e ricas como florestas naturais, onde para além da produção, poderíamos regenerar ecossistemas e beneficiar dos serviços que estes nos prestam. Como diz Ernst Gotsch (e outros nomes que poderia citar), podemos plantar água! Mas para isso devemos transmutar a nossa matriz cultural e produtiva (e consumista), das coisas aos alimentos.
A inspiração para a mudança está aí, à mão de semear. Toda a poluição e processos de impacto negativo no ambiente são resultados de valores, escolhas, de planeamento e de estratégias que envolvem desde a criação dos recursos, sua distribuição, consumo e disposição final. Ainda sim, em última instância, somos nós, que não questionamos, apenas consumimos.
A culpa é da árvore?
A inspiração para a mudança está aí, à mão de semear
Ninguém pode ter deixado de reparar que já vamos em Fevereiro e a chuva ainda não foi o suficiente para sairmos da situação de seca e fazer correr os pequenos ribeiros. Ou ainda, que circula nos media que estão 40 milhões de mudas de eucalipto prontas para ir para o solo, seja para recuperar as perdas das áreas ardidas, ou mesmo ampliar a plantação para a indústria da pasta de papel. A mesma que até o momento vai sufocando de morte o rio Tejo.
Em meio a tudo isso é comum buscar culpados: Ora o eucalipto, ora os políticos ou empresários gananciosos. Dá sempre jeito. O problema de querer buscar culpados e respostas em coisas terceiras é que nos isenta da reflexão e da responsabilidade de sermos nós os consumidores de tudo que alimenta este fazer. Mas e a árvore, hein?
A razão de culparmos uma árvore pelos nossos graves problemas ambientais acontece por não questionarmos o andar das coisas. O mundo surge dos significados que nós lhe atribuímos, de um processo emergente de relações que retroalimentam e legitimam toda uma cultura de degradação ambiental. É mais do que tempo de admitir que é necessário olhar para as coisas que nos afligem de forma diferente.
É comum ver nos discursos que habitam o noticiário e mesmo a legislação, que não distingue-se monocultura de floresta. O que hoje chamam de floresta nada mais são do que monoculturas que desconsideram aspectos ecológicos e até mesmo culturais, com o propósito de atender intenções estritamente económico-financeiras; as mais imediatas em detrimento das de longo prazo. Neste caso, podemos plantar eucaliptos, pinheiros, exóticas, ou autóctones; se as formas, intenções e aspirações não mudam, também não mudam as relações, o fazer e os problemas daí advindos.
Uma floresta não é simplesmente um aglomerado de árvores, mas antes um sistema vivo, diverso e complexo que envolve relações entre diferentes espécies de animais, fungos, bactérias e plantas, incluindo nós seres humanos. Se entendermos a floresta e suas dinâmicas, entenderemos que podemos abrir todo um leque de oportunidades para o fazer humano, tão diverso e rico, como um ecossistema pode ser (redes, ecoliteracia, biomímese, permacultura, agroecologia, são alguns dos novos entendimentos).
Com este conhecimento, podemos planear e plantar florestas não só por motivos económicos e mono funcionais, mas também tão complexas e ricas como florestas naturais, onde para além da produção, poderíamos regenerar ecossistemas e beneficiar dos serviços que estes nos prestam. Como diz Ernst Gotsch (e outros nomes que poderia citar), podemos plantar água! Mas para isso devemos transmutar a nossa matriz cultural e produtiva (e consumista), das coisas aos alimentos.
A inspiração para a mudança está aí, à mão de semear. Toda a poluição e processos de impacto negativo no ambiente são resultados de valores, escolhas, de planeamento e de estratégias que envolvem desde a criação dos recursos, sua distribuição, consumo e disposição final. Ainda sim, em última instância, somos nós, que não questionamos, apenas consumimos.
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![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
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![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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