Boys - rui anastácio
"Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina"
A palavra parece ser inglesa, mas é apenas aparência. É uma palavra portuguesa, com certeza. Foi proferida, pela primeira vez, nos idos anos 90 pelo actual secretário-geral das nações unidas. “No jobs for the boys”.
Os boys aparecem em todo o lado, são assim como moscas em Setembro. Com a diferença que se mantém activos todo o ano. Manterem-se activos é, aliás, uma das suas características mais notórias. Estarem em todo o lado, aparecerem por aqui e por ali nos momentos certos passa a ideia de que são realmente importantes, talvez mesmo imprescindíveis.
Outra característica dos boys, que os diferencia das moscas, é a sua esperança média de vida. Vivem normalmente por muitos e bons anos, sem grandes afazeres nem preocupações. Afinal, o seu grande talento é manterem-se vivos. Invariavelmente ao longo desta sua vida acabam por encontrar aquilo que procuram, um dia a sua vez chega. Apenas têm que estar, simplesmente estar, para poderem aparecer no momento certo. Se não tiverem feito nada de relevante nos últimos 25 anos é perfeito, em princípio não chatearam nenhum concidadão, pelo que mesmo não sendo entusiasticamente apreciados, é certo que também a ninguém terão desgostado. Esse é, aliás, o seu grande talento, não desgostar. Curriculum perfeito para qualquer cargo, não desgostar. Assim garantem 100% de aceitação.
Uma vez no cargo que tanto ambicionaram, vão continuar afincadamente a não desgostar, a não incomodar, a não fazerem sequer peso à terra, tal será a leveza do seu pensamento e a subtileza da sua acção.
Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina, cada vez mais, por todo o lado. Basta deixar um papel de rebuçado e comportam-se como formigas. Aparecem de imediato, em filinha, ordenadamente. Sabem que chegará a sua vez, ordenadamente, chegará o seu momento.
Ao longo do tempo foram testados, sem grande sucesso, alguns insecticidas.
Resta-nos confiar na ciência. Bem sabemos que o momento é da vacina, mas quem sabe, não descobrirão uma vacina 2 em 1. Quem sabe...
Boys - rui anastácio
Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina
A palavra parece ser inglesa, mas é apenas aparência. É uma palavra portuguesa, com certeza. Foi proferida, pela primeira vez, nos idos anos 90 pelo actual secretário-geral das nações unidas. “No jobs for the boys”.
Os boys aparecem em todo o lado, são assim como moscas em Setembro. Com a diferença que se mantém activos todo o ano. Manterem-se activos é, aliás, uma das suas características mais notórias. Estarem em todo o lado, aparecerem por aqui e por ali nos momentos certos passa a ideia de que são realmente importantes, talvez mesmo imprescindíveis.
Outra característica dos boys, que os diferencia das moscas, é a sua esperança média de vida. Vivem normalmente por muitos e bons anos, sem grandes afazeres nem preocupações. Afinal, o seu grande talento é manterem-se vivos. Invariavelmente ao longo desta sua vida acabam por encontrar aquilo que procuram, um dia a sua vez chega. Apenas têm que estar, simplesmente estar, para poderem aparecer no momento certo. Se não tiverem feito nada de relevante nos últimos 25 anos é perfeito, em princípio não chatearam nenhum concidadão, pelo que mesmo não sendo entusiasticamente apreciados, é certo que também a ninguém terão desgostado. Esse é, aliás, o seu grande talento, não desgostar. Curriculum perfeito para qualquer cargo, não desgostar. Assim garantem 100% de aceitação.
Uma vez no cargo que tanto ambicionaram, vão continuar afincadamente a não desgostar, a não incomodar, a não fazerem sequer peso à terra, tal será a leveza do seu pensamento e a subtileza da sua acção.
Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina, cada vez mais, por todo o lado. Basta deixar um papel de rebuçado e comportam-se como formigas. Aparecem de imediato, em filinha, ordenadamente. Sabem que chegará a sua vez, ordenadamente, chegará o seu momento.
Ao longo do tempo foram testados, sem grande sucesso, alguns insecticidas.
Resta-nos confiar na ciência. Bem sabemos que o momento é da vacina, mas quem sabe, não descobrirão uma vacina 2 em 1. Quem sabe...
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