Eis o monstro, agora em todo o seu esplendor
Opinião » 2016-09-16 » João Carlos Lopes
Livre de panos e taipais, é possível ver agora toda a dimensão de mais um atentado urbanístico à cidade e à sua harmonia, que é património dos torrejanos. Atravessando o alinhamento dos edifícios da mais importante rua da cidade, caindo para cima do passeio, tapando completamente o edifício recuperado do antigo hospital, arrogante na sua inutilidade e pobreza estética, aí está um exemplo concreto de como, de uma penada, se consegue fazer estragos irreparáveis e, ao mesmo tempo, contrariar os propósitos iniciais.
Recorde-se que o projecto visava recuperar o edifício do antigo hospital, e a recuperação de um edifício histórico inclui não só a sua reabilitação física, mas a salvaguarda do seu envolvimento, sem a qual nada se justificaria. Ora, este inenarrável mamarracho oblitera e afronta a presença do edifício recuperado, esconde-o completamente de um ponto do olhar privilegiado que é a avenida e atraiçoa brutalmente o alinhamento do edificado, com a agravante de ser um projecto municipal a abastardar um normativo estético e formal que caracterizava aquele troço do arruamento.
Pergunte-se: mas, ao menos, aquele anexo a fazer lembrar o INATEL de Albufeira era necessário? E sendo necessário, atendendo à volumetria do edifício principal, era preciso que tivesse aquela dimensão, aquela altura? Não era. Mas sendo, era preciso que atravessasse o alinhamento fixado? Ganha-se o quê, naquele metro devastador?
A juntar ao imenso mausoléu chamado Parque Almonda, que queimou definitivamente a última zona onde o rio podia ter sido trazido para fora do caneiro que é quase todo o seu trajecto urbano, junta-se agora mais esta nódoa da nossa história recente.
Acontece que os perigos espreitam a todo o momento e quando se acha que não é possível fazer ainda pior, somos surpreendidos, como fomos quando há dias, de mansinho, a actual maioria camarária tencionava assassinar sem dó nem piedade o Porto dos Namorados, um dos locais mais aprazíveis e marcantes do percurso do rio, pondo-lhe por cima um fio de barracas para vender copos a pretexto de um projecto “gauche chic”, um crime na forma tentada que merecia castigo só de se pensar nele.
Como se sabe que, na sombra, estaria uma ideia, digna de levantamento armado da população com forquilhas e varapaus, de alterar o alinhamento da avenida para criar uma zona de estacionamento pelo passeio público adentro, em benfício de negócio particular cuja implantação no local, nos idos de 70, causou uma enorme polémica para quem ainda se lembra.
Eis o monstro, agora em todo o seu esplendor
Opinião » 2016-09-16 » João Carlos LopesLivre de panos e taipais, é possível ver agora toda a dimensão de mais um atentado urbanístico à cidade e à sua harmonia, que é património dos torrejanos. Atravessando o alinhamento dos edifícios da mais importante rua da cidade, caindo para cima do passeio, tapando completamente o edifício recuperado do antigo hospital, arrogante na sua inutilidade e pobreza estética, aí está um exemplo concreto de como, de uma penada, se consegue fazer estragos irreparáveis e, ao mesmo tempo, contrariar os propósitos iniciais.
Recorde-se que o projecto visava recuperar o edifício do antigo hospital, e a recuperação de um edifício histórico inclui não só a sua reabilitação física, mas a salvaguarda do seu envolvimento, sem a qual nada se justificaria. Ora, este inenarrável mamarracho oblitera e afronta a presença do edifício recuperado, esconde-o completamente de um ponto do olhar privilegiado que é a avenida e atraiçoa brutalmente o alinhamento do edificado, com a agravante de ser um projecto municipal a abastardar um normativo estético e formal que caracterizava aquele troço do arruamento.
Pergunte-se: mas, ao menos, aquele anexo a fazer lembrar o INATEL de Albufeira era necessário? E sendo necessário, atendendo à volumetria do edifício principal, era preciso que tivesse aquela dimensão, aquela altura? Não era. Mas sendo, era preciso que atravessasse o alinhamento fixado? Ganha-se o quê, naquele metro devastador?
A juntar ao imenso mausoléu chamado Parque Almonda, que queimou definitivamente a última zona onde o rio podia ter sido trazido para fora do caneiro que é quase todo o seu trajecto urbano, junta-se agora mais esta nódoa da nossa história recente.
Acontece que os perigos espreitam a todo o momento e quando se acha que não é possível fazer ainda pior, somos surpreendidos, como fomos quando há dias, de mansinho, a actual maioria camarária tencionava assassinar sem dó nem piedade o Porto dos Namorados, um dos locais mais aprazíveis e marcantes do percurso do rio, pondo-lhe por cima um fio de barracas para vender copos a pretexto de um projecto “gauche chic”, um crime na forma tentada que merecia castigo só de se pensar nele.
Como se sabe que, na sombra, estaria uma ideia, digna de levantamento armado da população com forquilhas e varapaus, de alterar o alinhamento da avenida para criar uma zona de estacionamento pelo passeio público adentro, em benfício de negócio particular cuja implantação no local, nos idos de 70, causou uma enorme polémica para quem ainda se lembra.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |