Ganha fama e senta-te à sombra da bananeira
"não ganhei fama nem me sentei à sombra da bananeira, porque continuo preocupada, gosto da perfeição e do brio"
Esta é uma crónica pequenina, muito ligeira, leve e fresca, como devem ser as refeições nos dias de muito calor e em período de férias. A crónica “das férias” virá na seguinte ronda de escritaria. Esta é, assim, uma crónica de férias.
Desde a crónica anterior (e não última, como me “repreendeu” um amigo), não tenho deixado de pensar nos momentos de fragilidade por que tenho passado ao evidenciar algumas falhas na escrita, quando sou, ou tenho sido, tão amiga e adepta do rigor, da perfeição e, até em algumas situações, da elevação e da erudição na escrita. Porém, isto não quer dizer que o rigor, a perfeição, a elevação e a erudição não se alcancem com uma linguagem simples, um discurso espontâneo, sem grandes complexidades sintáticas, lexicais ou semânticas. É o que eu acho.
Aliás, uma das coisas que mais me agrada é o facto de encontrar muitas pessoas que me dizem que gostam muito do que escrevo e que do que gostam mesmo é que percebem tudo e isso nem sempre lhes acontece quando leem outros textos. Ora aí está. Pelos vistos o meu gosto e prazer em escrever, em usar e articular as palavras, de que tanto gosto, até têm algum efeito e o que talvez seja importante é que não só me fazem pensar a mim, mas fazem pensar também quem tem a bondade de as ler e, assim, tem de tentar perceber ou intuir o que a sua amálgama pode querer dizer. Porque as palavras revelam-nos e revelam a nossa realidade e há uma obrigação moral e social em mostrar a realidade, no que tem de mais belo, para se apreciar, valorizar e reproduzir e no que há de mais feio, para se denunciar, condenar e impedir a sua existência ou, pelo menos, o seu crescimento.
Mas o início da crónica era simplesmente para me desculpar por algumas falhas gráficas: vírgulas fora do lugar, pois, às vezes, ou surgem em excesso ou em falta (se bem que em lugares muito importantes, como, por exemplo, entre o sujeito e o predicado e entre o verbo, núcleo principal desse predicado, e os seus complementos ou predicativos não haja habitualmente falhas, há mais quando se envolvem modificadores); concordâncias que o não são ou deveriam ser, com um singular em vez do plural ou vice versa, ou o inverso entre o sujeito e o verbo ou complexo verbal do predicado (pois ambos devem ser solidários entre si); a falta de um til, que pode confundir a palavra manha com manhã (ou manhazinha, a qual todos recorremos de vez em quando e manhãzinha que, quando nasce, é para todos) e por aí adiante. A verdade é que se for reler, tornar a “re-reler” ou “tri-ler” (atenção que “treler” pode ser dizer disparates, tagarelar, conversar despretensiosamente, que é o que já me está a acontecer...), encontro sempre falhas. Já me resigno! E eu até sou de poucas resignações! A idade e a experiência fazem-nos isto.
Por isso, vou concluir: não ganhei fama nem me sentei à sombra da bananeira, porque continuo preocupada, gosto da perfeição e do brio e de aprender sempre. Também gosto de me rir de mim própria, por isso os erros que me atribuo acabam por me fazer abanar negativamente a cabeça, que é uma espécie de exercício, e reforçam a humildade que é o avesso da vaidade e da prepotência.
Acabarei com algo que me faz sempre rir e desperta grande carinho: já há uns bons anos, apresentava eu, publicamente, em representação de um grupo de colegas, um trabalho em que a palavra “comunicação” era reiteradamente empregue e no diapositivo (“slide”) suporte do trabalho, que estava projetado nas minhas costas aparecia a palavra “comicação” (lia-se com dificuldade por estar expressa na vertical). Alguns dos meus colegas e amigos, nos seus lugares de espetadores comentaram entre si: “A Augusta enganou-se. Escreveu “comicação” em vez de “comunicação””. E riam-se, porque me reconheciam o gosto e o cuidado pela perfeição. Claro que eu não entendia porquê. Mas havia razão para isso. No meio destas vozes, alguém verdadeiramente amigo e cegamente crente nas minhas capacidades retorquiu para esse grupo: “Não, não, se foi a Augusta que escreveu, é porque existe, nós é que não sabemos!”.
Estão a ver como é bom ganhar fama e reconhecimento, mas nunca nos devemos sentar à sombra da bananeira confiantes que a fama e o reconhecimento são eternos? É que não são. E somos nós, os próprios, que devemos ter consciência disso e humildade q.b. para assumir os nossos erros e aprender e melhorar sempre. Até porque errar é humano e relembrar ou reler ou recontar a história da Lebre e da Tartaruga a alguém próximo e que é criança é sempre um gosto! E é sempre uma aprendizagem. “Aprender até morrer!”.
Ganha fama e senta-te à sombra da bananeira
não ganhei fama nem me sentei à sombra da bananeira, porque continuo preocupada, gosto da perfeição e do brio
Esta é uma crónica pequenina, muito ligeira, leve e fresca, como devem ser as refeições nos dias de muito calor e em período de férias. A crónica “das férias” virá na seguinte ronda de escritaria. Esta é, assim, uma crónica de férias.
Desde a crónica anterior (e não última, como me “repreendeu” um amigo), não tenho deixado de pensar nos momentos de fragilidade por que tenho passado ao evidenciar algumas falhas na escrita, quando sou, ou tenho sido, tão amiga e adepta do rigor, da perfeição e, até em algumas situações, da elevação e da erudição na escrita. Porém, isto não quer dizer que o rigor, a perfeição, a elevação e a erudição não se alcancem com uma linguagem simples, um discurso espontâneo, sem grandes complexidades sintáticas, lexicais ou semânticas. É o que eu acho.
Aliás, uma das coisas que mais me agrada é o facto de encontrar muitas pessoas que me dizem que gostam muito do que escrevo e que do que gostam mesmo é que percebem tudo e isso nem sempre lhes acontece quando leem outros textos. Ora aí está. Pelos vistos o meu gosto e prazer em escrever, em usar e articular as palavras, de que tanto gosto, até têm algum efeito e o que talvez seja importante é que não só me fazem pensar a mim, mas fazem pensar também quem tem a bondade de as ler e, assim, tem de tentar perceber ou intuir o que a sua amálgama pode querer dizer. Porque as palavras revelam-nos e revelam a nossa realidade e há uma obrigação moral e social em mostrar a realidade, no que tem de mais belo, para se apreciar, valorizar e reproduzir e no que há de mais feio, para se denunciar, condenar e impedir a sua existência ou, pelo menos, o seu crescimento.
Mas o início da crónica era simplesmente para me desculpar por algumas falhas gráficas: vírgulas fora do lugar, pois, às vezes, ou surgem em excesso ou em falta (se bem que em lugares muito importantes, como, por exemplo, entre o sujeito e o predicado e entre o verbo, núcleo principal desse predicado, e os seus complementos ou predicativos não haja habitualmente falhas, há mais quando se envolvem modificadores); concordâncias que o não são ou deveriam ser, com um singular em vez do plural ou vice versa, ou o inverso entre o sujeito e o verbo ou complexo verbal do predicado (pois ambos devem ser solidários entre si); a falta de um til, que pode confundir a palavra manha com manhã (ou manhazinha, a qual todos recorremos de vez em quando e manhãzinha que, quando nasce, é para todos) e por aí adiante. A verdade é que se for reler, tornar a “re-reler” ou “tri-ler” (atenção que “treler” pode ser dizer disparates, tagarelar, conversar despretensiosamente, que é o que já me está a acontecer...), encontro sempre falhas. Já me resigno! E eu até sou de poucas resignações! A idade e a experiência fazem-nos isto.
Por isso, vou concluir: não ganhei fama nem me sentei à sombra da bananeira, porque continuo preocupada, gosto da perfeição e do brio e de aprender sempre. Também gosto de me rir de mim própria, por isso os erros que me atribuo acabam por me fazer abanar negativamente a cabeça, que é uma espécie de exercício, e reforçam a humildade que é o avesso da vaidade e da prepotência.
Acabarei com algo que me faz sempre rir e desperta grande carinho: já há uns bons anos, apresentava eu, publicamente, em representação de um grupo de colegas, um trabalho em que a palavra “comunicação” era reiteradamente empregue e no diapositivo (“slide”) suporte do trabalho, que estava projetado nas minhas costas aparecia a palavra “comicação” (lia-se com dificuldade por estar expressa na vertical). Alguns dos meus colegas e amigos, nos seus lugares de espetadores comentaram entre si: “A Augusta enganou-se. Escreveu “comicação” em vez de “comunicação””. E riam-se, porque me reconheciam o gosto e o cuidado pela perfeição. Claro que eu não entendia porquê. Mas havia razão para isso. No meio destas vozes, alguém verdadeiramente amigo e cegamente crente nas minhas capacidades retorquiu para esse grupo: “Não, não, se foi a Augusta que escreveu, é porque existe, nós é que não sabemos!”.
Estão a ver como é bom ganhar fama e reconhecimento, mas nunca nos devemos sentar à sombra da bananeira confiantes que a fama e o reconhecimento são eternos? É que não são. E somos nós, os próprios, que devemos ter consciência disso e humildade q.b. para assumir os nossos erros e aprender e melhorar sempre. Até porque errar é humano e relembrar ou reler ou recontar a história da Lebre e da Tartaruga a alguém próximo e que é criança é sempre um gosto! E é sempre uma aprendizagem. “Aprender até morrer!”.
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