30 anos contra o silêncio - josé mota pereira
Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. Se recuarmos na história aos tempos do romano Cardilio, aos tempos dos homens da gruta do Almonda, ou com mais ousadia viajarmos até ao tempo dos dinossauros que marcaram o nosso chão com as suas pegadas, estes 30 anos parecerão ainda mais um pequeno grão de areia na história deste lugar.
Sendo portanto relativo na sua importância para a História, este período de tempo que decorre de 1994 até hoje, não pode dispensar a importância da voz do “Jornal Torrejano”. Indiscutivelmente, o jornal é fonte desta pequena história que se há-de contar no futuro. Mas o “Jornal Torrejano” não foi apenas arauto, contista ou um narrador invisível. Integrado na realidade social, a sua acção foi também interventiva e participante (mesmo que involuntariamente) e esse papel não o desmerece, pelo contrário, dignifica-o e releva o seu papel. Das notícias, das reportagens, das entrevistas, dos espaços de opinião (e até das omissões) nasceram debates, interpelações e posicionamentos que marcam a vida política, económica, cultural, artística e desportiva de Torres Novas desde o final do século passado. Esta é uma evidência que poderia ser facilmente constatada se o “Jornal Torrejano” pudesse disponibilizar um arquivo para consulta on-line de todas as suas edições (ou pelo menos das capas) - e aqui fica a sugestão…
Diz-se da realidade em que vivemos que há uma crise do jornalismo decorrente de uma crise global que afecta todos os poderes organizados nas suas formas tradicionais: há uma crise dos partidos, dos sindicatos, das religiões, do associativismo e por aí fora. Neste tempo de mudança, as novas tecnologias e a inteligência artificial são alguns dos novos desafios colocados às estruturas de poder, como é o caso da comunicação social. Acresce que no caso concreto do “Jornal Torrejano” a sua subsistência ocorre num ambiente de profunda anemia social e colectiva. Torres Novas assiste desde o final do século XX a profundas alterações do seu tecido social. As novas urbanizações, a auto-estrada e as palmeiras das novas avenidas não disfarçam o que todos sabem: hoje produz-se menos na nossa terra; as indústrias praticamente desapareceram; o comércio está praticamente entregue aos impérios da distribuição; os jovens são cada vez menos e saindo daqui para estudar raramente regressam; o associativismo subsiste cada vez mais na dependência dos poderes públicos; as aldeias vão ficando vazias e na cidade a vida nas ruas desapareceu.
São com certeza de resistência estes tempos para o corpo editorial do jornal, assim como para a direcção da cooperativa que detém o título. A teimosa persistência da publicação do “Jornal Torrejano” merece, portanto, justa celebração do 30.° aniversário no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril. Manter-se vivo, independente e plural, é a garantia de que em cada edição publicada do “Jornal Torrejano” há uma pedra a menos nos muros de silêncio, cumplicidade, orgulho e vaidade que alguns vão tentando erguer.
Parabéns, “Torrejano”.
30 anos contra o silêncio - josé mota pereira
Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. Se recuarmos na história aos tempos do romano Cardilio, aos tempos dos homens da gruta do Almonda, ou com mais ousadia viajarmos até ao tempo dos dinossauros que marcaram o nosso chão com as suas pegadas, estes 30 anos parecerão ainda mais um pequeno grão de areia na história deste lugar.
Sendo portanto relativo na sua importância para a História, este período de tempo que decorre de 1994 até hoje, não pode dispensar a importância da voz do “Jornal Torrejano”. Indiscutivelmente, o jornal é fonte desta pequena história que se há-de contar no futuro. Mas o “Jornal Torrejano” não foi apenas arauto, contista ou um narrador invisível. Integrado na realidade social, a sua acção foi também interventiva e participante (mesmo que involuntariamente) e esse papel não o desmerece, pelo contrário, dignifica-o e releva o seu papel. Das notícias, das reportagens, das entrevistas, dos espaços de opinião (e até das omissões) nasceram debates, interpelações e posicionamentos que marcam a vida política, económica, cultural, artística e desportiva de Torres Novas desde o final do século passado. Esta é uma evidência que poderia ser facilmente constatada se o “Jornal Torrejano” pudesse disponibilizar um arquivo para consulta on-line de todas as suas edições (ou pelo menos das capas) - e aqui fica a sugestão…
Diz-se da realidade em que vivemos que há uma crise do jornalismo decorrente de uma crise global que afecta todos os poderes organizados nas suas formas tradicionais: há uma crise dos partidos, dos sindicatos, das religiões, do associativismo e por aí fora. Neste tempo de mudança, as novas tecnologias e a inteligência artificial são alguns dos novos desafios colocados às estruturas de poder, como é o caso da comunicação social. Acresce que no caso concreto do “Jornal Torrejano” a sua subsistência ocorre num ambiente de profunda anemia social e colectiva. Torres Novas assiste desde o final do século XX a profundas alterações do seu tecido social. As novas urbanizações, a auto-estrada e as palmeiras das novas avenidas não disfarçam o que todos sabem: hoje produz-se menos na nossa terra; as indústrias praticamente desapareceram; o comércio está praticamente entregue aos impérios da distribuição; os jovens são cada vez menos e saindo daqui para estudar raramente regressam; o associativismo subsiste cada vez mais na dependência dos poderes públicos; as aldeias vão ficando vazias e na cidade a vida nas ruas desapareceu.
São com certeza de resistência estes tempos para o corpo editorial do jornal, assim como para a direcção da cooperativa que detém o título. A teimosa persistência da publicação do “Jornal Torrejano” merece, portanto, justa celebração do 30.° aniversário no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril. Manter-se vivo, independente e plural, é a garantia de que em cada edição publicada do “Jornal Torrejano” há uma pedra a menos nos muros de silêncio, cumplicidade, orgulho e vaidade que alguns vão tentando erguer.
Parabéns, “Torrejano”.
![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |
![]() Gisèle Pelicot vive e cresceu em França. Tem 71 anos. Casou-se aos 20 anos de idade com Dominique Pelicot, de 72 anos, hoje reformado. Teve dois filhos. Gisèle não sabia que a pessoa que escolheu para estar ao seu lado ao longo da vida a repudiava ao ponto de não suportar a ideia de não lhe fazer mal, tudo isto em segredo e com a ajuda de outros homens, que, como ele, viviam vidas aparentemente, parcialmente e eticamente comuns. |
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![]() Deveria seguir-se a demolição do prédio que foi construído em cima do rio há mais de cinquenta anos e a libertação de terrenos junto da fábrica velha Estamos em tempo de cheias no nosso Rio Almonda. |
![]() Enquanto penso em como arrancar com este texto, só consigo imaginar o fartote que Joana Marques, humorista, faria com esta notícia. Tivesse eu jeito para piadas e poderia alvitrar já aqui duas ou três larachas, envolvendo papel higiénico e lavagem de honra, que a responsável pelo podcast Extremamente Desagradável faria com este assunto. |
![]() Chegou o ano do eleitorado concelhio, no sistema constitucional democrático em que vivemos, dizer da sua opinião sobre a política autárquica a que a gestão do município o sujeitou. O Partido Socialista governa desde as eleições de 12 de Dezembro de 1993, com duas figuras que se mantiveram na presidência, António Manuel de Oliveira Rodrigues (1994-2013), Pedro Paulo Ramos Ferreira (2013-2025), com o reforço deste último ter sido vice-presidente do primeiro nos seus três mandatos. |
![]() Coloquemos a questão: O que se está a passar no mundo? Factualmente, temos, para além da tragédia do Médio Oriente, a invasão russa da Ucrânia, o sólido crescimento internacional do poder chinês, o fenómeno Donald Trump e a periclitante saúde das democracias europeias. |
![]() Nos últimos dias do ano veio a revelação da descoberta de mais um trilho de pegadas de dinossauros na Serra de Aire. Neste canto do mundo, outras vidas que aqui andaram, foram deixando involuntariamente o seu rasto e na viagem dos tempos chegaram-se a nós e o passado encontra-se com o presente. |
![]() É um banco, talvez, feliz! Era uma vez um banco. Não. É um banco e um banco, talvez, feliz! E não. Não é um banco dos que nos desassossegam pelo que nos custam e cobram, mas dos que nos permitem sossegar, descansar. |
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