Milhões
"Este capitalismo financeiro não é o fim da história nem o seu destino"
Não, não é uma brincadeira. É coisa séria dizer-se que o orçamento municipal de um concelho de 35 mil habitantes é, grosso modo, o ordenado-base mais os prémios de jogo de seis meses do Ronaldo no Real Madrid. Soa bem? Não, não soa nada bem.
Como não soa bem que o director de um banco público se prepare para ir ganhar mais de 300 vezes do ganham milhares de reformados que não chegam a receber 200 euros de reforma por mês. Também é surpreendente que a Califórnia, um único estado americano, seria a sétima economia do mundo. Por nele existirem várias “empresas globais”que, cada uma por si, vale mais do que o PIB de muitos e muitos países do mundo.
Como parece impossível que se tenha chegado ao ponto a que chegámos, em que os fluxos financeiros que comandam, suportam, viciam e manipulam a economia do mundo só correspondam a cerca de 20 ou 30 por cento de dinheiro, dinheiro mesmo. Números que escondem sempre assimetrias e disparidades, desigualdades, roubos e iniquidades. Quer isto dizer que, caso uma borboleta bata as asas em Hong Kong, ou na China, para actualizar o ditado, isto rebenta tudo de um dia para o outro como um baralho de cartas.
A diferentes níveis e escalas, realidades e contextos, a loucura dos números, que se reproduzem a eles mesmos em imparável desvario, representa o estado actual da deriva humana para um caminho sem retorno. Não, este capitalismo financeiro não é o fim da história nem o seu destino. Não tem viabilidade, pura e simplesmente. Por mais que eles digam o contrário.
Milhões
Este capitalismo financeiro não é o fim da história nem o seu destino
Não, não é uma brincadeira. É coisa séria dizer-se que o orçamento municipal de um concelho de 35 mil habitantes é, grosso modo, o ordenado-base mais os prémios de jogo de seis meses do Ronaldo no Real Madrid. Soa bem? Não, não soa nada bem.
Como não soa bem que o director de um banco público se prepare para ir ganhar mais de 300 vezes do ganham milhares de reformados que não chegam a receber 200 euros de reforma por mês. Também é surpreendente que a Califórnia, um único estado americano, seria a sétima economia do mundo. Por nele existirem várias “empresas globais”que, cada uma por si, vale mais do que o PIB de muitos e muitos países do mundo.
Como parece impossível que se tenha chegado ao ponto a que chegámos, em que os fluxos financeiros que comandam, suportam, viciam e manipulam a economia do mundo só correspondam a cerca de 20 ou 30 por cento de dinheiro, dinheiro mesmo. Números que escondem sempre assimetrias e disparidades, desigualdades, roubos e iniquidades. Quer isto dizer que, caso uma borboleta bata as asas em Hong Kong, ou na China, para actualizar o ditado, isto rebenta tudo de um dia para o outro como um baralho de cartas.
A diferentes níveis e escalas, realidades e contextos, a loucura dos números, que se reproduzem a eles mesmos em imparável desvario, representa o estado actual da deriva humana para um caminho sem retorno. Não, este capitalismo financeiro não é o fim da história nem o seu destino. Não tem viabilidade, pura e simplesmente. Por mais que eles digam o contrário.
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |