O AGOSTO QUE VIER - josé mota pereira
Opinião » 2020-08-19 » José Mota Pereira"Sabemos que em Agosto de 2020 a festa da vida tem que fazer uma pausa."
Foi numa manhã de Agosto, que a Humanidade perdeu toda a vergonha, se é que ainda lhe sobrava alguma. Na cidade de Hiroshima, o cogumelo da morte subiu pelos ares semeando a morte e a destruição num dos maiores crimes cometidos contra a Humanidade. Um crime cometido pelos Estados Unidos da América para resolução de uma guerra que já estava resolvida. A devastação da bomba atómica repetiu-se poucos dias depois na cidade japonesa de Nagasaki vincando uma tragédia que fez de todos os Homens menos Homens. A brutalidade dos neutrões culminou um dos períodos mais tenebrosos da desumanidade organizada vivida na Segunda Guerrra Mundial.
No mês de Agosto que vivemos hoje, quase um século passado, somos de novo assombrados pelas mesmas nuvens. A paz e a cooperação entre os povos são palavras ignoradas. Neste mundo global as ameaças são sérias e preocupantes, por maior confiança que tenhamos no progresso da humanidade.
Tomando boleia de um vírus que atinge o mundo de uma forma como nunca antes se viu, assistimos a fenómenos merecedores de séria preocupação. Por todo o mundo, assistimos ao esbulho de direitos e liberdades. Assistimos a uma vergonhosa competição entre os maiores países para deter a patente e posse de uma vacina, que sendo de interesse de todos os povos do mundo, se apresentará afinal como mais um lucrativo negócio global. E que dizer do poder, cada vez maior, de algumas companhias mundiais, nomeadamente nas áreas das novas tecnologias e de informação pelo domínio, controle e rastreamento da vida individual e social? Que dizer da sua influência e condiconamento nos governos das grandes potências mundiais?
Há um tempo novo, a “nova normalidade”, que se anuncia com preocupantes ameaças à liberdade e à democracia. Um tempo novo assente na fome na miséria, no desemprego, numa economia de novos escravos onde se acumulam todas as desigualdades sociais. O tempo da vitória da barbárie sobre a civilização. Uma nuvem que se espalha pelo mundo, de Nova Iorque a Moscovo, de Pequim a São Paulo, de Joanesburgo a Toronto, de Praga a Melbourne. Uma nuvem que chega aqui, também, a Torres Novas.
Resistir e combater é urgente!
Não podemos esquecer que todas as ditaduras se alicerçaram no medo que silencia os homens e na fé noutros Homens que se proclamam providenciais. Desses que estão aí de novo, sem máscara, desenterrados das tumbas de Santa Comba, bem falantes, trajados na fatiota Hugo Boss, barba arranjada, promovidos e financiados pelos netos do fascismo. Não podemos ignorá-los!
Quantos é que nós somos?
- assim nos cantou de punho erguido, José Mário Branco, “entre o Abril que fizemos e o que está por fazer”.
Há milhares de anos que no hemisfério norte, o mês de Agosto é o tempo de limpar as ervas da terra e dela colher os frutos. Este é o mês em que ceifamos o trigo e o milho para o pão que nos alimenta os dias. Agosto é o tempo da festa e de agradecer à terra, ao ar, à agua e aos bichos a nossa existência de sermos vivos. Agosto é esta alegria milenar de colher, reencontrar, celebrar e recuperar forças.
Sabemos que em Agosto de 2020 a festa da vida tem que fazer uma pausa. No Agosto que vier, colheremos de novo os frutos da terra, cumprindo o ciclo da vida. Se cuidarmos do chão comum, a terra não nos falhará. Não nos falte a memória de outros Agostos em que se sonhou a construção colectiva do futuro.
O AGOSTO QUE VIER - josé mota pereira
Opinião » 2020-08-19 » José Mota PereiraSabemos que em Agosto de 2020 a festa da vida tem que fazer uma pausa.
Foi numa manhã de Agosto, que a Humanidade perdeu toda a vergonha, se é que ainda lhe sobrava alguma. Na cidade de Hiroshima, o cogumelo da morte subiu pelos ares semeando a morte e a destruição num dos maiores crimes cometidos contra a Humanidade. Um crime cometido pelos Estados Unidos da América para resolução de uma guerra que já estava resolvida. A devastação da bomba atómica repetiu-se poucos dias depois na cidade japonesa de Nagasaki vincando uma tragédia que fez de todos os Homens menos Homens. A brutalidade dos neutrões culminou um dos períodos mais tenebrosos da desumanidade organizada vivida na Segunda Guerrra Mundial.
No mês de Agosto que vivemos hoje, quase um século passado, somos de novo assombrados pelas mesmas nuvens. A paz e a cooperação entre os povos são palavras ignoradas. Neste mundo global as ameaças são sérias e preocupantes, por maior confiança que tenhamos no progresso da humanidade.
Tomando boleia de um vírus que atinge o mundo de uma forma como nunca antes se viu, assistimos a fenómenos merecedores de séria preocupação. Por todo o mundo, assistimos ao esbulho de direitos e liberdades. Assistimos a uma vergonhosa competição entre os maiores países para deter a patente e posse de uma vacina, que sendo de interesse de todos os povos do mundo, se apresentará afinal como mais um lucrativo negócio global. E que dizer do poder, cada vez maior, de algumas companhias mundiais, nomeadamente nas áreas das novas tecnologias e de informação pelo domínio, controle e rastreamento da vida individual e social? Que dizer da sua influência e condiconamento nos governos das grandes potências mundiais?
Há um tempo novo, a “nova normalidade”, que se anuncia com preocupantes ameaças à liberdade e à democracia. Um tempo novo assente na fome na miséria, no desemprego, numa economia de novos escravos onde se acumulam todas as desigualdades sociais. O tempo da vitória da barbárie sobre a civilização. Uma nuvem que se espalha pelo mundo, de Nova Iorque a Moscovo, de Pequim a São Paulo, de Joanesburgo a Toronto, de Praga a Melbourne. Uma nuvem que chega aqui, também, a Torres Novas.
Resistir e combater é urgente!
Não podemos esquecer que todas as ditaduras se alicerçaram no medo que silencia os homens e na fé noutros Homens que se proclamam providenciais. Desses que estão aí de novo, sem máscara, desenterrados das tumbas de Santa Comba, bem falantes, trajados na fatiota Hugo Boss, barba arranjada, promovidos e financiados pelos netos do fascismo. Não podemos ignorá-los!
Quantos é que nós somos?
- assim nos cantou de punho erguido, José Mário Branco, “entre o Abril que fizemos e o que está por fazer”.
Há milhares de anos que no hemisfério norte, o mês de Agosto é o tempo de limpar as ervas da terra e dela colher os frutos. Este é o mês em que ceifamos o trigo e o milho para o pão que nos alimenta os dias. Agosto é o tempo da festa e de agradecer à terra, ao ar, à agua e aos bichos a nossa existência de sermos vivos. Agosto é esta alegria milenar de colher, reencontrar, celebrar e recuperar forças.
Sabemos que em Agosto de 2020 a festa da vida tem que fazer uma pausa. No Agosto que vier, colheremos de novo os frutos da terra, cumprindo o ciclo da vida. Se cuidarmos do chão comum, a terra não nos falhará. Não nos falte a memória de outros Agostos em que se sonhou a construção colectiva do futuro.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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