Encruzilhada
Opinião » 2019-06-06 » António Gomes"As pessoas ganharam pela alteração de políticas, pelos acordos que o PS foi obrigado a realizar para ser governo"
Já assim era, mas depois das últimas eleições europeias a interrogação subiu de tom: vai ou não haver geringonça após as próximas eleições legislativas? – as pessoas perguntam.
As pessoas perguntam porque é factual que o acordo das esquerdas proporcionou alterar um conjunto de políticas do governo das direitas, anterior a 2015: repor rendimentos, pensões, feriados, conquistar direitos vários, reforma atempada para quem começou a trabalhar ainda criança, ou o mais recente avanço, o estatuto do cuidador e cuidadora, etc., etc.
As pessoas ganharam pela alteração de políticas, pelos acordos que o PS foi obrigado a realizar para ser governo. A não existência de maioria absoluta foi o melhor para os trabalhadores e trabalhadoras, todos e todas sabem disso e dai vem a inevitável pergunta: e depois das próximas eleições?
É difícil de adivinhar, mas uma coisa todos sabemos: o resultado de qualquer negociação depende muito da força que cada interlocutor tiver, ou seja, dos votos que o povo depositar em cada partido.
Do ponto de vista do Bloco, os acordos fazem-se para melhorar a vida das pessoas, ou então não faz sentido fazerem-se. Se queremos voltar a ter um serviço de correios com qualidade, então temos de voltar a nacionalizar os CTT, como acontecia há bem pouco tempo. Se queremos bons transportes públicos, até para defender o planeta, então temos de ter grandes investimentos públicos, o apoio e a força dada a estas propostas determinarão o futuro político pós legislativas.
Mesmo assim há uma encruzilhada, como temos vindo a assistir: é que Costa está a iniciar um caminho na Europa, contrário ao que foi percorrido em Portugal nos últimos anos. Em vez de caminhar para a esquerda, caminha para a direita, juntar-se a Macron em França, contra os seus próprios aliados naturais, os socialistas. É no mínimo preocupante: em França assiste-se ao maior ataque aos directos dos trabalhadores e trabalhadoras francesas, processo este protagonizado pelo governo de Macron.
Este caminho em sentido contrário ao feito em Portugal, a concretizar-se, é um sinal que o PS nos está a enviar. As pessoas estão atentas e mais atentas vão andar e ainda bem.
Encruzilhada
Opinião » 2019-06-06 » António GomesAs pessoas ganharam pela alteração de políticas, pelos acordos que o PS foi obrigado a realizar para ser governo
Já assim era, mas depois das últimas eleições europeias a interrogação subiu de tom: vai ou não haver geringonça após as próximas eleições legislativas? – as pessoas perguntam.
As pessoas perguntam porque é factual que o acordo das esquerdas proporcionou alterar um conjunto de políticas do governo das direitas, anterior a 2015: repor rendimentos, pensões, feriados, conquistar direitos vários, reforma atempada para quem começou a trabalhar ainda criança, ou o mais recente avanço, o estatuto do cuidador e cuidadora, etc., etc.
As pessoas ganharam pela alteração de políticas, pelos acordos que o PS foi obrigado a realizar para ser governo. A não existência de maioria absoluta foi o melhor para os trabalhadores e trabalhadoras, todos e todas sabem disso e dai vem a inevitável pergunta: e depois das próximas eleições?
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Do ponto de vista do Bloco, os acordos fazem-se para melhorar a vida das pessoas, ou então não faz sentido fazerem-se. Se queremos voltar a ter um serviço de correios com qualidade, então temos de voltar a nacionalizar os CTT, como acontecia há bem pouco tempo. Se queremos bons transportes públicos, até para defender o planeta, então temos de ter grandes investimentos públicos, o apoio e a força dada a estas propostas determinarão o futuro político pós legislativas.
Mesmo assim há uma encruzilhada, como temos vindo a assistir: é que Costa está a iniciar um caminho na Europa, contrário ao que foi percorrido em Portugal nos últimos anos. Em vez de caminhar para a esquerda, caminha para a direita, juntar-se a Macron em França, contra os seus próprios aliados naturais, os socialistas. É no mínimo preocupante: em França assiste-se ao maior ataque aos directos dos trabalhadores e trabalhadoras francesas, processo este protagonizado pelo governo de Macron.
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