Velhos - rui anastácio
"Bem sei que ditar bons costumes é irresistível para muitos dos nossos concidadãos"
Passaram por guerras, ditaduras, fome, e por tudo o que de bom e de mau a vida teve para lhes oferecer nos últimos 80 anos. Não podem beijar nem abraçar os netos. Há limites para o paternalismo.
Percebo que numa situação de potencial colapso do nosso SNS se possa apelar a cuidados especiais. Não percebo que se peça ao velhos que deixem de viver os últimos anos das suas vidas.
A sociedade paternalista é uma versão doce das ditaduras, por vezes mais cruel que as próprias ditaduras. Vem disfarçada de bondade e é supostamente bem intencionada. Uma ditadura boazinha.
Bem sei que ditar bons costumes é irresistível para muitos dos nossos concidadãos. É aquele poderzito. Somos cidadãos livres, de livre pensamento, livres de fazer disparates. A nossa liberdade intrínseca é intocável, inalienável, sagrada. Bem sabemos que na liberdade dos outros termina a nossa liberdade. Só aí. Nunca antes.
Há velhos que querem correr o risco de beijar e abraçar os seus netos. Há velhos que querem viver. Sabem melhor que ninguém que viver implica riscos. Sabem melhor que ninguém que não podemos nem devemos continuar em casa. Sabem que já devíamos ter aberto as escolas, porque entendem muito bem a importância das escolas. Sabem que já devíamos estar todos a trabalhar, porque entendem muito bem a importância do trabalho. Entendem tudo melhor.
Aquela sabedoria. Por vezes intangível quando a recebemos. Quase sempre fica na nossa pele para mais tarde ser bebida. Muita coisa só mais tarde faz sentido. É muito importante que faça sentido. Para todos. Não apenas para os polícias dos costumes.
Velhos - rui anastácio
Bem sei que ditar bons costumes é irresistível para muitos dos nossos concidadãos
Passaram por guerras, ditaduras, fome, e por tudo o que de bom e de mau a vida teve para lhes oferecer nos últimos 80 anos. Não podem beijar nem abraçar os netos. Há limites para o paternalismo.
Percebo que numa situação de potencial colapso do nosso SNS se possa apelar a cuidados especiais. Não percebo que se peça ao velhos que deixem de viver os últimos anos das suas vidas.
A sociedade paternalista é uma versão doce das ditaduras, por vezes mais cruel que as próprias ditaduras. Vem disfarçada de bondade e é supostamente bem intencionada. Uma ditadura boazinha.
Bem sei que ditar bons costumes é irresistível para muitos dos nossos concidadãos. É aquele poderzito. Somos cidadãos livres, de livre pensamento, livres de fazer disparates. A nossa liberdade intrínseca é intocável, inalienável, sagrada. Bem sabemos que na liberdade dos outros termina a nossa liberdade. Só aí. Nunca antes.
Há velhos que querem correr o risco de beijar e abraçar os seus netos. Há velhos que querem viver. Sabem melhor que ninguém que viver implica riscos. Sabem melhor que ninguém que não podemos nem devemos continuar em casa. Sabem que já devíamos ter aberto as escolas, porque entendem muito bem a importância das escolas. Sabem que já devíamos estar todos a trabalhar, porque entendem muito bem a importância do trabalho. Entendem tudo melhor.
Aquela sabedoria. Por vezes intangível quando a recebemos. Quase sempre fica na nossa pele para mais tarde ser bebida. Muita coisa só mais tarde faz sentido. É muito importante que faça sentido. Para todos. Não apenas para os polícias dos costumes.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |