#Hashtag
Opinião » 2019-03-22 » Margarida Oliveira"Só a proximidade do final de uma luta tão dura e violenta, longa e exigente, justifica a tremenda ofensiva posta em marcha"
Se no imediato, os 200 anos estimados pela ONU para o alcance da igualdade entre mulheres e homens parecem uma espécie de eternidade inatingível, na verdade, olhando a linha temporal da humanidade, eles representam apenas o último pedaço do último degrau, desta luta milenar.
Só a proximidade do final de uma luta tão dura e violenta, longa e exigente, justifica a tremenda ofensiva posta em marcha contra os seus intervenientes históricos, aquelas e aqueles que nada nem ninguém demoveu da sua luta e que são, na sua essência, movimentos de mulheres, defendendo a igualdade e a dignidade da vida humana e movimentos sindicais, defendendo os direitos e dignidade no trabalho.
Não podendo fazer-lhes frente de forma direta, porque a sua integridade está não só na causa em si, mas nas suas gentes e na sua história política, o neoliberalismo chama a si o movimento feminista e sindical, criando novos movimentos que, contrariamente aos já existentes, suportados pelos seus associados, são mantidos com financiamentos de valores inimagináveis, mas elevados, dado o número de frentes que abarcam, e nada transparentes, por se lhes desconhecer a origem, ou os ganhos.
Distorcendo objectivos como: os direitos e a igualdade no trabalho, comprometendo instrumentos de luta, como a greve; a emancipação da mulher, ridicularizando o seu grito de revolta e apelando a um silencio reivindicativo, como se o silêncio fosse solução e não problema; a igualdade de género, como um mero reconhecimento de igualdades fúteis, ficando por tratar todas as desigualdades fraturantes, apresentadas agora como antigas e demodé; a sexualidade livre, passa agora pela aceitação de condicionantes e grilhetas antigas, como se de escolhas livres se tratassem ou pela ilusão de que viver livre é rejeitar valores, rotulados agora de moral, numa sociedade que quer afirmar-se jovem e progressista.
São inventados partidos, sindicatos e associações em esquemas pirâmide, que vão assentando sobre os que trabalham no terreno desde que a luta é luta, detentores de um poderoso e valioso saber empírico, substituindo-o por especialistas de renome em coisa nenhuma, detentores de um saber conceptual falacioso, suportado única e exclusivamente pelo dinheiro que compra currículos, páginas web e meios de comunicação social.
Subindo na pirâmide, encontramos outras associações ou movimentos fátuos, ligados entre si, tal como um erro de fórmula circular numa qualquer folha de Excel, e no topo da pirâmide, encontramos a mãe de tudo, uma #hashtag. Jamais destruirão a base da pirâmide, mas pesam-lhe e dificultam o seu caminho, obrigando a uma diversão que apenas atrasa um percurso que sabem ser imparável e inevitável.
O movimento 8M, no topo da pirâmide, nada mais é que uma #hashtag e é uma falácia a sua greve feminista. Uma greve de mulheres que aceita pré-avisos de greve para homens e mulheres. Pois quando se luta pela igualdade não se pode perverter os instrumentos que a conferem. Chama-se integridade.
E se os aceitam e dissimulam, sem com eles concordarem, prova-se a grande farsa, nunca com o intuito de lutar seja por quem for, seja pelo que for, apenas com o intuito de minar tudo o que ameace retirar poder ao capital.
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Opinião » 2019-03-22 » Margarida OliveiraSó a proximidade do final de uma luta tão dura e violenta, longa e exigente, justifica a tremenda ofensiva posta em marcha
Se no imediato, os 200 anos estimados pela ONU para o alcance da igualdade entre mulheres e homens parecem uma espécie de eternidade inatingível, na verdade, olhando a linha temporal da humanidade, eles representam apenas o último pedaço do último degrau, desta luta milenar.
Só a proximidade do final de uma luta tão dura e violenta, longa e exigente, justifica a tremenda ofensiva posta em marcha contra os seus intervenientes históricos, aquelas e aqueles que nada nem ninguém demoveu da sua luta e que são, na sua essência, movimentos de mulheres, defendendo a igualdade e a dignidade da vida humana e movimentos sindicais, defendendo os direitos e dignidade no trabalho.
Não podendo fazer-lhes frente de forma direta, porque a sua integridade está não só na causa em si, mas nas suas gentes e na sua história política, o neoliberalismo chama a si o movimento feminista e sindical, criando novos movimentos que, contrariamente aos já existentes, suportados pelos seus associados, são mantidos com financiamentos de valores inimagináveis, mas elevados, dado o número de frentes que abarcam, e nada transparentes, por se lhes desconhecer a origem, ou os ganhos.
Distorcendo objectivos como: os direitos e a igualdade no trabalho, comprometendo instrumentos de luta, como a greve; a emancipação da mulher, ridicularizando o seu grito de revolta e apelando a um silencio reivindicativo, como se o silêncio fosse solução e não problema; a igualdade de género, como um mero reconhecimento de igualdades fúteis, ficando por tratar todas as desigualdades fraturantes, apresentadas agora como antigas e demodé; a sexualidade livre, passa agora pela aceitação de condicionantes e grilhetas antigas, como se de escolhas livres se tratassem ou pela ilusão de que viver livre é rejeitar valores, rotulados agora de moral, numa sociedade que quer afirmar-se jovem e progressista.
São inventados partidos, sindicatos e associações em esquemas pirâmide, que vão assentando sobre os que trabalham no terreno desde que a luta é luta, detentores de um poderoso e valioso saber empírico, substituindo-o por especialistas de renome em coisa nenhuma, detentores de um saber conceptual falacioso, suportado única e exclusivamente pelo dinheiro que compra currículos, páginas web e meios de comunicação social.
Subindo na pirâmide, encontramos outras associações ou movimentos fátuos, ligados entre si, tal como um erro de fórmula circular numa qualquer folha de Excel, e no topo da pirâmide, encontramos a mãe de tudo, uma #hashtag. Jamais destruirão a base da pirâmide, mas pesam-lhe e dificultam o seu caminho, obrigando a uma diversão que apenas atrasa um percurso que sabem ser imparável e inevitável.
O movimento 8M, no topo da pirâmide, nada mais é que uma #hashtag e é uma falácia a sua greve feminista. Uma greve de mulheres que aceita pré-avisos de greve para homens e mulheres. Pois quando se luta pela igualdade não se pode perverter os instrumentos que a conferem. Chama-se integridade.
E se os aceitam e dissimulam, sem com eles concordarem, prova-se a grande farsa, nunca com o intuito de lutar seja por quem for, seja pelo que for, apenas com o intuito de minar tudo o que ameace retirar poder ao capital.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |