Um país a duas mãos
"ada dedo, um milhão de palpites. Dez dedos, dez milhões. No mindinho da mão esquerda, palpita convictamente o milhão do contrapoder. No anelar e no médio da mesma mão, palpita titubeante, a esquerda do poder que hoje está fora, mas que quer voltar a estar por dentro. Na outra mão, na direita, cerram-se o mindinho e o anelar, de quem ainda está por dentro e não quer já ficar de fora."
Imagine-se Maria João Pires sentada no seu Steinway & Sons. Mãos no teclado, olhos na alma, coração em Salzburgo.
Para tocar Mozart, com quem convive desde a infância, talento, trabalho, tempo, muito tempo. E dois bons ouvidos, duas mãos desenvoltas, com todos os dedos. Os dez. Cinco na esquerda, cinco na direita.
Imagine-se agora, um país a duas mãos. De mãos abertas, unidas pelos dois polegares.
Simplifiquemos.
Cada dedo, um milhão de palpites. Dez dedos, dez milhões. No mindinho da mão esquerda, palpita convictamente o milhão do contrapoder. No anelar e no médio da mesma mão, palpita titubeante, a esquerda do poder que hoje está fora, mas que quer voltar a estar por dentro. Na outra mão, na direita, cerram-se o mindinho e o anelar, de quem ainda está por dentro e não quer já ficar de fora.
Nos cinco dedos que sobram, sobram os palpites de quem não palpita pelo voto, mas que também sofre de palpitações. Só que, no concerto do país a duas mãos, a sala esgota-se apenas com os mindinhos, os anelares e pouco mais.
Poderá um país a duas mãos, usar apenas metade dos seus dedos, ainda para mais os mais afastados? Se as mãos são duas e os dedos são dez, como pegaria o pintor no pincel e o escritor na caneta sem indicadores nem polegares?
Com que dedos se limpam as lágrimas?
Não sei se as mãos de Maria João Pires serão iguais a tantas mãos de tanta gente. Mas sei que só com as duas mãos e todos os seus dedos, o seu génio terá sido possível.
(Adelino Correia-Pires, Outubro 2015)
Um país a duas mãos
ada dedo, um milhão de palpites. Dez dedos, dez milhões. No mindinho da mão esquerda, palpita convictamente o milhão do contrapoder. No anelar e no médio da mesma mão, palpita titubeante, a esquerda do poder que hoje está fora, mas que quer voltar a estar por dentro. Na outra mão, na direita, cerram-se o mindinho e o anelar, de quem ainda está por dentro e não quer já ficar de fora.
Imagine-se Maria João Pires sentada no seu Steinway & Sons. Mãos no teclado, olhos na alma, coração em Salzburgo.
Para tocar Mozart, com quem convive desde a infância, talento, trabalho, tempo, muito tempo. E dois bons ouvidos, duas mãos desenvoltas, com todos os dedos. Os dez. Cinco na esquerda, cinco na direita.
Imagine-se agora, um país a duas mãos. De mãos abertas, unidas pelos dois polegares.
Simplifiquemos.
Cada dedo, um milhão de palpites. Dez dedos, dez milhões. No mindinho da mão esquerda, palpita convictamente o milhão do contrapoder. No anelar e no médio da mesma mão, palpita titubeante, a esquerda do poder que hoje está fora, mas que quer voltar a estar por dentro. Na outra mão, na direita, cerram-se o mindinho e o anelar, de quem ainda está por dentro e não quer já ficar de fora.
Nos cinco dedos que sobram, sobram os palpites de quem não palpita pelo voto, mas que também sofre de palpitações. Só que, no concerto do país a duas mãos, a sala esgota-se apenas com os mindinhos, os anelares e pouco mais.
Poderá um país a duas mãos, usar apenas metade dos seus dedos, ainda para mais os mais afastados? Se as mãos são duas e os dedos são dez, como pegaria o pintor no pincel e o escritor na caneta sem indicadores nem polegares?
Com que dedos se limpam as lágrimas?
Não sei se as mãos de Maria João Pires serão iguais a tantas mãos de tanta gente. Mas sei que só com as duas mãos e todos os seus dedos, o seu génio terá sido possível.
(Adelino Correia-Pires, Outubro 2015)
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |
» 2025-07-08
» António Mário Santos
O meu projecto eleitoral para a autarquia |
» 2025-07-08
» José Alves Pereira
O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA |
» 2025-07-08
» Acácio Gouveia
Inteligência artificial |