• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quinta, 25 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Dom.
 18° / 6°
Períodos nublados com chuva fraca
Sáb.
 17° / 8°
Períodos nublados com chuva fraca
Sex.
 19° / 11°
Céu nublado com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  20° / 11°
Céu nublado
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Mulher

Opinião  »  2019-02-21  »  Margarida Oliveira

"A mulher cidadã, que vota e é votada, tem pela frente um longo caminho para se impor em todas as dimensões da vida política, cultural e social."

Se é adquirido que com o 25 de Abril de 1974, as mulheres alcançaram o reconhecimento dos seus direitos mais fundamentais, exigindo a igualdade na vida, entre mulheres e homens, certo é, que fora o que seria obrigatório conceder, com o objectivo de serenar os ânimos reivindicativos femininos, praticamente tudo continua por fazer.
A mulher trabalhadora em funções semelhantes, ou de semelhante valor, a um par masculino, continua a ser retribuída em valor inferior, o que a obriga a trabalhar mais dias que um homem, para receber o mesmo.

É duramente pressionada a abdicar dos seus direitos legais de parentalidade, ou condicionada para os limitar ao mínimo possível, sob pena de ver ainda mais cavado o fosso de desigualdades que a persegue, traduzido em vínculos laborais precários, que lhe condicionam a progressão e valorização da carreira.
A mulher mãe é coagida a despir-se da sua condição, quer porque teve, tem ou terá filhos, ou simplesmente porque não os terá de todo.
Solitária força da natureza, cuidadora da família, perdida de si mesma.

Concretiza porque não tem outra saída. E se não, logo a sociedade trata de a colocar no devido lugar e algum rótulo lhe será cravado na pele, como uma letra escarlate.
A mulher sexual, vive ainda escondida, até de si mesma. Correndo grandes riscos, físicos e emocionais, quando se expõe, até perante quem lhe é mais próximo e tem maior responsabilidade em respeitar quem ela é.

Vítima de inomináveis violências, é um dos maiores alvos em tempos de guerra, traduzida em tortura e violação sexual de mulheres e meninas.
Já em tempos de paz, ainda tem que suportar o tráfico como se de gado se tratasse, ou a mutilação genital, como uma forma obscura de por fim à sua sexualidade.
O flagelo da prostituição, punitivo e castrador de liberdades, um perigo para a sua saúde física e mental, enfrenta ainda a complacência da sociedade, que ao invés de lutar para a erradicar, usa subterfúgios para a normalizar e enquadrar, como se trabalho fosse. Como se cada um de nós exibisse com orgulho uma filha prostituta. Como se fosse sequer aceitável exibir uma mulher.

A mulher cidadã, que vota e é votada, tem pela frente um longo caminho para se impor em todas as dimensões da vida política, cultural e social.
Tem que ser mais inteligente, mais imaculada nos valores e comportamentos, mais trabalhadora, moralmente superior e não pode ousar lutar por ser mulher.

Todas as fragilidades da sua condição social, levam a que seja a maior vítima de violência doméstica, com uma morte a cada duas semanas, às mãos de companheiros ou ex-companheiros, sem que daí surja uma inequívoca condenação social do silêncio que envolve esta realidade.
Para todas estas condicionantes não existe uma resposta imediata, o caminho é solitário e íngreme, a mulher tem que lutar mais, tem que trabalhar mais, tem que ser mais, tem que dar mais, para no fim, ser sempre menos.
A não ser que juntas, sejamos mais.

 

 

 Outras notícias - Opinião


Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia »  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia

A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva.
(ler mais...)


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia