Warning: file_get_contents(http://api.facebook.com/restserver.php?method=links.getStats&urls=jornaltorrejano.pt%2Fopiniao%2Fnoticia%2F%3Fn-dc346eef): failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 400 Bad Request in /htdocs/public/www/inc/inc_pagina_noticia.php on line 148
Jornal Torrejano
 • SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sexta, 18 Julho 2025    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Seg.
 27° / 14°
Céu limpo
Dom.
 28° / 16°
Períodos nublados com chuva fraca
Sáb.
 27° / 17°
Períodos nublados
Torres Novas
Hoje  28° / 16°
Céu nublado
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

“Sábado à tarde” no cinema perto da avenida

Opinião  »  2018-01-30  »  José Ricardo Costa

"O Cine-Clube era de outro campeonato, dando ao cinema um sabor mais gourmet"

Um quadro pode ter milhares de reproduções, em livros de arte, na Internet, posters, puzzles ou até chapéus-de-chuva. Mas estar perante o original, o quadro único e irrepetível saído da mão do pintor, que só existe naquele momento e ali à nossa frente, é quase como a experiência religiosa de estar num espaço sagrado. E não é só isso. Quanto oceano separa o nosso Largo da Botica da Mulher com Alaúde de Vermeer? A quantos quilómetros fica da Harmonia em Vermelho de Matisse? Pode-se ir lá vê-los mas o mais certo é ir com a ideia de ser a primeira e última vez, fazendo desse momento uma irrepetível hierofania. Mesmo ir ali a Madrid ver As Meninas não é bem como ir aqui a um sítio mais à mão de semear.

Por muito estranho que pareça hoje a um jovem de pendrive no bolso com dezenas de filmes tirados da net para ver no portátil entre dois jogos de computador e competindo com dezenas de mensagens sobre coisa nenhuma, houve um tempo em que ver cinema também era como estar num museu perante quadros inacessíveis de outro modo. Basta pensar como, antes da Internet, da pendrive, do DVD ou da cassete do clube de vídeo da esquina, se veria o filme de Chaplin, de Ford, de Kazan, de Bergman, de Fellini, de Truffaut, de Woody Allen, que se desejaria ver. Sim, onde? Acontece que, por vezes, era possível o milagre de o ver em Torres Novas, graças a um cinema chamado Virgínia e a um Cine-Clube. E, cá está, acreditando-se, longe de adivinhar o futuro que aí vinha, que seria a primeira e última vez.

Esse milagre tornava o filme algo especial mesmo para quem não tinha grandes veleidades cinéfilas e ia ao cinema só por lazer. Daí o Virgínia, com os seus impressionantes 999 lugares, ter noites épicas, em contraste com as poucas frequentadas noites de 5ª feira com os seus filmes mais “difíceis”, com sessões especiais marcada em cima do joelho por haver muita gente que não conseguira bilhete. Filmes como Música no Coração, My Fair Lady, Doutor Jivago, Um Violino no Telhado, Love Story ou Trinitá, foram só alguns desses filmes que levavam a sociedade torrejana e pessoas de fora (sim, que isto de haver um Virgínia na província era um luxo) a ver filmes que em Lisboa duravam meses e em salas mesopotâmicas como o Monumental, São Jorge ou Império. Sem esquecer, claro, as bíblicas sessões hardcore da meia-noite, em que 998 homens e uma mulher enchiam o Virgínia, num acto socialmente transversal como o de um estádio de futebol, onde se juntam fraternalmente pessoas de todas as classes sociais e ideologias.

O Cine-Clube era de outro campeonato, dando ao cinema um sabor mais gourmet: pela sua natureza política, por uma selecção de filmes mais restrita ou ainda por uma maneira de ver cinema que, comparada com a do Virgínia, era assim como a diferença entre uma igreja católica onde vai toda gente e uma daquelas adventistas do sétimo dia que ficam em prédios, quase não se distinguindo de uma casa particular. Isso transformava ainda mais o filme num objecto de desejo mas também de debate e reflexão que, depois das luzes acesas, levava à sala um elemento de racionalidade laboratorial que poderia prolongar-se no café Portugal ou na Viela.

Hoje, ver cinema, é cada vez mais um acto individual, desritualizado (sim, ir ao cinema tinha os seus rituais), em espaços profanos, já sem a escuridão que fazia com que a luz do ecrã sugasse toda a atenção do espectador. Agora que até já vi jovens a ver filmes em telemóveis, lembro-me da polémica com o surgimento do Quarteto devido à pequena dimensão dos ecrãs que iria matar o cinema, não conseguindo assim imaginar o ponto máximo de afastamento profano face às primeiras sessões dos irmãos Lumière onde tudo começou.

 

 

 Outras notícias - Opinião


O meu projecto eleitoral para a autarquia »  2025-07-08  »  António Mário Santos

Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias.
(ler mais...)


O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA »  2025-07-08  »  José Alves Pereira

O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo.
(ler mais...)


Inteligência artificial »  2025-07-08  »  Acácio Gouveia

“Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre”

Leonardo da Vinci

 

Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz.
(ler mais...)


Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais »  2025-07-03  »  Jorge Carreira Maia

 

Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita.
(ler mais...)


Encontros »  2025-06-06  »  Jorge Carreira Maia

Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega.
(ler mais...)


Os fraudulentos - acácio gouveia »  2025-05-17  »  Acácio Gouveia

"Hire a clown, get a circus" *

Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades.
(ler mais...)


Um novo Papa - jorge carreira maia »  2025-05-17 

A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista.
(ler mais...)


Muito mais contrariedades tive... »  2025-05-12  »  Hélder Dias

Z?... »  2025-05-12  »  Hélder Dias

Trump... Papa?? »  2025-05-08  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2025-07-08  »  António Mário Santos O meu projecto eleitoral para a autarquia
»  2025-07-03  »  Jorge Carreira Maia Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais
»  2025-07-08  »  José Alves Pereira O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA
»  2025-07-08  »  Acácio Gouveia Inteligência artificial