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VA PENSIERO - josé mota pereira

Opinião  »  2023-10-21  »  José Mota Pereira

"porque aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram que os alegrássemos "

- do Salmo 137, Livro dos Salmos da Bíblia

 

Acordar de manhã, num domingo de Outono e ouvir a partir do telefone, em directo do Facebook, a música das filarmónicas da nossa terra é um privilégio dos nossos dias, neste espaço que habitamos.

 Um privilégio que assenta no empenho colectivo de quem continua a manter vivas as filarmónicas populares e assenta igualmente no facto de podermos desfrutar da tecnologia que permite acompanhar em casa o Encontro de Filarmónicas do nosso concelho realizado na Praça 5 de Outubro.

 Mais longe, mas não tão longe como isso, começar um domingo assim é uma impossibilidade. A oriente de nós, onde a civilização nasceu, a morte e o terror são a realidade que pinta os dias por culpa da desumanidade organizada. Lá longe, mas não tão longe assim, ouve-se o rufar dos tambores. Nós vamos vendo as imagens.

 Ao final da tarde, sem querer, a correr sem destino no YouTube, detenho-me na conhecida ária de Verdi do Coro dos Escravos Hebreus. O compositor italiano compôs a ópera Nabuco que conta a História desse tirano da Mesopotâmia que lutou e expulsou os judeus da sua terra. Dessa ópera é particularmente simbólico esse trecho que escuto agora, o Va Pensiero, que reproduz musicalmente o eterno sonho do regresso dos judeus à sua terra. Cantando o sonho hebraico, é um trecho musical que tem sido ao longo dos tempos um hino de liberdade para todos os povos.

 Regresso às imagens de horror do Médio Oriente. Imagens que chocam e indignam. Todas as imagens de todas as guerras que persistem indignam. No entanto, a humanidade persiste uma e outra vez, em todas as latitudes, tantas vezes, séculos e milénios, de lutas e guerras por terras prometidas de leite e mel destinadas por supostos deuses a supostos povos eleitos. Porque insistimos? Até quando?

 Neste recanto da Serra de Aire, não sofremos agora esse terror da guerra. O único rufar dos tambores que se escuta é o das filarmónicas, deste domingo de outubro, marcando o compasso das marchas felizes. Em face do que vemos, somos privilegiados em estar neste tempo, neste lugar. Mas não podemos ficar indiferentes aos horrores da guerra em que outros humanos vivem. A nossa paz, nunca poderá ser a paz silenciosa e cúmplice dos cemitérios ou das valas comuns. A humanidade há-de cumprir-se sem impérios nem povos eleitos. Tal como no hino libertário de Verdi, é preciso um clamor geral, ao menos isso, que corra o Mundo afirmando que os povos têm o direito a viver em paz na nossa Terra Comum. Para que todos possam livremente cantar, todos, todos, todos.

 

 

 

 

 

 

 

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