Slow journalism: o tempo da notícia*
"O slow journalism é isso mesmo: é sobre o que acontece a seguir à notícia, é a procura das histórias não contadas,"
Há uma revolução a fazer-se. Devagarinho. Em papel e a cores. Defende o tempo e tudo o que tempo nos dá. Notícias com cabeça, tronco e membros. Princípio, meio e fim. Refuta os limites do “quem fez o quê, como, quando, onde e porquê”. Vai mais longe e exige saber que contexto levou a que o que aconteceu, acontecesse, e como irão os factos influenciar a vida de todos nós daí para a frente. Questiona, procura, vai ao centro, ao coração da notícia que já foi, mas continua a fazer os nossos dias. Saímos conhecedores, esclarecidos. Mais ricos que antes. É uma abordagem que nos informa, sem preocupações com audiências ou captação de publicidade. É a informação pela informação. O jornalismo pelo jornalismo. Nem lhe poderemos chamar jornalismo de qualidade. É jornalismo. Ponto. Aquilo que um dia nós, todos aqueles que algum dia sonharam com estas coisas dos jornais, ambicionamos. E ele está aí. A chegar. Devagarinho. Fazendo o caminho que a celeridade do fast journalism veio encurtar.
O movimento tem um nome: “slow journalism”. Um anseio de muitos que ganhou forma em 2011 com o lançamento da revista Delayed Gratification, pela mão da The Slow Journalism Company, no Reino Unido. Matthew Lee, editor da revista, esteve em Matosinhos, no Quiosque Manifesto, no sábado, 22, para falar da importância do slow journalism e de uma narrativa lenta para uma informação rigorosa.
E o slow journalism é isso mesmo: é sobre o que acontece a seguir à notícia, é a procura das histórias não contadas, é o dar tempo à notícia para que respire, amadureça, em suma, aconteça. É um jornalismo sem pressas, que questiona e faz questionar, que vai ao fundo, confirma, ouve. Um jornalismo sem ambições quantitativas, apenas qualitativas. É o trazer de volta ao palco principal o acontecimento que é notícia, contrariando o fast journalism, que se vem esquecendo do que aqui nos trouxe, em detrimento de uma empresarialização dos factos ao serviço dos números que nos sustentam.
A tendência é crescente. Devagarinho, mas vai. Vamos chegando a um ponto em que até naquilo que lemos, sentimos necessidade de abrandar. A velocidade a que as notícias nos são contadas, de imediato esquecidas exactamente pela pouca profundidade com que nos chegam, começa a não chegar.
Vai haver sempre lugar para ele, o fast journalism, as breaking news, as notícias de última hora que, potenciadas pela facilidade de correr o mundo num segundo, se dão antes que alguém se lembre de o fazer, mesmo que ainda com poucas certezas sobre o que tenha acontecido. Mas, cada vez mais pedimos uma alternativa, aquela que nos vai efectivamente explicar a notícia gritada, em letras garrafais, ao ouvido.
E é no meio de toda esta inquietação a fervilhar em mim e com uma saudável e brutal inveja do Matthew Lee, que adormece à noite fiel às suas convicções e que acorda de manhã feliz com o emprego para onde vai, que o JT entra no seu vigésimo quinto ano de vida. E os novos anos são sempre uma boa altura para pensar e repensar as nossas perspectivas e expectativas. A revolução, entretanto, vai-se fazendo. Devagarinho. E a mim, dá-me vontade de ir com ela.
*O JT com Inês Vidal, em Matosinhos, na conferência “Slow Journalism”, 22 de Setembro
Slow journalism: o tempo da notícia*
O slow journalism é isso mesmo: é sobre o que acontece a seguir à notícia, é a procura das histórias não contadas,
Há uma revolução a fazer-se. Devagarinho. Em papel e a cores. Defende o tempo e tudo o que tempo nos dá. Notícias com cabeça, tronco e membros. Princípio, meio e fim. Refuta os limites do “quem fez o quê, como, quando, onde e porquê”. Vai mais longe e exige saber que contexto levou a que o que aconteceu, acontecesse, e como irão os factos influenciar a vida de todos nós daí para a frente. Questiona, procura, vai ao centro, ao coração da notícia que já foi, mas continua a fazer os nossos dias. Saímos conhecedores, esclarecidos. Mais ricos que antes. É uma abordagem que nos informa, sem preocupações com audiências ou captação de publicidade. É a informação pela informação. O jornalismo pelo jornalismo. Nem lhe poderemos chamar jornalismo de qualidade. É jornalismo. Ponto. Aquilo que um dia nós, todos aqueles que algum dia sonharam com estas coisas dos jornais, ambicionamos. E ele está aí. A chegar. Devagarinho. Fazendo o caminho que a celeridade do fast journalism veio encurtar.
O movimento tem um nome: “slow journalism”. Um anseio de muitos que ganhou forma em 2011 com o lançamento da revista Delayed Gratification, pela mão da The Slow Journalism Company, no Reino Unido. Matthew Lee, editor da revista, esteve em Matosinhos, no Quiosque Manifesto, no sábado, 22, para falar da importância do slow journalism e de uma narrativa lenta para uma informação rigorosa.
E o slow journalism é isso mesmo: é sobre o que acontece a seguir à notícia, é a procura das histórias não contadas, é o dar tempo à notícia para que respire, amadureça, em suma, aconteça. É um jornalismo sem pressas, que questiona e faz questionar, que vai ao fundo, confirma, ouve. Um jornalismo sem ambições quantitativas, apenas qualitativas. É o trazer de volta ao palco principal o acontecimento que é notícia, contrariando o fast journalism, que se vem esquecendo do que aqui nos trouxe, em detrimento de uma empresarialização dos factos ao serviço dos números que nos sustentam.
A tendência é crescente. Devagarinho, mas vai. Vamos chegando a um ponto em que até naquilo que lemos, sentimos necessidade de abrandar. A velocidade a que as notícias nos são contadas, de imediato esquecidas exactamente pela pouca profundidade com que nos chegam, começa a não chegar.
Vai haver sempre lugar para ele, o fast journalism, as breaking news, as notícias de última hora que, potenciadas pela facilidade de correr o mundo num segundo, se dão antes que alguém se lembre de o fazer, mesmo que ainda com poucas certezas sobre o que tenha acontecido. Mas, cada vez mais pedimos uma alternativa, aquela que nos vai efectivamente explicar a notícia gritada, em letras garrafais, ao ouvido.
E é no meio de toda esta inquietação a fervilhar em mim e com uma saudável e brutal inveja do Matthew Lee, que adormece à noite fiel às suas convicções e que acorda de manhã feliz com o emprego para onde vai, que o JT entra no seu vigésimo quinto ano de vida. E os novos anos são sempre uma boa altura para pensar e repensar as nossas perspectivas e expectativas. A revolução, entretanto, vai-se fazendo. Devagarinho. E a mim, dá-me vontade de ir com ela.
*O JT com Inês Vidal, em Matosinhos, na conferência “Slow Journalism”, 22 de Setembro
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |
» 2025-07-08
» António Mário Santos
O meu projecto eleitoral para a autarquia |
» 2025-07-08
» José Alves Pereira
O MAJOR-GENERAL PATRONO DA GUERRA |
» 2025-07-08
» Acácio Gouveia
Inteligência artificial |